DAVID COIMBRA
Estava lendo sobre os tais gastos do senador Pedro Simon com o plano de saúde dos congressistas e fiquei triste. A esta altura da vida e da carreira, um homem como Pedro Simon ter de se explicar sobre gastos com saúde, como se ele estivesse arrombando as burras públicas. Quanta miséria.
Preciso deixar algo bem claro: não estou sendo irônico. Os congressistas têm de ter um ótimo plano de saúde, têm de ter ótimos salários, os ex-governadores e ex-presidentes têm, sim, de receber pensão vitalícia, e uma gorda pensão. Faz parte do custo da democracia, e é um custo barato.
Imagine um senador da República chegar aos 80 anos de idade, como Pedro Simon, e descobrir que não tem dinheiro para financiar um caríssimo tratamento de saúde. O que ele fará? Morrerá impoluto ou se deixará financiar por interesses escusos? Ou então imagine um ex-presidente da República ter de se empregar em uma grande multinacional para não passar necessidade no fim da vida. Por favor!
É por distorções como essas que os bons estão cada vez mais distantes da política. Resta o resto. O rebotalho. A escumalha. Por que um profissional que pode ser bem acolhido pela iniciativa privada, e nela receber um vultoso salário e nela ser tratado como estrela, irá arriscar sua reputação numa atividade em que ele estará sempre sob suspeita e que, a priori, condena-o à censura pública? Quem encara um político já o faz de nariz torcido.
Assim, o que existe à disposição do povo brasileiro na política? Os poderosos, hoje, estão no PT, embora os petistas, ladinamente, digam que os poderosos estão em outro lugar. Muito sagaz. Lula é autor dessa obra. Lula é um gênio político. Aprendeu como chegar ao poder com destreza única na História do Brasil. Nem Getúlio foi tão perspicaz. Mas, chegando ao poder, o que Lula e o PT fazem com ele? Trabalham para se manter no poder. É assim que funciona o governo brasileiro. Ele está no poder para se manter no poder. É um motocontínuo.
Quais são as ações práticas e administrativas do governo petista nesses 12 anos? As mesmas do governo militar. O PT é desenvolvimentista. Empenhou-se em pavimentar estradas, construir hidrelétricas e fomentar alguns empresários amigos, como Eikes e Fribois. Exatamente como o governo militar. Na parte social, o PT valeu-se de programas, jamais fez mudanças estruturais.
Qual é a diferença ente o Minha Casa, Minha Vida e o BNH e entre o Prouni e o velho Crédito Educativo? Nenhuma, salvo que o BNH e o velho Crédito Educativo talvez fossem melhores. Onde estão as reformas? O que é feito da Saúde, da Educação e da Segurança Pública, que só pioram? Foram 12 anos perdidos, como foram perdidos os 20 do regime militar.
Mas Dilma será reeleita e, depois dela, graças à ação paternalista e ideológica que se desenvolve todos os dias no Brasil profundo, graças também ao gênio de Lula, depois dela o PT seguirá por mais uma geração no poder. Até porque as alternativas são de dar medo: o PSDB dos vorazes tubarões da indústria paulista, os moluscos do PMDB, os conservadores retrógrados dos partidos sucedâneos da Arena, como aquele partido de nome contraditório, o Democratas, e os aprendizes de talibãs da ultraesquerda. Cruzcredo, valha-me, Nossa Senhora mãe de Deus de Nazaré!
Para onde foram os bons do Brasil? Para a iniciativa privada, longe da vigilância dos falsos moralistas, longe dos escândalos de fachada, longe da denúncia dos hipócritas, longe da cobrança mesquinha como a que desabou sobre o senador Pedro Simon. Pobre do senador Pedro Simon. Pobres dos (cada vez mais raros) dignos homens públicos do Brasil. Pobre do povo brasileiro.
Estava lendo sobre os tais gastos do senador Pedro Simon com o plano de saúde dos congressistas e fiquei triste. A esta altura da vida e da carreira, um homem como Pedro Simon ter de se explicar sobre gastos com saúde, como se ele estivesse arrombando as burras públicas. Quanta miséria.
Preciso deixar algo bem claro: não estou sendo irônico. Os congressistas têm de ter um ótimo plano de saúde, têm de ter ótimos salários, os ex-governadores e ex-presidentes têm, sim, de receber pensão vitalícia, e uma gorda pensão. Faz parte do custo da democracia, e é um custo barato.
Imagine um senador da República chegar aos 80 anos de idade, como Pedro Simon, e descobrir que não tem dinheiro para financiar um caríssimo tratamento de saúde. O que ele fará? Morrerá impoluto ou se deixará financiar por interesses escusos? Ou então imagine um ex-presidente da República ter de se empregar em uma grande multinacional para não passar necessidade no fim da vida. Por favor!
É por distorções como essas que os bons estão cada vez mais distantes da política. Resta o resto. O rebotalho. A escumalha. Por que um profissional que pode ser bem acolhido pela iniciativa privada, e nela receber um vultoso salário e nela ser tratado como estrela, irá arriscar sua reputação numa atividade em que ele estará sempre sob suspeita e que, a priori, condena-o à censura pública? Quem encara um político já o faz de nariz torcido.
Assim, o que existe à disposição do povo brasileiro na política? Os poderosos, hoje, estão no PT, embora os petistas, ladinamente, digam que os poderosos estão em outro lugar. Muito sagaz. Lula é autor dessa obra. Lula é um gênio político. Aprendeu como chegar ao poder com destreza única na História do Brasil. Nem Getúlio foi tão perspicaz. Mas, chegando ao poder, o que Lula e o PT fazem com ele? Trabalham para se manter no poder. É assim que funciona o governo brasileiro. Ele está no poder para se manter no poder. É um motocontínuo.
Quais são as ações práticas e administrativas do governo petista nesses 12 anos? As mesmas do governo militar. O PT é desenvolvimentista. Empenhou-se em pavimentar estradas, construir hidrelétricas e fomentar alguns empresários amigos, como Eikes e Fribois. Exatamente como o governo militar. Na parte social, o PT valeu-se de programas, jamais fez mudanças estruturais.
Qual é a diferença ente o Minha Casa, Minha Vida e o BNH e entre o Prouni e o velho Crédito Educativo? Nenhuma, salvo que o BNH e o velho Crédito Educativo talvez fossem melhores. Onde estão as reformas? O que é feito da Saúde, da Educação e da Segurança Pública, que só pioram? Foram 12 anos perdidos, como foram perdidos os 20 do regime militar.
Mas Dilma será reeleita e, depois dela, graças à ação paternalista e ideológica que se desenvolve todos os dias no Brasil profundo, graças também ao gênio de Lula, depois dela o PT seguirá por mais uma geração no poder. Até porque as alternativas são de dar medo: o PSDB dos vorazes tubarões da indústria paulista, os moluscos do PMDB, os conservadores retrógrados dos partidos sucedâneos da Arena, como aquele partido de nome contraditório, o Democratas, e os aprendizes de talibãs da ultraesquerda. Cruzcredo, valha-me, Nossa Senhora mãe de Deus de Nazaré!
Para onde foram os bons do Brasil? Para a iniciativa privada, longe da vigilância dos falsos moralistas, longe dos escândalos de fachada, longe da denúncia dos hipócritas, longe da cobrança mesquinha como a que desabou sobre o senador Pedro Simon. Pobre do senador Pedro Simon. Pobres dos (cada vez mais raros) dignos homens públicos do Brasil. Pobre do povo brasileiro.
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