quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Interessante...desproporções






Pessoas diferentes

Se elogiares – ou criticares – os pés de uma mulher, nunca mais ela esquecerá de ti.

Nunca ouvi um canário belga gago. E nunca ouvi um rouxinol fanhoso.

Estava eu num jantar com umas cem pessoas. Uma hora depois, chegou um amigo meu, pessoa muito brilhante. Foi então que lhe disse: “Só agora sinto necessidade de colocar o meu aparelho auditivo”.

Eu nunca pude entender as diferenças entre as pessoas. Não compreendo como a criação pôde colocar no mundo pessoas inteligentes e pessoas carentes de mínima capacidade de raciocínio.

Assim como não entendo que existam pessoas fortes e pessoas fracas.

E nem que possam existir pessoas doces e outras amargas.

Nem vou falar em ricos e pobres, corajosos e covardes, impetuosos e estáticos, ágeis e letárgicos.

Todos somos diferentes. E é natural, então, que uns sobrepujem os outros.

Dói o coração ver pessoas feias circulando entre gente bonita. E nunca passou pelo meu aparelho intelectivo um fato contristador: as pessoas aleijadas, os surdos, os mudos, principalmente os cegos, pessoas que não têm culpa alguma de sua tremenda desvantagem, mas que são jogadas no mundo em meio às pessoas saudáveis.

Eu não consigo entender as diferenças entre as pessoas.

Já, por outro lado, penso: mas e os que são cultos e os ignorantes? Os ignorantes adquiriram essa desvantagem sob os cultos no percurso da vida, foi um jogo de méritos? Mas será que os cultos não se tornaram assim por serem mais inteligentes que os ignorantes ou porque tenham tido maiores recursos econômico-financeiros para adquirir sua cultura?

Sempre as diferenças, seja na sorte, seja na conduta.

Por uma certa parte, eu desculpo a criação: seria impossível um mundo em que todos fossem iguais, todos ricos ou todos pobres, todos inteligentes ou todos burros. Será que seria mesmo?

Noto também que este parece ser um jogo que interessa à sobrevivência das espécies, eis que na selva existem os animais mais fortes e mais ferozes que outros. E, assim como na selva há presas e predadores, também na sociedade dos homens devem existir os que são explorados e seus exploradores.

Vejam o caso, só um exemplo, um exemplo apenas, de um concurso público em que os aprovados, entre os milhares de candidatos, são apenas uns poucos.

Evidentemente, os aprovados são aqueles melhor preparados, os que se muniram de recursos melhores. [Paulo Santana ]




Mas eu tenho a perguntar: Será que não foi a criação que já fez a sua seleção antes mesmo do concurso? Será que aos reprovados não foram negadas condições iguais de disputa, seja pela sua inteligência, seja pelas diferenças sociais, culturais etc.?

Há muito tempo que essas diferenças atormentam meu espírito e principalmente meu raciocínio.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

" memórias de um tempo,não tão distante... "!!!







28 de setembro de 2011
DIANA CORSO ,em zero hora do dia,o jornal.

Memórias de um tempo não tão distante

Quando eu era pequena, há menos de meio século atrás, o chão era o melhor lugar para o lixo, fumava-se em qualquer ambiente, inclusive hospitais, aviões e o quarto das crianças. Negros e brancos vivam em mundos distintos, gays habitavam o armário e as mulheres, quando tomavam algumas liberdades eram chamadas de prostitutas.

Caçador era herói, tinha-se armas em casa, poluição era decorrência natural do progresso. Sexo antes do casamento até acontecia, mas a união estável era destino certo. Não lembro de muitas mulheres sozinhas, fora as viúvas. Ecologia era um delírio de poucas vozes excêntricas.

Na minha adolescência, anos 70, apesar das conquistas da revolução de costumes, não lembro de gays assumidos no colégio. Apesar de ter estudado sempre escolas públicas, raramente tive colegas negros.

Na faculdade tudo melhorou um pouco, mas ainda estávamos longe das liberdades e da tolerância com as diferenças que hoje começam a ser consideradas itens não opcionais. Lembro quando comentavam que alguém era tão idoso “que viveu no tempo da escravidão”. Pois é, começo a me sentir tão idosa que venho do tempo da discriminação desavergonhada, de uma cultura de depredadores do planeta.

Tudo isso ficou muito claro ao assistir ao seriado Mad Men, no qual ando viciada. O que me mesmeriza na série vai além da dramaturgia e elenco, é a reconstituição histórica, retrato cruel da época em que cresci, essa que descrevo acima. A história centra-se no cotidiano de uma agência de publicidade em Nova York nos anos de ascensão de Kennedy, da guerra fria.

Na vida das personagens, os homens mais velhos traziam memórias da II Guerra e da Coreia (Vietnã estava a caminho), a prosperidade não escondia a barbárie e as mulheres viviam a realidade descrita por Betty Friedan em A Mística Feminina. Apesar da psicologia e a psicanálise já terem alguma popularidade, as crianças nunca eram escutadas.

O “Dever da Memória” costuma estar associado a heróis e vítimas de tempos difíceis. Inclui desde os necessários tributos aos que souberam se posicionar com coragem, até o julgamento dos que foram indignos, criminosos. Mas os tempos duros não se restringem a guerras, ditaduras e extermínio.

A vida privada também deve ser lembrada, pois na intimidade igualmente se produzem injustiças, discriminações e infortúnios e nesse sentido o passado quase sempre nos condena. É bom lembrar das conquistas, mas também do que não nos orgulha, e contar tudo isso aos mais jovens é uma tarefa que nunca deverá ter fim
.

" A Dor nos Pertence" Paulo Santana





A dor nos pertence
[Paulo Santana]
Expus minha dificuldade a um amigo e ele me disse: “Se Deus quiser, vais te livrar desta dificuldade”.

Respondi : “Mas como? Estás querendo dizer que existe a chance de Deus não querer e me fazer continuar com minha dificuldade?”.

Esta expressão “se Deus quiser” é um tanto confusa. Dá a entender que Deus pode não querer.

Mas, quando se diz “se Deus quiser”, não está implícito que Deus quer o meu bem e, portanto, como ele é a fonte de todas as misericórdias, ele vai com certeza resolver o meu problema?

Ainda anteontem, eu estava vendo, às quatro horas da madrugada, a pregação do pastor Silas Malafaia, na TV Bandeirantes.

Uma vez escrevi que estava ainda à espera na televisão de um grande pregador religioso. Eu estava enfarado e desiludido com os pregadores religiosos de televisão, todos se mostravam vulgares, abruptos, incompetentes para atraírem minha atenção de potencial fiel.

Até que meu pedido foi atendido e surgiu a milagrosa figura do pastor Silas Malafaia.

É um encanto para a mente e para o coração ouvir Silas Malafaia na televisão. Começa que ele recita incontáveis capítulos e versículos da Bíblia, ilustrando seu assunto, sem auxílio da leitura. Tem na memória a Bíblia inteira.

Além disso, suas afirmações sobre teologia são deslumbrantes. Anteontem, ele estava explicando o que são as misericórdias de Deus.

Ele disse que misericórdia é ter afeição pela dor alheia, é respeitar a dor alheia e providenciar para que ela acabe.

Por sinal, acontece de a gente por vezes contar a uma pessoa das nossas dores e a pessoa dizer assim: “Isto não é nada, vai passar”.

Mas, como, não é nada? Então eu faço um relato de uma aflição que está me massacrando e aquela pessoa vem me dizer que aquilo não é nada?

Foi assim quando eu estava no início de minha carreira jornalística. Numa cirurgia, me deceparam inteiramente o meu nervo facial.

Tive obviamente paralisia facial. Eu parecia um Frankenstein. Minha boca entortou totalmente, meu olho esquerdo não fechava e, como isso deslubrificava minha córnea, corria o risco de gangrena oftalmológica se eu continuasse a não piscar.

Virei um quadro triste de ver.

E eu no hospital. E dezenas de pessoas foram me visitar. E todas elas diziam-me o seguinte: “Isto não é nada, em seguida tudo volta para o lugar”.

Pensava: “Como, não é nada? Será que estou ficando louco?”.

Até que foi me visitar Maurício Sirotsky, fundador da RBS, que me olhou atentamente e disse o seguinte: “É grave o que tens. Seria grave em qualquer pessoa, mais grave ainda em ti, que trabalhas em televisão. Vamos fazer tudo para que teu rosto volte para o lugar”.

Viram a diferença entre o que diz um sábio e o que dizem outras pessoas?

O seu Maurício entendeu a extensão da minha tragédia e sensibilizadamente atinou para a dor e a apreensão que eu estava sentindo.

Como, é nada?

É imprescindível que meçamos a dor íntima das pessoas.

Funciona ou não funciona?





Não funciona [ de Antonio Prata]

Com o intuito de facilitar um pouco nossa passagem pela Terra, fiz uma pequena lista com alguns estorvos

SE OS princípios da seleção natural valessem para os objetos criados pelo homem, estariam extintos há muito tempo o chuveiro elétrico, o repelente em espiral e o sachê de ketchup.

É curioso: enquanto a natureza, esse monstro acéfalo, paga regiamente seu tributo à perfeição, mandando pro beleléu tudo o que não se adapta (alô, Neandertal!), nós toleramos uma quantidade absurda de inutensílios, como se suas existências fossem incontornáveis feito a morte, os impostos e a trilha sonora do vizinho. Não são! Com o intuito de facilitar um pouquinho nossa tão atribulada passagem pela Terra, fiz uma pequena lista com alguns desses estorvos.

Sachê de ketchup. A pior realização da humanidade, depois da versão orquestrada de Ilariê. Nas lanchonetes sempre nos dão logo cinco saquinhos, pois sabem que não conseguiremos abrir os quatro primeiros, mesmo que nos atraquemos com unhas e dentes àqueles sarcásticos dizeres: "Rasgue aqui".

Chuveiro elétrico. A segunda pior realização da humanidade, depois do sachê de ketchup e da versão orquestrada de Ilariê. A água só esquenta de verdade se não abrirmos quase nada a torneira: sob o fiozinho escaldante que escorre da ducha (sic), é como se você estivesse com o cocuruto no Saara, a barriga no Ártico, a bunda na Patagônia e os pés -bem, não se preocupe com os pés, pois após cinco minutos eles terão congelado e perdido toda a sensibilidade.

Repelente em espiral. Tem um cheiro gostoso, remete-me à infância e é bonito de ver queimando no escuro; mas, enquanto me deleito em meio ao torpor hippie-praiano, pernilongos e borrachudos deleitam-se com meu sangue. Repelente em espiral só repele os mosquitos de si próprio. E olhe lá...

Rede. Rede é lindo, rede é Brasil, é um objeto maravilhoso -mas não para se deitar. Quando você encontra a posição das pernas, perde a da cabeça, quando ajeita a cabeça, desarruma as pernas... Acho que as redes deveriam ser penduradas abertas na parede, como um quadro, uma peça de tapeçaria.

Secador de mãos a ar. Funciona muito bem -se você não tiver mais nada a fazer pelo resto da tarde, além de ficar virando as mãos de um lado pro outro, dentro de um banheiro público, só para que o dono do estabelecimento economize R$ 0,05 em folhas de papel. E não me fale em ecologia, pois o secador é elétrico, somos todos adultos e sabemos que a eletricidade não vem da cegonha: por mais limpa que seja, é sempre fruto de alguma sacanagem com o ambiente.

Embalagens de plástico duro. Estou há uma semana tentando tirar meu mouse novo de uma dessas armaduras plásticas. Ontem, fui comprar uma tesoura e -inferno!- ela vinha com a mesma inviolável carapaça.

Quando nossa civilização acabar e só restarem ruínas, essas embalagens resistirão, incólumes. Sobre nós, dirão os homens do futuro: "Eram ignorantes, crédulos e autodestrutivos, mas, caramba, que embalagens produziam!".

A lista das coisas que não funcionam é longa, caro leitor, mas a coluna é curta, de modo que devo parar por aqui. Prometo retomar o assunto noutra oportunidade e abordar uma variação muito importante do tema: as ideias que não funcionam. Adianto aqui algumas delas: pintar a própria casa, camping e relação a três. Até breve.

antonioprata.folha@uol.com.br

domingo, 25 de setembro de 2011

amigos...amigass...filosofando!





Como um homem escolhe o amigo

[ David Coimbra]

Há quem diga que os amigos de verdade se mostram nas horas difíceis.

Bobagem.

É muito fácil ser amigo nas horas difíceis. A pessoa está frágil, está precisando de ajuda, e você lhe dá uma esmola de atenção, ou se torna presente num determinado evento, e é o que basta.

Não. Isso não basta. O amigo de verdade você conhece no dia a dia, nas pequenas ocorrências da vida. O amigo de verdade é aquele que demonstra respeito por você, que demonstra prazer com sua companhia e que demonstra interesse em partilhar com você os episódios da vida dele e da sua.

Não falo de dividir sentimentos. Não. Dividir sentimentos também é fácil. Qualquer mulher divide os seus sentimentos com outra mulher. E você acha que elas são amigas? Nada! Ela vai lá, queixa-se para a outra, desabafa e, quando segue cada uma para um lado, ela chama a outra de falsa. Falar sobre sentimentos é tão fácil que você pode fazê-lo com um completo desconhecido, alguém que o escuta a soldo e com diploma na parede.

O amigo está acima disso. O amigo jamais será grosseiro com você, mesmo quando você está de mau humor; o amigo estará sempre pronto sentar à mesa com você e falar de todas as pequenas coisas desimportantes da existência; o amigo entenderá quando você desmarcar o compromisso 15 minutos antes da hora marcada; o amigo aceitará marcar o compromisso 15 minutos antes da hora marcada; o amigo preocupa-se com você, mas não se importa com os seus erros; o amigo ri de você na sua frente e briga quando alguém ri de você às suas costas.

Esse é o amigo.

O amigo será sempre leal, mesmo que não esteja sempre presente.

Como é que um homem escolhe outro homem para ser seu amigo? Não é uma opção intelectual, nem lógica.

Estava vendo agora os resultados das pesquisas que indicam os motivos que fazem um homem escolher um clube para torcer. Por causa do pai, por causa do amigo, por causa das vitórias. São razões plausíveis. Mas existem algumas imponderáveis, algumas que um torcedor não sabe explicar.

São razões que estão além das afinidades eletivas, razões semelhantes àquelas que um homem tem para escolher o seu amigo. São razões da alma, profundas, secretas, que o homem nem sabe direito quais são, mas que estão lá. Que fazem com que ele se torne um torcedor fiel e um amigo leal. Para sempre.

Filhos são seres...






♥ Definição de filho por José Saramago:




"Filho é um ser que nos foi emprestado para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem... Isso mesmo !


Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo"


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é....a bela primavera,em seu apogeu....



Parabéns pra mim!!!

Com a chegada de mais uma primavera -chega na dádiva que é minha vida. Hoje quero agradecer profundamente a Deus, ao Universo e ao meu primeiro amor (mamãe) enfim... Agradecer e agradecer e agradecer infinitamente porque estou aqui.

E no decorrer de meus aninhos, devo dizer que sou uma súper estrela de grandes espetáculos, tudo até aqui foi e continua sendo muito intenso, lágrimas e risos, perdas e ganhos.

Passei por desertos que chegavam com a sede de boas notícias e com a sede de um tempo feliz com presenças importantes, mas não posso negar, muitos foram os momentos em que pisei na terra molhada e dancei com a chuva ao som da felicidade.

Os caminhos nem sempre foram tão lindos, as pedras e os espinhos machucavam, mas o perfume das rosas me acalmavam a alma, o vento me transportava a liberdade de sentimentos. As camélias em cores,suscitavam os olores,dos tempos...acalentados...
nos perfurmes,olfatos!

Alegrias e tristezas, comédias e tragédias... Tudo muito intenso e mágico. A vida é realmente um espetáculo, e a minha sempre foi dirigida pelo mais criativo dos diretores (DEUS), definitivamente hoje me sinto plena, radiante e grata. É chegada a primavera,belíssima.Com entornos,de chuvaradas,e chuvas finas...de sol que agrada,e
aquece...corações.

" Quem nos faz infelizes "!!! Paulo Santana





Quem nos faz infeliz?

Ninguém tem o direito de tornar os outros infelizes.

A minha felicidade, de alguma forma, eu tenho a chance de construí-la, mas ela não pode ser destruída pelos outros. Se isso acontecer, está se verificando um desastre.

Há pessoas que tornam outrem infeliz sem consciência do dano tremendo que causam ao alvo do seu ataque.

Mas, muitas vezes, quem faz outra pessoa infeliz o faz por crueldade.

Eu não gosto de me fixar muito na maldade, ela é uma doença de quem a pratica.

Quero, no entanto, me fixar em quem infelicita os outros não tendo consciência disso.

Esse fato é muito frequente nas relações humanas.

Quero dirigir minha palavra para os chefes e para os que de alguma forma exercitam liderança no emprego, na família, em qualquer agrupamento social.

É muito difícil e delicado ser chefe ou líder. O centro dessa dificuldade é que o chefe tem o dever de respeitar a remota soberania dos seus liderados.

Deve auscultar a capacidade criativa e construtiva dos liderados e não permitir que ela seja desperdiçada. Quando isso acontece, o chefe está tornando infeliz o seu chefiado.

Eu diria que a melhor virtude de um chefe, de um líder, é tanto saber interpretar o silêncio dos seus liderados quanto fazê-los por alguma forma menos silenciosos. O chefe tem o dever de demonstrar a sensibilidade de permitir o desabafo dos seus chefiados.

A relação entre o chefe e o chefiado jamais poderá ser presidida pelo silêncio. Se o for, estará cavado o abismo. E o que me interessa é que esse abismo significa diretamente a infelicidade completa e lamentável do chefiado.

O pior é quando o chefe faz desse silêncio o seu método.

A fonte de infelicidade de uma pessoa não pode ser seu pai ou sua mãe.

Pai e mãe nasceram para fazer felizes os seus filhos, não há trauma maior na vida de uma pessoa que ser infelicitada por seu pai ou por sua mãe. Esse é um desastre tão imenso e, na maioria das vezes, irreparável quanto o de uma pessoa ser infelicitada por seu filho ou por sua filha.

A vida consiste também em ter-se a habilidade e a arte de não infelicitar os outros.

Não temos o direito de infelicitar ninguém. Só temos o direito de infelicitar a nós próprios.

Deus nos livre da sorte de infelicitarmos os outros.

E o pior é quando nas últimas contas, sem nos darmos conta, estamos infelicitando os outros no afã da nossa própria felicidade.

Cuidado, examine bem a vida que está vivendo e procure notar se você está infelicitando alguém. Se isso estiver ocorrendo, salde essa dívida com o seu infelicitado.

Há sempre tempo para parar de infelicitar os outros. [ Paulo Santana]

O Medo de Errar,Martha Medeiros





MARTHA MEDEIROS

O medo de errar

A gente é a soma das nossas decisões.

É uma frase da qual sempre gostei, mas lembrei dela outro dia num local inusitado: dentro do súper. Comprar maionese, band-aid e iogurte, por exemplo, hoje requer expertise. Tem maionese tradicional, light, premium, com leite, com ômega 3, com limão, com ovos “free range”. Band-aid, há de todos os formatos e tamanhos, nas versões transparente, extratransparente, colorido, temático, flexível.

Absorvente com aba e sem aba, com perfume e sem perfume, cobertura seca ou suave. Creme dental contra o amarelamento, contra o tártaro, contra o mau hálito, contra a cárie, contra as bactérias. É o melhor dos mundos: aumentou a diversificação. E com ela, o medo de errar.

Assim como antes era mais fácil fazer compras, também era mais fácil viver. Para ser feliz, bastava estudar (magistério para as moças), fazer uma faculdade (Medicina, Engenharia ou Direito para os rapazes), casar (com o sexo oposto), ter filhos (no mínimo dois) e manter a família estruturada até o fim do dias. Era a maionese tradicional.

Hoje, existem várias “marcas” de felicidade. Casar, não casar, juntar, ficar, separar. Homem com mulher, homem com homem, mulher com mulher. Ter filhos biológicos, adotar, inseminação artificial, barriga de aluguel – ou simplesmente não tê-los.

Fazer intercâmbio, abrir o próprio negócio, tentar um concurso público, entrar para a faculdade. Mas estudar o quê? Só de cursos técnicos, profissionalizantes e universitários, há centenas. Computação Gráfica ou Informática Biomédica? Editoração ou Ciências Moleculares? Moda, Geofísica ou Engenharia de Petróleo?

A vida padronizada podia ser menos estimulante, mas oferecia mais segurança, era fácil “acertar” e se sentir um adulto. Já a expansão de ofertas tornou tudo mais empolgante, só que incentivou a infantilização: sem saber ao certo o que é melhor para si, surgiu o medo de crescer.

Todos parecem ter 10 anos menos. Quem tem 17, age como se tivesse 7. Quem tem 28, parece ter 18. Quem tem 39, vive como se fossem 29. Quem tem 40, 50, 60, mesma coisa. Por um lado, é ótimo ter um espírito jovial e a aparência idem, mas até quando se pode adiar a maturidade?

Só nos tornamos verdadeiramente adultos quando perdemos o medo de errar. Não somos apenas a soma das nossas escolhas, mas também das nossas renúncias. Crescer é tomar decisões e, depois, conviver pacificamente com a dúvida. Adolescentes prorrogam suas escolhas porque querem ter certeza absoluta – errar lhes parece a morte.

Adultos sabem que nunca terão certeza absoluta de nada, e sabem também que só a morte física é definitiva. Já “morreram” diante de fracassos e frustrações, e voltaram pra vida. Ao entender que é normal morrer várias vezes numa única existência, perdemos o medo – e finalmente crescemos.

domingo, 11 de setembro de 2011

Conexão com um tempo...



Um tempo que nem existe,e existirá?

Se considerarmos que o que existe mesmo é o presente, por que dizem que é tão importante viver o tempo futuro? Qual é, afinal, nossa conexão com um tempo que ainda não existe e que nem sabemos se existirá? Acompanhe esta história: o Paraná tem um símbolo que é praticamente desconhecido fora daquele estado: a gralha-azul. Trata-se de uma ave da família dos corvídeos, que encanta pela beleza de suas penas azuis, gradualmente mais escuras na cabeça e no peito

O Paraná tem um símbolo que é praticamente desconhecido fora daquele estado: a gralha-azul. Trata-se de uma ave da família dos corvídeos, que encanta pela beleza de suas penas azuis, gradualmente mais escuras na cabeça e no peito. Para os paranaenses, esse animal-símbolo é tão importante que, diz a lenda, um caçador que tente acertá-lo com um tiro verá sua espingarda negar fogo ou até explodir, pois a gralha-azul é protegida dos espíritos da floresta das araucárias.


Tal devoção deve-se a uma característica do pássaro: ele é o responsável pela disseminação da Araucaria angustifolia, o majestoso pinheiro paranaense, que já recobriu a quase totalidade daquele estado e também de boa parte de toda a região Sul e de São Paulo.


O detalhe curioso fica por conta do método empregado pela gralha: ela enterra os pinhões e, destes, nascerão novos pinheiros. Trata-se então de uma semeadora compulsiva e incansável, que dedica sua vida à proliferação da bela árvore. A explicação para tal comportamento é que a gralhinha tem duas características: preocupação com o futuro e péssima memória. Enterra as sementes com a intenção de guardá-las e consumi-las mais tarde, mas esquece-se de onde as guardou, possibilitando assim sua germinação.

A gralha-azul é um dos poucos exemplos que colhemos no mundo natural de animal que tem preocupação com o futuro. Bichos têm consciência do presente, do aqui e agora, das necessidades imediatas, mas, com raras exceções, como a do pássaro sulista, vivem em total despreocupação com o dia de amanhã. Não conhecem tempo, não têm noção de futuro e, do passado, guardam apenas as memórias que reforçam seus instintos. E é nesse capítulo que encontramos um imenso diferencial humano: nós, sim, conhecemos o conceito de tempo. Sabemos que o presente em que nos encontramos tem conexões com um tempo que passou e com um tempo que virá.

Nunca saberemos quando o homem começou a ter tal noção de tempo, mas sabemos que somos a única espécie dotada de consciência temporal. A memória do passado e, principalmente, a imagem do futuro são qualidades mentais sofisticadas demais para qualquer outra espécie que não a humana. Nosso córtex cerebral é a parte mais elaborada de nosso cérebro e, com tais características, é uma exclusividade humana. Uma das qualidades do córtex é a análise de um número muito maior de variáveis a cada processo de tomada de decisão, entre elas, o tempo. Somos capazes, por exemplo, de adiar o prazer, e até aceitar algum sofrimento, desde que ele esteja a serviço de um futuro mais prazeroso. Essa é uma das vantagens competitivas que nos permitiram assumir uma posição de mando e controle no planeta, ainda que haja tanto descontrole.


Entretanto, mesmo entre nós, racionais, conscientes de nossa posição neste mundo e neste tempo, há variações na maneira de fazermos conexões com o futuro. Pelo menos três categorias são bastante claras, e, entre elas, diferentes graus de profundidade podem ser identificados: o descaso, a previsão e a construção. Vamos a elas.


• O descaso: Nesta categoria colocamos todos os que não se preocupam com o futuro, apesar de saberem que ele existe. Pare estes cabe a expressão latina carpe diem, que quer dizer “viva o presente”. É uma recomendação que se faz à pessoa que diz que será feliz, ou realizada, ou tranquila, “quando” acontecer alguma coisa. Quando se formar, quando comprar sua casa, quando ganhar dinheiro, quando casar, quando... Para esse tipo de pessoa, a felicidade é um projeto e não o que deve ser, um estilo de vida. Para uma pessoa assim, carpe diem nela!


O carpe diem com recomendação para que se aproveite o presente é excelente, mas, como desculpa para ignorar o futuro, pode virar uma armadilha. O que não dá para esquecer é que o futuro vai virar presente, e que este será melhor ou pior a depender das ações de hoje. Tudo está conectado, um ato de hoje terá repercussão amanhã.

< Eugenio Mussak>

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Só uma Faxina,de Martha Medeiros






Estava precisando fazer uma faxina em mim...
Jogar fora alguns pensamentos indesejados,
tirar o pó de uns sonhos, lavar alguns desejos que estavam enferrujando...
Tirei do fundo das gavetas lembranças que não uso e não quero mais.
Joguei fora ilusões, papéis de presente que nunca usei, sorrisos que nunca
darei...
Joguei fora a raiva e o rancor nas flores murchas guardadas num livro que
não li.



Peguei meus sorrisos futuros e alegrias pretendidas e as coloquei num
cantinho, bem arrumadinhas.
Fiquei sem paciência! Tirei tudo de dentro do armário e fui jogando no chão:
paixões escondidas, desejos reprimidos, palavras horríveis que nunca
queria ter dito,
mágoas de uma amiga sem gratidão, lembranças de um dia triste...
Mas lá havia outras coisas... Belas!!!
Uma lua cor de prata... Os abraços...
Aquela gargalhada no cinema, o primeiro beijo...
O pôr do sol... Uma noite de amor.
Encantada e me distraindo, fiquei olhando aquelas lembranças.
Sentei no chão.
Joguei direto no saco de lixo os restos de um amor que me magoou.
Peguei as palavras de raiva e de dor que estavam na prateleira de cima -
pois quase não as uso - e também joguei fora!
Outras coisas que ainda me magoam, coloquei num canto para depois ver o que
faço, se as esqueço ou se vão pro lixo.
Revirei aquela gaveta onde se guarda tudo de importante: amor, alegria,
sorrisos, fé?
Como foi bom!!!
Recolhi com carinho o amor encontrado.
Dobrei direitinho os desejos, perfumei na esperança,
passei um paninho nas minhas metas e deixei-as à mostra.
Coloquei nas gavetas de baixo, lembranças da infância;
em cima, as de minha juventude, e pendurado bem a minha frente,
coloquei a minha capacidade de amar... E de RECOMEÇAR.

sábado, 3 de setembro de 2011

" Solidão , essa doença "

Professor universitário e membro titular

Da Academia Nacional de Medicina,José J.Camargo


Numa clínica de dor em Madrid - na entrevista de cinco pacientes novos,o coordenador explicou que precisava avaliar o nível de sofrimento do grupo,e pediu,que cada um classificasse sua dor,de :1( um ) a 10(dez),sendo 10( dez ) a maior imaginável.O primeiro não deixou por menos: cravou um dez com convicção.O segundo assumiu o mesmo escore,talvez temendo merecer menos atenção.O terceiro paciente,com a imagem da dor estampada,afirmou que na sua escala de sofrimento,17( dezessete ) ficaria bem.O quarto,impressionado com o martírios de seus pares,admitiu que 9 seria provavelmente,mais justo,.


O último paciente,um pouco envergonhado,referiu que sua graduação era 1 ( UM)

Quando o médico questionou sua presença nesta clínica - já que ele não deveria sentir dor - , ele afirmou:" eu tenho câncer como todos aqui,e como todos aqui,também vou morrer.Acontece que não tenho ninguém para cuidar de mim.Eu sei que isso não tem escore, mas podem acreditar que esta solidão é a p ior dor"...sim a pior dor,é a solidão.


O Código Internacional de Doenças ( CID ), por pura distração,ainda não catalagou a solidão como doença,mas ela é, sem dúvida , a grande enfermidade da sociedade contemporânea.

A promiscuidade afetiva da vida moderna,e a fantástica capacidade de interação instantânea contribui para a falsa sensação de que não estamos sozinhos.


Porém quando uma circunstância especial como a doença restringe a nossa capacidade de comunicação , percebemos que a ilha da fraternidade que construímos com milhões de mensagens e torpedos afetuosos é pura fantasia.


O Paciente , fragilizado pela ameação da morte,sempre buscou na palavra do

médico mais do que a promessa de ajuda.Ele quer um compromisso da parceria,admitindo que não ter com quem dividir sofrimento,só faz multiplicá-lo.


Quem trabalha com transplante,por exemplo,descobre no convívio com o desespero levado ao limite,que a disposição para lutar pela vida depende de uma equação simples: " amor,pra dar/ amor para receber.


Os ricos de afeto ultrapassam todas as estimativas de sobrevida porque lhes encanta viver.Por outro lado,é triste flagrar o desinteresse com que os mal amados encaram a perspectiva de batalhar por uma vida que lhes negou a generosa cumplicidade do amor compartilhado.

Certo estava quem escreveu que a maior tragédia do homem é o que morre dentro dele, enquanto ele ainda está vivo !!!







sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A saúde e as emoções


Entrevista com o Dr. Jorge Carvajal, médico cirurgião da Universidade de Andaluzia, Espanha, pioneiro da Medicina Bioenergética.


Qual adoece primeiro: o corpo ou a alma?
A alma não pode adoecer, porque é o que há de perfeito em ti, a alma evolui, aprende. Na realidade, boa parte das enfermidades são exatamente o contrário: são a resistência do corpo emocional e mental à alma. Quando nossa personalidade resiste aos desígnios da alma, adoecemos.
A Saúde e as Emoções.
Há emoções prejudiciais à saúde? Quais são as que mais nos prejudicam?
70 por cento das enfermidades do ser humano vêm do campo da consciência emocional. As doenças muitas vezes procedem de emoções não processadas, não expressadas, reprimidas. O medo, que é a ausência de amor, é a grande enfermidade, o denominador comum de boa parte das enfermidades que temos hoje. Quando o temor se congela, afeta os rins, as glândulas suprarrenais, os ossos, a energia vital, e pode converter-se em pânico.
Então nos fazemos de fortes e descuidamos de nossa saúde?
De heróis os cemitérios estão cheios. Tens que cuidar de ti. Tens teus limites, não vás além. Tens que reconhecer quais são os teus limites e superá-los, pois, se não os reconheceres, vais destruir teu corpo.

Como a raiva nos afeta?

A raiva é santa, é sagrada, é uma emoção positiva, porque te leva à auto-afirmação, à busca do teu território, a defender o que é teu, o que é justo. Porém, quando a raiva se torna irritabilidade, agressividade, ressentimento, ódio, ela se volta contra ti e afeta o fígado, a digestão, o sistema imunológico.
Então a alegria, ao contrário, nos ajuda a permanecer saudáveis?
A alegria é a mais bela das emoções, porque é a emoção da inocência, do coração e é a mais curativa de todas, porque não é contrária a nenhuma outra. Um pouquinho de tristeza com alegria escreve poemas. A alegria com medo leva-nos a contextualizar o medo e a não lhe darmos tanta importância.
A alegria acalma os ânimos?
Sim, a alegria suaviza todas as outras emoções, porque nos permite processá-las a partir da inocência. A alegria põe as outras emoções em contato com o coração e dá-lhes um sentido ascendente. Canaliza-as para que cheguem ao mundo da mente.
E a tristeza?
A tristeza é um sentimento que pode te levar à depressão quando te deixas envolver por ela e não a expressas, porém ela também pode te ajudar. A tristeza te leva a contatares contigo mesmo e a restaurares o controle interno. Todas as emoções negativas têm seu próprio aspecto positivo.Tornamo-las negativas quando as reprimimos.
Convém aceitarmos essas emoções que consideramos negativas como parte de nós mesmos?
Como parte para transformá-las, ou seja, quando se aceitam, fluem, e já não se estancam e podem se transmutar. Temos de as canalizar para que cheguem à cabeça a partir do coração. Que difícil! Sim, é muito difícil. Realmente as emoções básica são o amor e o medo (que é ausência de amor), de modo que tudo que existe é amor, por excesso ou deficiência. Construtivo ou destrutivo. Porque também existe o amor que se aferra, o amor que superprotege, o amor tóxico, destrutivo.
Como prevenir a enfermidade?
Somos criadores, portanto creio que a melhor forma é criarmos saúde. E, se criarmos saúde, não teremos que prevenir nem combater a enfermidade, porque seremos saúde.
E se aparecer a doença?
Teremos, pois, de aceitá-la, porque somos humanos. Krishnamurti também adoeceu de um câncer de pâncreas e ele não era alguém que levasse uma vida desregrada. Muita gente espiritualmente muito valiosa já adoeceu. Devemos explicar isso para aqueles que crêem que adoecer é fracassar.
O fracasso e o êxito são dois mestres e nada mais. E, quando tu és o aprendiz, tens que aceitar e incorporar a lição da enfermidade em tua vida... Cada vez mais as pessoas sofrem de ansiedade. A ansiedade é um sentimento de vazio, que às vezes se torna um oco no estômago, uma sensação de falta de ar. É um vazio existencial que surge quando buscamos fora em vez de buscarmos dentro. Surge quando buscamos nos acontecimentos externos, quando buscamos muleta, apoios externos, quando não temos a solidez da busca interior. Se não aceitarmos a solidão e não nos tornarmos nossa própria companhia, sentiremos esse vazio e tentaremos preenchê-lo com coisas e posses. Porém, como não pode ser preenchido de coisas, cada vez mais o vazio aumenta.
Então, o que podemos fazer para nos libertarmos dessa angústia?
Não podemos fazer passar a angústia comendo chocolate ou com mais calorias, ou buscando um príncipe fora. Só passa a angústia quando entras em teu interior, te aceitas como és e te reconcilias contigo mesmo. A angústia vem de que não somos o que queremos ser, muito menos o que somos, de modo que ficamos no "deveria ser", e não somos nem uma coisa nem outra. O stress é outro dos males de nossa época. O stress vem da competitividade, de que quero ser perfeito, quero ser melhor, quero ter uma aparência que não é minha, quero imitar. E realmente só podes competir quando decides ser um competidor de ti mesmo, ou seja, quando queres ser único, original, autêntico e não uma fotocópia de ninguém. O stress destrutivo prejudica o sistema imunológico. Porém, um bom stress é uma maravilha, porque te permite estar alerta e desperto nas crises e poder aproveitá-las como oportunidades para emergir a um novo nível de consciê ncia.
O que nos recomendaria para nos sentirmos melhor com nós mesmos?
A solidão. Estar consigo mesmo todos os dias é maravilhoso. Passar 20 minutos consigo mesmo é o começo da meditação, é estender uma ponte para a verdadeira saúde, é aceder o altar interior, o ser interior. Minha recomendação é que a gente ponha o relógio para despertar 20 minutos antes, para não tomar o tempo de nossas ocupações. Se dedicares, não o tempo que te sobra, mas esses primeiros minutos da manhã, quando estás rejuvenescido e descansado, para meditar, essa pausa vai te recarregar, porque na pausa habita o potencial da alma.
O que é para você a felicidade?
É a essência da vida. É o próprio sentido da vida. Estamos aqui para sermos felizes, não para outra coisa. Porém, felicidade não é prazer, é integridade. Quando todos os sentidos se consagram ao ser, podemos ser felizes. Somos felizes quando cremos em nós mesmos, quando confiamos em nós, quando nos empenhamos transpessoalmente a um nível que transcende o pequeno eu ou o pequeno ego. Somos felizes quando temos um sentido que vai mais além da vida cotidiana, quando não adiamos a vida, quando não nos alienamos de nós mesmos, quando estamos em paz e a salvo com a vida e com nossa consciência. Viver o Presente.
É importante viver no presente? Como conseguir?
Deixamos ir-se o passado e não hipotecamos a vida às expectativas do futuro quando nos ancoramos no ser e não no ter, ou a algo ou alguém fora. Eu digo que a felicidade tem a ver com a realização, e esta com a capacidade de habitarmos a realidade. E viver em realidade é sairmos do mundo da confusão.
Na sua opinião, estamos tão confusos assim?
Temos três ilusões enormes que nos confundem:
Primeiro: cremos que somos um corpo e não uma alma, quando o corpo é o instrumento da vida e se acaba com a morte.
Segundo: cremos que o sentido da vida é o prazer, porém com mais prazer não há mais felicidade, senão mais dependência... Prazer e felicidade não são o mesmo. Há que se consagrar o prazer à vida e não a vida ao prazer.
Terceiro: ilusão é o poder; desejamos o poder infinito de viver no mundo. E do que realmente necessitamos para viver? Será de amor, por acaso?
O amor, tão trazido e tão levado, e tão caluniado, é uma força renovadora. O amor é magnífico porque cria coesão. No amor tudo está vivo, como um rio que se renova a si mesmo. No amor a gente sempre pode renovar-se, porque ordena tudo. No amor não há usurpação, não há transferência, não há medo, não há ressentimento, porque quando tu te ordenas, porque vives o amor, cada coisa ocupa o seu lugar, e então se restaura a harmonia. Agora, pela perspectiva humana, nós o assimilamos com a fraqueza, porém o amor não é fraco.
Enfraquece-nos quando entendemos que alguém a quem amamos não nos ama. Há uma grande confusão na nossa cultura. Cremos que sofremos por amor, porém não é por amor, é por paixão, que é uma variação do apego. O que habitualmente chamamos de amor é uma droga. Tal qual se depende da cocaína, da maconha ou da morfina, também se depende da paixão. É uma muleta para apoiar-se, em vez de levar alguém no meu coração para libertá-lo e libertar-me. O verdadeiro amor tem uma essência fundamental que é a liberdade, e sempre conduz à liberdade. Mas às vezes nos sentimos atados a um amor. Se o amor conduz à dependência é Eros. Eros é um fósforo, e quando o acendes ele se consome rapidamente em dois minutos e já te queima o dedo. Há amores que são assim, pura chispa. Embora essa chispa possa servir para acender a lenha do verdadeiro amor. Quando a lenha está acesa, produz fogo. Esse é o amor impessoal, que produz luz e calor .
Pode nos dar algum conselho para alcançarmos o amor verdadeiro?
Somente a verdade. Confia na verdade; não tens que ser como a princesa dos sonhos do outro, não tens que ser nem mais nem menos do que és. Tens um direito sagrado, que é o direito de errar; tens outro, que é o direito de perdoar, porque o erro é teu mestre. Ama-te, sê sincero contigo mesmo e leva-te em consideração. Se tu não te queres, não vais encontrar ninguém que possa te querer. Amor produz amor. Se te amas, vais encontrar amor. Se não, vazio. Porém nunca busques migalhas, isso é indigno de ti. A chave então é amar-se a si mesmo. E ao próximo como a ti mesmo. Se não te amas a ti, não amas a Deus, nem a teu filho, porque estás apenas te apegando, estás condicionando o outro. Aceita-te como és; não podemos transformar o que não aceitamos, e a vida é uma corrente permanente de transformações.



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Prof. Dr. Maurício Paes Landim
Professor Adjunto de Cardiologia UFPI/UESPI
Mestre em Medicina
Doutor em Cardiologia

brotando os sonhos ,transformando desejos




O poder de transformar desejos em realidade habita o mesmo terreno fértil de onde brotam os sonhos: sua mente

"Sonhar pouco significa aferrar-se às coisas como elas são e não como podem vir a ser" - Dulce Critelli, filósofa


O devaneio é uma área de descanso no meio de tantas demandas que chegam do exterior" - Maria Bonafé Sei, psicóloga e arteterapeuta
Por mais nublada que esteja a realidade, se esforçar para ver uma luz no fim do túnel tem efeito transformador sobre a saúde, bem-estar e sucesso profissional

estranhos a nós mesmos?





Estranhos a nós mesmos
Nascemos sozinhos, vivemos sozinhos e morremos sozinhos. A solitude é nossa verdadeira natureza, mas não estamos cientes dela.

Por não estarmos cientes, permanecemos estranhos a nós mesmos e, em vez de vermos nossa solitude como uma imensa beleza e bem-aventurança, silêncio, paz e um estar à vontade com a existência, a interpretamos erroneamente como solidão.

A solidão é uma solitude mal-interpretada. E, quando se interpreta a solitude como solidão, todo o contexto muda. A solitude tem uma beleza e uma imponência, uma positividade; a solidão é pobre, negativa, escura, melancólica.

A solidão é uma lacuna. Algo está faltando, algo é necessário para preenchê-la e nada jamais pode preenchê-la, porque, em primeiro lugar, ela é um mal-entendido. À medida que você envelhece, a lacuna também fica maior.

As pessoas têm tanto medo de ficar consigo mesmas que fazem qualquer tipo de estupidez. Vi pessoas jogando baralho sozinhas, sem parceiros. Inventaram jogos de cartas em que a mesma pessoa pode fazer o papel dos dois adversários.

Aqueles que conheceram a solitude dizem algo completamente diferente. Eles dizem que não existe nada mais belo, mais sereno, mais agradável do que estar só.

A pessoa comum insiste em tentar esquecer sua solidão e o meditador começa a ficar mais e mais familiarizado com sua solitude. Ele deixou o mundo, foi para as cavernas, para as montanhas, para a floresta, apenas para ficar só. Ele quer saber quem ele é. Na multidão é difícil; existem tantas perturbações...

E aqueles que conheceram suas solitudes conheceram a maior das bem-aventuranças possíveis aos seres humanos, porque seu verdadeiro ser é bem-aventurado.

Depois de entrar em sintonia com sua solitude, você poderá se relacionar, o que lhe trará grandes alegrias, porque a relação não acontecerá a partir do medo.

Ao encontrar sua solitude, você poderá criar, poderá se envolver com tantas coisas quanto quiser, porque esse envolvimento não será mais fugir de si mesmo. Agora, ele terá a sua expressão, será a manifestação de tudo o que é seu potencial.

Mas o básico é conhecer inteiramente sua solitude.

Assim, lembro a você, não confunda solitude com solidão. A solidão certamente é doentia; a solitude é saúde perfeita.

Seu primeiro e mais fundamental passo em direção à descoberta do significado e do sentido da vida é mergulhar na sua solitude. Ela é seu templo, é onde vive seu deus, e você não pode encontrar esse templo em nenhum outro lugar.


Osho, em "Amor, Liberdade e Solitude: Uma Nova Visão Sobre os Relacionamentos"

reflexão





Não temos em nossas mãos as soluções para todos os problemas mundiais, mas, diante de todos os problemas do mundo, temos nossas mãos..."


Reflexão...

"Pensem sempre que hoje é só o começo de tudo, que se houver algo errado ainda está em tempo de ser mudado e que o resto de nossas vidas de certa forma ainda está em nossas mãos." (Silvana Duboc)
Ser universalista significa viver de mente e coração abertos respeitando a tudo e a todos. Mas também significa usar o discernimento, o amor e a luz para saber filtrar as coisas. (Wagner Borges)

E, setembro, chegou...







E SETEMBRO CHEGOU ...

E chega novamente setembro
Chega majestoso com céu azul e sol
Trazendo-me esperanças de dias lindos
De novas flores se abrindo no meu jardim
As esperanças de dias melhores, voltam.
O vento suave,
Trará fragrâncias de essências raras
Vinda das muitas flores multicoloridas
Que certamente espalharão pelo ar.
E as borboletas de várias cores
Voaram felizes para beber o pólen.
É setembro outra vez...
...o sol da minha vida voltará a brilhar.
Cheio de alegria
Verei as fontes de águas límpidas, cristalinas
As noites enluaradas, salpicadas de estrelas
Me convidando a viver, sonhar e a amar.
Mesmo porque, meus setembros são lindos.

- Joe Luigi -

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

escrever é felicidade





Escrever

"O transe poético é o experimento de uma realidade anterior a você. Ela te observa e te ama. Isto é sagrado. É de Deus. É seu próprio olhar pondo nas coisas uma claridade inefável. Tentar dizê-la é o labor do poeta."(Adélia Prado)


"Eu só escrevo quando eu quero, eu sou uma amadora e faço questão de continuar a ser amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever, ou então em relação ao outro. Agora, eu faço questão de não ser profissional, para manter minha liberdade".

(Clarice Lispector)

"Uns escrevem para salvar a humanidade ou incitar lutas de classes, outros para se perpetuar no manuais de literatura ou conquistar posições e honrarias. Os melhores são os que escrevem pelo prazer de escrever."(Lêdo Ivo)


"Não é fácil escrever. É duro quebrar rochas... Mas já que se há de escrever, que ao menos não se esmaguem com palavras as entrelinhas. Minha liberdade é escrever. A palavra é o meu domínio sobre o mundo."
(Clarice Lispector)


"Escrever é fácil: você começa com uma letra maiúscula e termina com um ponto final. No meio você coloca idéias." (Pablo Neruda)

"Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida."(Clarice Lispector)


"Escrever é deixar uma marca. É impor ao papel em branco um sinal permanente, é capturar um instante em forma de palavra."

- Margaret Atwood


"Escrever é procurar entender, é procurar reproduzir o irreproduzível, é sentir até o último fim o sentimento que permaneceria apenas vago e sufocador. Escrever é também abençoar uma vida que não foi abençoada"(Clarice Lispector)

"The grand essentials of happiness are: something to do, something to love, and something to hope for." (Allan K. Chalmers)

vá até o fim,não pares





Até o fim

Não, não pares

É graça divina

Começar bem.

Graça maior

Persistir na caminhada certa

Manter o ritmo...

Mas a graça das graças

É não desistir.

Podendo ou não podendo

Caindo, embora aos pedaços

Chegar ao fim .

< Dom Hélder Camara>