terça-feira, 31 de maio de 2011

Divorciar-se da " infelicidade" !!!

A Coragem para ser Feliz

Continuamos a perder muitas coisas na vida só por causa da falta de coragem. Na verdade, nenhum esforço é necessário para conquistar – só é preciso coragem – e as coisas começarão a vir até você, em vez de você ir atrás delas. Pelo menos no mundo interior é assim.

E para mim, ser feliz é a maior coragem. Ser infeliz é uma atitude muito covarde. Na realidade, para ser infeliz, não é preciso nada. Qualquer covarde pode ser, qualquer tolo pode ser. Todo mundo é capaz de ser infeliz; para ser feliz é preciso coragem – é um risco tremendo.

Não temos o costume de pensar assim. Nós pensamos: “ O que é preciso para ser feliz? Todo mundo quer ser feliz.” Isso está absolutamente errado. É muito raro uma pessoa estar pronta para ser feliz – as pessoas investem tanto na infelicidade! Elas adoram ser infelizes. Na verdade, elas são felizes por serem infelizes.

Há muitas coisas para se entender – sem entendê-las é muito difícil se livrar da mania de ser infeliz. A primeira coisa é: ninguém está prendendo você; é você que decidiu ficar na prisão da infelicidade. Ninguém prende ninguém. O homem que está pronto para sair dela, pode sair quando quiser. Ninguém mais é responsável. Se uma pessoa é infeliz, é ela mesma a responsável. Mas a pessoa infeliz nunca aceita a responsabilidade – é por isso que continua infeliz. Ela diz: “ Estão me fazendo infeliz” .

Se outra pessoa está fazendo com que você seja infeliz, naturalmente não há nada que você possa fazer. Se você mesmo está causando a sua infelicidade, alguma coisa pode ser feita… alguma coisa pode ser feita imediatamente. Então ser ou não ser infeliz está nas suas mãos. Todavia as pessoas ficam jogando nos outros a responsabilidade – às vezes na mulher, às vezes no marido, às vezes na família, no condicionamento, na infância, na mãe, no pai… outras vezes na sociedade, na história, no destino, em Deus – mas não param de jogar nos outros. Os nomes são diferentes, mas o truque é sempre o mesmo.

Um homem torna-se realmente um homem quando aceita a responsabilidade total – é responsável pelo quer que seja. Essa é a primeira forma de coragem, a maior delas. É muito difícil aceitá-la porque a mente vai continuar dizendo: “Se você é responsável, porque criou isso?”. Para evitar isso, dizemos que os outros são responsáveis: “O que eu posso fazer? Não tem jeito… sou uma vítima! Sou jogado daqui para ali por forças maiores que eu e não posso fazer nada. Posso no máximo chorar porque sou infeliz e ficar ainda mais infeliz chorando”. E tudo cresce – se você cultiva uma coisa, ela cresce. Então você vai cada vez mais fundo… mergulha cada vez mais fundo.

Ninguém, nenhuma outra força, está fazendo nada a você. É você e só você. Isso resume toda a filosofia do karma – que é o seu fazer; karma significa ‘fazer’. Você fez e pode desfazer. E não é preciso esperar, postergar. Não é preciso tempo – você pode simplesmente pular fora disso.

Mas nós nos habituamos. Se pararmos de ser infelizes, nos sentiremos muito sozinhos, perderemos nossa maior companhia. A infelicidade virou nossa sombra – nos segue por toda a parte. Quando não há ninguém por perto, pelo menos a infelicidade está ali presente – você se casa com ela. E trata-se de um casamento muito, muito longo; você está casado com a sua infelicidade há muitas vidas.

Agora chegou a hora de se divorciar dela. Isto é o que eu chamo de a grande coragem – divorciar-se da infelicidade, perder o hábito mais antigo da mente humana, a companhia mais fiel.








É preciso coragem para ser feliz...



“Siga a sua felicidade e o Universo irá abrir portas para você onde antes só haviam paredes.”

Joseph Campbell










Neste texto de Osho, ele fala como nos esforçamos para manter a nossa infelicidade e como somos covardes frente à mudança que pode nos trazer a felicidade. Em outros posts, eu havia trago outros trechos dos discursos de Osho, sobre como as pessoas utilizam a própria infelicidade para serem mais aceitas pelos outros (A sua felicidade incomoda todo mundo). Parece que quando somos miseráveis (não só no sentido financeiro) os outros nos tratam melhor. Conheço pessoas que são doentes “crônicos”, não porque realmente há algo de errado com sua saúde ou seu corpo, mas porque foi essa a única maneira que conseguiram para chamar a atenção de familiares, para fazer amigos ou até para manter um cônjuge ao seu lado. Pior do que isso, é que o estado de infelicidade é comumente admitido como sendo, na verdade, o estado “normal” de um indivíduo (Um Buda é impossível para Freud). No texto de hoje, Osho fala que não é preciso nada, além de um pouco mais de coragem para ser feliz e que a primeira atitude corajosa que uma pessoa decidida a ser feliz deve ter é se responsabilizar por absolutamente tudo que acontece em sua vida. Tomando essa primeira atitude, as coisas simplesmente passam a acontecer para você, de modo a reforçar ainda mais o caminho que você escolheu para ser feliz.

Viver consigo mesmo...ser a nossa melhor companhia








Viver consigo mesmo





Deus chama cada um de nós pelo nosso próprio nome.
Isso define nossa identidade e nossa individualidade.
Ninguém foi feito para viver só e poucas coisas são tão pesadas quanto o vazio da solidão.
Paradoxalmente, para se viver bem com outros é fundamental viver bem consigo mesmo.
Ninguém é vida de ninguém.
Ninguém e nada deve ser a vida de alguém.
A dependência de alguém ou de alguma coisa para o que quer que seja, tira nossa liberdade de ser, possuir e alcançar frutos que só pertencem a nós.
Privilegiados são os momentos que passamos com a família, colegas, amigos e pessoas que amamos.
E privilegiados também devem ser aqueles instantes necessários à nós mesmos, não quando nos bastamos, mas quando nos satisfazemos, sem a espera de um fator exterior que venha mudar nosso humor, nosso olhar do mundo.
O que precisamos aprender é que somos parte integrante do mundo, como células individuais que formam um corpo e dão sentido a um grupo inteiro.
As pessoas que depositam a felicidade, esperança e amor nas mãos de outros são as que se decepcionam com mais frequência e correm o grande risco de viver aleijadas no depois, quando a felicidade não chega, a esperança voa e o amor pousa em outros lugares.
É no silêncio que ouvimos as batidas do nosso coração.
É quando outras vozes se calam que a nossa voz interior fala mais alto e profundamente e aprendemos o valor da vida.
Jesus retirava-se de vez em quando para orar.
Se nos montes ou nos desertos, mostrou que momentos em que passamos sós não nos anulam ou diminuem, mas enriquecem quem somos e fortalecem os vínculos com nosso Criador.
Quem aprende a estar consigo, aprende a estar com os outros.
Quem se conhece, dá mais de si.
Aquele que vive bem com a vida não espera que façam, ele faz e o mundo acontece.

domingo, 29 de maio de 2011

Ousadia que está em nós ... !!!




Quando penso na educação de nossos dias quase não vejo ousadia, quase não ouço falar em novidades ou mudanças, embora educação lembre transformação, dinamismo, criação.
Para que haja mudanças é preciso ousar! As mudanças trazem em si os germes de idéias espetaculares.

É preciso ousar transformar velhas receitas em novas fórmulas; ousar experimentar novos caminhos na prática de sala de aula, nas avaliações, na relação com os alunos.
Professores ousam quando escutam os alunos, quando dividem com eles a responsabilidade pela solução de problemas cotidianos e do grupo, quando podem ser espontâneos e éticos, quando podem ser afetivos e quando conseguem, sobretudo, ser criativos.

Por que há tantos empecilhos quando se pensa em criar, variar, experimentar? Por que fica um medo no ar sempre que algo novo desponta?
A maioria das pessoas se apóia no que deu certo, mesmo que tenha sido um sucesso aparente, ou apenas uma experiência razoável.

O conservadorismo traz segurança para quem se acomoda e não dá atenção às idéias.Para ousar também é preciso deslocar coisas, pessoas, pensamentos.
Talvez esse deslocamento gere muita angústia. Mas é a angústia mobiliza e produz resultados.

Há muitos educadores e algumas instituições competentes experimentando o novo, apesar de todas as dificuldades sociais e culturais sempre presentes. Sei que representam a minoria, e sei também que as minorias já provocaram transformações sociais importantíssimas.
Atualmente parece penoso e até “perigoso” para a reputação de qualquer instituição privilegiar a formação, em detrimento da preparação para o vestibular ou para uma atuação alienada e morna na sociedade.

É difícil ser diferente da maioria e nadar contra a corrente. Mas precisamos insistir; resultados significativos começam a aparecer.
Há algumas semanas ouvi no rádio o depoimento do coordenador do vestibular da Unicamp e fiquei admirada e feliz. Infelizmente não me recordo seu nome mas quero transcrever aqui o recado que ele deixou para os vestibulandos, mais ou menos assim:
“-Cheguem pontualmente e, sobretudo, venham tranqüilos. As provas foram elaboradas para que todos tenham a possibilidade de se sair bem...as questões são familiares e não há pegadinhas! (as famosas “pegadinhas” para confundir os alunos, lembram-se?). Portanto fiquem serenos e confiantes.”
Tive a sensação, prazerosa, de que esse professor gosta de ensinar e quer que os alunos aprendam; torce pelo aprendizado e não pelo prestígio de quem ensina.

Educar é criar possibilidades, criar condições dos alunos acertarem mais e muitas vezes, orientando-os na busca pelo auto-conhecimento através da valorização de suas habilidades.

É preciso continuar ensinando, sim. Porém, é urgente que se ensine adequadamente, respeitando as diferenças, as qualidades individuais e valorizando o que cada um tem para dar. Muitas escolas ainda massacram os alunos com um lastimável apreço pela padronização e uma quantidade de conteúdo infindável.
Tenho consciência de que estou repetindo palavras antigas, queixas de décadas passadas...
Vivo a experiência de ser minoria.
Não faz mal! A maioria não tem feito grandes progressos. A maioria continua sobrevivendo, repetindo as velhas fórmulas, esperando.

Viva a minoria que não espera e ousa. Viva!


Ousadia...

A palavra há em mim.
Arraigada paixão
que funde corpo, alma,
pensamentos...
A palavra há em todos,
assim como estrelas habitam
o vazio do caos.
Por que só em mim
recai a maldição da idéia?


*Cláudia Arbex é psicanalista formada pelo Instituto Sedes Sapientiae e educadora e psicopedagoga formada pela PUC- SP



"É na limitação que se revela o mestre"


Quando deixamos de encontrar em Deus a grandeza, também não a encontramos em parte alguma. Então, ou a negamos, ou temos que criá-la"


Dando as regras




“Eu quero um namorado, não um dono.” Uma grande amiga me disse apenas isso como justificativa para o fim do seu namoro de seis meses.
Se doeu, feriu, deu raiva ou alívio, ela não detalhou, mas foi o suficiente pra que eu entendesse que sua liberdade é a maior prioridade num namoro.
Liberdade é um assunto que quando cogitados na atmosfera romântica, se distorce e vira outra coisa, soa como promiscuidade.
Tirar um domingo pra caminhar sozinha é motivo de desconfiança. Sair apenas com as amigas é crime sem direito a fiança. Ao menor sinal, radares com sérios problemas de miopia apontam em sua direção e antes que você chame um advogado ou testemunha, já está sentenciada e cumprindo pena. Não é à toa que muita gente compara relacionamento com prisão. Neste caso, a asfixia é a mesma.
O conceito é este: juntos, quer dizer, fundidos. As opiniões individuais caem fora, e nesta hora um dos dois tem que se anular, adaptar-se às opiniões do outro. Nesse estágio, as vontades não são mais distintas e não compreende mais as duas partes. “Nós” é singular.
A fórmula não costuma variar muito, levam a dois finais mais que previsíveis: Em um deles. a mocinha perde amigos, opinião, liberdade e independência. Ganha um namorado, mas isto não quer dizer que ela tem companhia. Então ela se lamenta e até pensa em acabar, mas lhe falta coragem, e tendo em vista as perdas, se agarra a única coisa que acredita ter.
O outro final é a separação. É um pouquinho de dor, mas paga a vista. Ela vai chorar, mas em pouco tempo, já estará em cena de novo, com direito a par romântico e nova personagem.
Minha amiga quer um namorado, não um dono. Ela quer companhia, não uma presença asfixiante. Ela quer alguém que enxergue ela com todas as cores, e não apenas o cor de rosa. Ela quer um espaço onde ela possa opinar, continuar pagando suas contas. Ela quer manter as mesmas amizades, formar outras tantas. Ela quer, entre tudo isso que falei, alguém que a veja como um ser humano dotado de qualidades e características marcantes, que a aceite inteira e não tenha a menor pretensão de muda-la ou convence-la a isso.
Minha amiga caiu fora a tempo, mas eu sei que muitos e muitas ainda estão desfilando com suas focinheiras, sendo guiados pela insegurança e possessividade. Com rédeas bem curtas, diga-se passagem.













"O homem faz menos do que deveria, a menos que faça tudo o que pode" !


"A paixão da leitura é a mais inocente, aprazível e a menos dispendiosa"



O orgulhoso sente despeito mesmo quando o levam para diante: olha maldosamente para os cavalos da sua carruagem"
< Friedrich Nietzsche >

Esperança


Apesar de todos os obstáculos
que encontro pela minha vida,
apesar dos contratempos que me deparo,
apesar das portas fechadas que vejo,
apesar das dificuldades que enfrento,
ainda assim, tenho a esperança.

A esperança vive em mim,
amanhece comigo,
percorre o dia todo
e, quando anoitece, ela está ainda mais fortalecida.

Quando meus pensamentos estão confusos
e minhas idéias não são decifráveis,
não desisto!

Lembro-me da esperança que me move...

Quando meu caminho está tortuoso,
e minhas chances são diminuídas,
lembro- me da esperança
que devo ter sempre...

Esperança
é a certeza de que algo de bom vai acontecer,
é a confiança que tudo vai dar certo.

Todos devemos ter essa esperança,
para que não nos sintamos caídos,
para que nosso dia seja menos tumultuado,
e para que nosso coração esteja menos pesado.

Desejo a você
que também tenha sempre a esperança,
que ela permaneça sempre em seus pensamentos.

Desejo que você nunca desista,
porque enquanto houver a esperança,
nenhum sonho está perdido!

"Que as estrelas iluminem e guiem seus passos!!"







"É na limitação que se revela o mestre"

O permanente é obrigatório? ...









O casamento é permanente, o namoro é provisório. < o permanente será ,obrigatório > ...
O amor é permanente, a paixão é provisória.
Uma profissão é permanente, um emprego é provisório.
Um endereço é permanente, uma estada é provisória.
A arte é permanente, a tendência é provisória.
De acordo? Nem eu.

Um casamento que dura 20 anos é provisório. Não somos repetições de nós mesmos, a cada instante somos surpreendidos por novos pensamentos que nos chegam através da leitura, do cinema, da meditação. O que eu fui ontem, anteontem, já é memória. Escada vencida degrau por degrau, mas o que eu sou neste momento é o que conta, minhas decisões valem pra agora, hoje é o meu dia, nenhum outro.

Amor permanente... como a gente se agarra nesta ilusão. Pois se nem o amor pela gente mesmo resiste tanto tempo sem umas reavaliações. Por isso nos transformamos, temos sede de aprender, de nos melhorar, de deixar pra trás nossos imensuráveis erros, nossos achaques, nossos preconceitos, tudo o que fizemos achando que era certo e hoje condenamos. O amor se infiltra dentro da nós, mas seguem todos em movimento: você, o amor da sua vida e o que vocês sentem. Tudo pulsando independentemente, e passíveis de se desgarrar um do outro.

Um endereço não é pra sempre, uma profissão pode ser jogada pela janela, a amizade é fortíssima até encontrar uma desilusão ainda mais forte, a arte passa por ciclos, e se tudo isso é soberano e tem valor supremo, é porque hoje acreditamos nisso, hoje somos superiores ao passado e ao futuro, agora é que nossa crença se estabiliza, a necessidade se manifesta, a vontade se impõe – até que o tempo vire.

Faço menos planos e cultivo menos recordações. Não guardo muitos papéis, nem adianto muito o serviço. Movimento-me num espaço cujo tamanho me serve, alcanço seus limites com as mãos, é nele que me instalo e vivo com a integridade possível.
Canso menos, me divirto mais, e não perco a fé por constatar o óbvio: tudo é provisório, inclusive nós.
< Martha Medeiros >

"Quem não sabe nada tem de acreditar em tudo"



Deixe aflorar toda sua doçura


Às vezes, fico me perguntando porque é tão difícil ser transparente... Costumamos acreditar que ser transparente é simplesmente ser sincero, não enganar os outros. Mas ser transparente é muito mais do que isso.

É ter coragem de se expor, de ser frágil, de chorar, de falar do que a gente sente... Ser transparente é desnudar a alma, é deixar cair as máscaras, baixar as armas, destruir os imensos e grossos muros que insistimos tanto em nos empenhar para levantar...

Ser transparente é permitir que toda a nossa doçura aflore, desabroche, transborde! Mas infelizmente, quase sempre, a maioria de nós decide não correr esse risco. Preferimos a dureza da razão à leveza que exporia toda a fragilidade humana.

Preferimos o nó na garganta às lágrimas que brotam do mais profundo de nosso ser... Preferimos nos perder numa busca insana por respostas imediatas a simplesmente nos entregar e admitir que não sabemos, que temos medo!

Por mais doloroso que seja ter de construir uma máscara que nos distancia cada vez mais de quem realmente somos, preferimos assim: manter uma imagem que nos dê a sensação de proteção...

E assim, vamos nos afogando mais e mais em falsas palavras, em falsas atitudes, em falsos sentimentos... Não porque sejamos pessoas mentirosas, mas apenas porque nos perdemos de nós mesmos e já não sabemos onde está nossa brandura, nosso amor mais intenso e não-contaminado...

Com o passar dos anos, um vazio frio e escuro nos faz perceber que já não sabemos dar e nem pedir o que de mais precioso temos a compartilhar... doçura, compaixão... a compreensão de que todos nós sofremos, nos sentimos sós, imensamente tristes e choramos baixinho antes de dormir, num silêncio que nos remete a uma saudade desesperada de nós mesmos... daquilo que pulsa e grita dentro de nós, mas que não temos coragem de mostrar àqueles que mais amamos!

Porque, infelizmente, aprendemos que é melhor revidar, descontar, agredir, acusar, criticar e julgar do que simplesmente dizer: ¿você está me machucando... pode parar, por favor!¿. Porque aprendemos que dizer isso é ser fraco, é ser bobo, é ser menos do que o outro. Quando, na verdade, se agíssemos com o coração, poderíamos evitar tanta dor, tanta dor...

Sugiro que deixemos explodir toda a nossa doçura! Que consigamos não prender o choro, não conter a gargalhada, não esconder tanto o nosso medo, não desejar parecer tão invencíveis...

Que consigamos não tentar controlar tanto, responder tanto, competir tanto... Que consigamos docemente viver... sentir, amar...
< Autoria de :Rosana Braga >












sexta-feira, 27 de maio de 2011

Amigos// Amigas // impregnados na alma



Penso que é tão difícil falar de amizade, de amigos. Os conceitos mudam, os tempos mudam, nós mudamos, assim também as amizades, assim também os amigos.

No fim das contas, posso dizer resumidamente, para não tomar muito o tempo de vocês, o que penso hoje. E hoje, neste momento, para mim, amizade tem mais a ver com sentimento… sentimento de bem-estar, de parceria, de cumplicidade, de confiança. De qualquer forma, sem adubo nada permanece vivo, nem mesmo amizade. E é exatamente isso que me perturba, porque eu (deixem-me confessar meus erros em paz e sem sermões, por favor) não sei, ou penso que não sei, adubar minhas amizades. Juro que tento, que me esforço e até que tenho melhorado bastante, mas estou longe do que idealizo. Ao menos continuo tentando…

Aos meus amigos e amigas um grande e forte abraço!


O Tempo passa.
A vida acontece.
A distância separa…
As crianças crescem.
Os empregos vão e vêem.
O amor se transforma em afeto.
As pessoas não fazem o que deveriam fazer.
O coração para sem avisar.
Os pais morrem.
Os colegas esquecem os favores.
As carreiras terminam.

Mas os verdadeiros amigos estão lá, não importa quanto tempo nem quantos quilômetros tenham afastado vocês.

Um AMIGO nunca está mais distante do que o alcance de uma necessidade, torcendo por você, intervindo em seu favor e esperando você de braços abertos, abençoando sua vida!

Quando iniciamos esta aventura chamada VIDA, não sabemos das incríveis alegrias e tristezas que experimentaremos à frente, nem temos boa noção do quanto precisamos uns dos outros…

Mas, ao chegarmos à maturidade já sabemos muito bem o quanto cada um foi importante para nós!


















amigo... momentos do tempo!!!

Amigo é aquela pessoa que o tempo não apaga,
que a distância não esquece,
que a maldade não destrói

É um sentimento que vem de longe,
que ganha lugar no seu coração
e você não substitui por nada.

É alguém que você sente presente,
mesmo quando está longe…
Que vem para o seu lado quando você está sozinho
e nunca nega um sentimento sincero.

Ser amigo não é coisa de um dia,
são atos, palavras e atitudes
que se solidificam no tempo
e não se apagam mais.

Que ficam para sempre como tudo que é feito
com o coração aberto.

< Geraldo Bego >

jóias raras,desde o tempo do colégio...

A Amizade,
essas jóias raras...




Hoje fui almoçar com um amigo querido, desses que se revelam joias raras e que guardamos com cuidado na nossa caixinha de tesouros. Lá pelo meio do almoço nos demos conta do quanto aquele momento era precioso e desatamos os dois a chorar, para espanto das pessoas que, no meio do dia, estavam lá somente para almoçar, sem lágrimas inclusas no cardápio.

O meu sentimento era uma mistura de alegria e gratidão. Alegria por estar na presença de uma pessoa que compreendia minha língua, alguém com quem eu podia ser simplesmente quem sou, sem edições ou explicações. Gratidão pela qualidade luminosa daquele encontro com um ser humano tão bonito, algo que não é tão comum quanto eu gostaria. Gratidão por, naquela presença tão inteira, ser capaz de me lembrar de minha própria inteireza.

Depois do almoço, dirigindo meu carro, vim pensando no quanto uma pessoa, um encontro real, pode tornar nossa vida melhor e mais significativa. Ah, como são preciosos os amigos de verdade, amigos de alma. Sabe, andam faltando modelos em nosso mundo. Pessoas a quem a gente possa admirar. Pessoas que consideremos especiais, sábias, belas.

Não falo da beleza externa, essa que se torna cada vez mais acessível com o incrível arsenal que a medicina e a estética oferecem hoje em dia. Falo da beleza real, dessa que vem de dentro… dessa beleza poderosa, que nos toca e faz nosso coração ficar maior dentro do peito.

É bom lembrar que nem tudo está perdido. Que aqui e ali existem pessoas extraordinárias, que não se perderam no alucinante ritmo de nosso mundo devorador de almas. Que andando por aí existem pessoas lindas, imersas em seus desafios diários, tentando fazer o seu melhor.

A chama de uma vela é, mais do que nunca, necessária. Nada é mais reconfortante do que aquela luz dourada nos momentos em que somos abraçados por uma súbita escuridão. Vivemos tempos sombrios, é verdade. Os valores mais belos andam se tornando mais e mais escassos ao nosso redor. Mas, se prestarmos atenção, veremos também milagres acontecendo. Veremos a improvável beleza resistindo e florescendo em meio à dor, ao medo, ao sofrimento. Veremos pessoas resistindo, lutando por suas almas, batendo suas asas e voando na direção daquilo que acreditam.

Eu me sinto profundamente tocada ao ver alguém assim corajoso. E de repente, como se uma nova vida fosse injetada em minhas veias, sinto-me novamente capaz de acreditar, de lutar e de prosseguir.

Nós precisamos uns dos outros, precisamos nos aproximar de pessoas que nos reconectem com a vida que pulsa em nossos corações. Nada é mais precioso do que uma pessoa que nos ajuda a voltar a acreditar em nós mesmos. Nada é mais gratificante do que ajudarmos alguém a manter sua chama acesa.

Pensar em tudo isso deixou tudo mais dourado ao meu redor.

Quem sabe o mesmo ocorra a você?
< por Patricia Gebrim >

A vida tem seu próprio ritmo; nada acontece por acaso...

O Bordado da Vida



Quando eu era pequeno, minha mãe costurava muito. Eu me sentava no chão, olhava e perguntava o que ela estava fazendo. Ela respondia que estava bordando. Todo dia era a mesma pergunta e a mesma resposta. Observava seu trabalho de uma posição abaixo de onde ela se encontrava sentada, e repetia: “Mãe, o que a senhora está fazendo?”

Dizia-lhe que, de onde eu olhava, o que ela fazia me parecia muito estranho e confuso. Era um amontoado de nós e fios de cores diferentes, compridos, curtos, uns grossos e outros finos…Eu não entendia nada.

Ela sorria, olhava para baixo e gentilmente me explicava: “Filho, saia um pouco para brincar, e quando terminar meu trabalho eu chamo você e lhe coloco em meu colo. Deixarei que veja o trabalho de minha posição”.

Mas eu continuava a me perguntar lá de baixo: Por que ela usava alguns fios de cores escuras e outras claras? Por que me pareciam tão desordenados e embaraçados? Por que estavam tão cheios de nós e pontos? Por que não tinham ainda uma forma definida? Por que demorava tanto para fazer aquilo?

Um dia, quando eu estava brincando no quintal,ela me chamou. “Filho, venha aqui e sente em meu colo”. Eu sentei no colo dela e me surpreendi ao ver o bordado. Não podia crer. Lá de baixo parecia tão confuso! E, de cima, eu vi uma paisagem maravilhosa! Então minha mãe disse:

- “Filho, de baixo para cima parecia confuso e desordenado porque você não viu que na parte de cima havia um belo desenho… Mas, agora, olhando o bordado da minha posição, você sabe o que eu estava fazendo”.

Muitas vezes, ao longo dos anos, tenho olhado para o céu e dito: “Pai, o que estás fazendo?” Ele parece responder: “Estou bordando a sua vida, filho”. E eu continuo perguntando: “Mas está tudo tão confuso…Pai, tudo está desordenado. Há muitos nós, fatos ruins que não terminam e coisas boas que passam rápido. Os fios são tão escuros… Por que não são mais brilhantes?”

O Pai parece dizer: “Meu filho, ocupe-se com seu trabalho, descontraia-se…confie em mim. Eu farei o meu trabalho. Um dia, colocarei você em meu colo, e então vai ver o plano da sua vida da minha posição”.

Às vezes não entendemos o que está acontecendo em nossas vidas. As coisas são confusas, não se encaixam e parece que nada dá certo. É que estamos vendo o avesso da vida. Do outro lado, Deus está bordando.

vida sucessão de escolhas ?!!!

E o amor é uma delas.
Desenvolva a capacidade de atenção para os pequenos privilégios que se oferecem a cada momento de sua vida.


Acredito piamente que a vida de cada um de nós é composta por uma sucessão ininterrupta de escolhas. Fazemos escolhas todo tempo, desde as mais simples e “automáticas”, até as mais complexas, elaboradas e planejadas. Quanto mais maduros e conscientes nos tornamos, melhores e mais acertadas são as nossas escolhas.

Assim também é com o amor. Podemos escolher entre amar e não amar. Afinal de contas, o amor é um risco, um grande e incontrolável risco. Incontrolável porque jamais poderemos obter garantias ou certezas em relação ao que sentimos e muito menos ao que sentem por nós. E grande porque o amor é um sentimento intenso, profundo e, portanto, o risco de sofrermos se torna obviamente maior!

Por isso mesmo, admiro e procuro aprender, a cada dia, com os corajosos, aqueles que se arriscam a amar e apostam o melhor de si num relacionamento, apesar das possíveis perdas. Descubro que o amor é um dom que deve vir acompanhado de coragem, determinação e ética.

Não basta desejarmos estar ao lado de alguém, precisamos merecer. Precisamos exercitar nossa honestidade e superar nossos instintos mais primitivos. É num relacionamento íntimo e baseado num sentimento tão complexo quanto o amor que temos a oportunidade de averiguar nossa maturidade.

Quanto conseguimos ser verdadeiros com o outro e com a gente mesmo sem desrespeitar a pessoa amada? Quanto conseguimos nos colocar no lugar dela e perceber a dimensão da sua dor? Quanto somos capazes de resistir aos nossos impulsos em nome de algo superior, mais importante e mais maduro?

Amar é, definitivamente, uma escolha que pede responsabilidade. É verdade que todos nós cometemos erros. Mas quando o amor é o elo que une duas pessoas, independentemente de compatibilidade sanguínea, família ou obrigações sociais, é preciso tomar muito cuidado, levar muito o outro em conta para evitar estragos permanentes, quebras dolorosas demais.

O fato é que todos nós nos questionamos, em muitos momentos, se realmente vale a pena correr tantos riscos. Sim, porque toda pessoa que ama corre o risco de perder a pessoa amada, de não ser correspondida, de ser traída, de ser enganada, enfim, de sofrer mais do que imagina que poderia suportar. Então, apenas os fortes escolhem amar!

Não são os medos que mudam, mas as atitudes que cada um toma perante os medos. Novamente voltamos ao ponto: a vida é feita de escolhas. Todos nós podemos mentir, trair, enganar e ferir o outro. Mas também todos nós podemos não mentir, não trair, não enganar e não ferir o outro.

Cada qual com o seu melhor, nas suas possibilidades e na sua maturidade, consciente ou não de seus objetivos, faz as suas próprias escolhas. E depois, arca com as inevitáveis conseqüências destas.

Sugiro que você se empenhe em ser forte a fim de poder usufruir os ganhos do amor e, sobretudo, evitar as dolorosas perdas. Mas se perceber que ainda não está pronto, seja honesto, seja humilde e ao invés de jogar no chão um coração que está em suas mãos, apenas deixe-o, apenas admita que não está conseguindo retribuir, compartilhar…

E então você, talvez, consiga compreender de fato a frase escrita por Antoine de Saint Exupéry, em seu best seller O Pequeno Príncipe: “Você se torna eternamente responsável por aquilo que cativa”.

Porque muito mais difícil do que ficar ao lado de alguém para sempre é ficar por inteiro, é fazer com que seja absolutamente verdadeiro… ou então partir, inteira e verdadeiramente também! E é exatamente isso que significa sermos responsáveis por aquilo que cativamos…










Alguma coisa está fora da ordem


Alimentamos a ideia de que podemos controlar tudo em nossas vidas. Nada mais enganoso. E isso vale inclusive para aqueles que acreditam ter na mão as rédeas da situação. Afinal, será que existe destino?


*texto Liane Alves (editado e retirado da revista Vida Simples da editora Abril)

A questão é que essa sensação que nos alivia se baseia numa formidável ilusão: a de que realmente conseguimos controlar a vida. Feliz ou infelizmente, porém, a existência se revela bem mais indomável e resistente do que podemos imaginar.

Fúria de titãs
O desejo de controlar a própria existência levanta muitas perguntas de caráter universal:


Será que existe destino?
Como funciona a lei do carma?
Tudo está predeterminado desde o início?
Temos mão no jogo da vida ou ela já foi escrita nas estrelas?


O filme A Fúria dos Titãs, um clássico das sessões da tarde na televisão, traduz em imagens uma das possíveis respostas a essas perguntas.


Em determinados momentos da fita, os deuses do Olimpo, que assistem de cima à trama que se trava lá embaixo na Terra, simplesmente dão sumiço, substituem ou mudam de lugar determinado personagem, como se se divertissem com um enorme jogo de xadrez.


Ora ajudam o herói com suas benesses e presentes, ora o atrapalham com monstros e titãs.


O princípio do jogo é aparentemente benévolo: tudo é feito para que ele possa aprender com os obstáculos e fazer seu caminho com o reconhecimento de que pouco pode fazer sem a ajuda divina. Isto é, mostra que as grandes questões existenciais que têm a ver com o desenvolvimento de sua consciência estão fora do seu controle. Ponto.



Provavelmente não dependemos de deuses barbudos que jogam xadrez no universo.


Mas é possível que estejamos sob o jugo de forças e leis capazes de tirar o controle de nossas mãos, especialmente quando não as conhecemos direito.


Diz o professor e matemático norte-americano Leonard Mlodinow, que escreveu um livro, O Andar do Bêbado, onde analisa algumas das possíveis leis pouco conhecidas que atuam na nossa vida, como a da aleatoriedade.

Ele diz, por exemplo, que o acaso tem um importantíssimo papel em nossa existência.
E que é falta de bom senso querer eliminá-lo.



Se enrijecemos no controle, se engessamos a existência na maneira como achamos que as coisas devem acontecer, diminuímos as chances da aleatoriedade, ou o acaso, se manifestar - uma perda verdadeiramente lastimável, de acordo com Mlodinow.


Algumas pessoas reconhecem isso intuitivamente.


"Acho que o universo é bem mais criativo do que eu.



Planejo, organizo, faço cálculos e previsões, mas, se observo uma mudança de rumo, não a descarto imediatamente. Primeiro vejo se o quadro geral pode se beneficiar com ela.

O engraçado é que na maioria dos casos a interferência se revela positiva".

"Mesmo se considerarmos que a chance de esse imprevisto ou mudança ser favorável seja apenas de meio a meio, ainda assim teremos 50% de possibilidade de que essa interferência seja benéfica, o que é um índice bem alto. Um controlador exacerbado jamais admitiria isso."



Outra lei que é a maior casca de banana em nossos desejos de manipulação é a polêmica Lei de Murphy.

Pode anotar no seu caderninho: quando o controle é excessivo, o tiro sai pela culatra.


Pois é. Perdemos a sabedoria de que existe o momento de assumir responsabilidades, planejar, organizar e realizar.


Mas que também pode haver outros para soltar as rédeas, relaxar, criar e aprender com o que se apresenta.


E que é saudável ter essa possibilidade bem presente e viva nas nossas escolhas e decisões. Let it be, deixe acontecer.

Carpe Diem - viva vida passo a passo







Carpe Diem



Por que essa expressão tão difundida no decorrer dos séculos nunca foi tão importante para sua vida quanto nos dias de hoje


*texto Juliana Sayur i(editado e retirado da revista Vida Simples da editora Abril)

Quebrar o caramelo queimado do crème brûlée com uma colher, lançar pequenas pedras a quicar como singelas notas musicais na correnteza do rio, espiar discretamente as delicadas obras de arte do vizinho pela janela.


Essas cenas triviais passariam invisíveis ao frenesi cotidiano de muita gente, mas estrelam diversos momentos líricos dos petits plaisirs de uma jovem garçonete em Paris.



Assim, deslizar as mãos em um rústico saco de feijão seria quase tocar o pote de ouro no fim do arco-íris.
Ao menos para a doce francesinha do clássico contemporâneo O Fabuloso Destino de Amélie Poulain. Nas suas peripécias diárias para tornar a vida dos amigos mais alegre, Amélie nos faz um convite para aproveitar o dia.



O poeta latino clássico Quinto Horácio Flaco escreveu os célebres versos: “Melhor é aceitar! E venha o que vier! Quer Júpiter te dê ainda muitos invernos, quer seja o derradeiro este que ora desfaz nos rochedos hostis ondas do mar Tirreno, vive com sensatez destilando o teu vinho e, como a vida é breve, encurta a longa esperança.
De inveja o tempo voa enquanto nós falamos: trata, pois, de colher o dia, o dia de hoje, que nunca o de amanhã merece confiança”.


O poema que ficaria cristalizado o termo carpe diem, ou “aproveite o dia”, em bom português – uma espécie de expressão-filosofia que valoriza as trivialidades fascinantes de uma vida simples.
“Vive sem esperar pelo dia que vem; Colhe hoje, desde já, as rosas da vida”.
Ao longo dos séculos, o carpe diem se tornou um mantra, ainda mais difundido na nossa sociedade contemporânea, tão abarrotada de afazeres e sem tempo para esses pequenos prazeres de se viver o hoje.


Fruir para não fluir


À revelia das pressões modernas, com o isolamento de uma sociedade consumista, workaholic e ensimesmada nas metrópoles cinzas, ainda há espaço para um espírito de fruição da vida, de abertura às gratificações do efêmero: uma caminhada sem destino, o pastel na feira, a cerveja com um velho amigo na happy hour, as cores únicas do céu no pôr do sol...


“Afinal, a vida é algo que se gasta, que se esvai, que flui. Nesse sentido, é puramente sensorial. O próprio permitir-se a não pensar é um ‘colher o dia’ valiosíssimo”, diz. Uma questão intrínseca ao carpe diem é a bela e angustiante transitoriedade da vida.


A cultura ocidental, com a assimilação da cultura judaico-cristã, impôs a ideia de que para se conquistar uma felicidade além-túmulo é preciso renunciar aos impulsos dos desejos carnais e das satisfações fugazes: “Diria que tal renúncia não deixa de ser uma renúncia à própria vida, à própria existência humana”.


Diante de nossas incertezas, há uma certeza inelutável: a vida é finita, dissipando-se diante de nossos olhos a cada milésimo de segundo.


Assim, ninguém poderia ser feliz para sempre, pois justamente o “para sempre” é inatingível. Os dias passam, as pessoas passam, as histórias passam. “Mas talvez a beleza da vida possa residir precisamente nisso.

" Tudo Tem Seu Tempo "


Tudo tem Seu Tempo,a
flexibilidade da mudança ...





Nas lutas diárias da vida, lembre-se de que tudo tem um tempo próprio para realizar-se.

A árvore mais alta do mundo, um dia foi semente.

O mar gigantesco é formado por pequenos rios que despejam suas águas em um encontro marcado.

A hora do relógio é formada por segundos que se juntam para formar o minuto.

A casa mais bela e rica, um dia foi apenas projeto.

Assim, tudo segue um cronograma e na Lei Divina nada segue aos pulos ou com privilégios, tudo é justiça pura.


Sabendo que o mundo é construído por etapas, que tudo está em seu devido lugar e no devido momento certo, não abandone seus sonhos, não desistas de lutar pelo seu crescimento.

Refaça seus planos se preciso for, ajuste-o ao momento atual e se agarre com Deus.

Acredite na sua força, mas acredite também que você nunca está sozinho; em nenhum momento os anjos te abandonaram, talvez você não tenha deixado eles se aproximarem, mas eles sempre estarão perto de você.

Não se assuste com as atitudes das pessoas que te cercam; nem sempre elas estão no seu melhor dia, e todos nós temos o direito de estarmos chateados ou até tristes e sem vontade de falar com ninguém.

Portanto, respeite o indivíduo que existe em cada pessoa; não crie expectativas com a vida dos outros, você acaba se machucando e fazendo com que as pessoas se sintam responsáveis por atitudes que só você esperava, que você nem sequer comunicou a pessoa interessada, apenas desejou em seu íntimo.

TUDO TEM SEU TEMPO!

E o seu tempo de plantar é todos os dias; é a cada minuto. Semeie amor, distribua sementes de carinho e em breve você irá ter a maior colheita de felicidade que um ser humano pode ter.

Nada supera o amor, velhas mágoas desaparecem sob a ação do amor; inimigos se abraçam em nome do amor; parentes afastados se reencontram em nome do amor, e você será abençoado pelo amor que Deus derrama, todos os dias,

sobre a sua cabeça em sinal de que Ele acredita em você, sempre !!

< texto de Paulo Roberto Gaefke >



" De braços abertos,...lançando-se " !!!









A confiança (de braços abertos)
< Liane Alves >

Uma das cenas mais bonitas entre pais filhos é ver uma criancinha correr de braços abertos em direção a seu pai ou sua mãe para se jogar neles com a maior felicidade. Ela sabe que vai ser amparada e acolhida com segurança e amor e por isso não tem a menor dúvida. Isto é, ela tem total confiança na vida. E o que faz alguém se lançar no mundo com essa mesma coragem, determinação e alegria?




Isso mesmo, a confiança. A própria palavra confiança tem em si mesma o segredo de como ela nos dá essa força que nos permite ultrapassar nossos próprios limites e medos para acreditar na benignidade da existência. Confiar vem do latim con fides, isto é, com fé. A confiança, portanto, é uma questão de fé. A gente pensa que a fé pertence ao universo da religião, que está apartada da vida comum, mas isso não é verdade. É a fé que nos preenche o coração na hora de nos atirarmos num projeto, nos entregarmos em relacionamentos, perseguirmos um objetivo. Não se pode saborear plenamente a vida sem fé. Ela é nosso mais poderoso catalisador de energias.


E fé é muito mais que crença ou dedução de um raciocínio lógico. Ela é incondicional. Isto, é não depende de conclusões, lógicas, probabilidades, previsões. Muitas vezes, até, ela vai exatamente em direção oposta ao que tem chance de dar certo. A fé, basicamente, é um exercício dinâmico de coragem. E coragem, como o próprio nome diz, é ter o coração na ação. Quando colocamos o coração naquilo que fazemos, somos impulsionados pela fé, pela confiança. Ultrapassamos assim uma série de bloqueios e obstáculos, internos e externos, com resultados impossíveis de serem atingidos sem sua presença.


Por isso a confiança é tão poderosa. Dezenas de pesquisas mostram que a fé é decisiva para a manutenção da saúde, por exemplo. Pode ser tanto a fé em Deus quando a fé na vida, num sonho, num projeto, ela é fundamental para nossa saúde física e psíquica.

" esculpindo a nossa própria estátua ..."







E o "pra sempre", sempre acaba… existir é mudar,mudar é amadurecer,amadurecer é continuar na recriação de si mesmo,infinitamente...< Bergson >.

Nessa linda arte de viver,o homem é, ao mesmo tempo ,o artista e a obra de arte,é o escultor e o mármore.. < Erich Fromm>,

Nos acostumamos. Mas quando paramos para pensar um pouquinho sequer na vida, no mundo, em tudo que nos rodeia e que fazemos parte, acabamos percebendo que nunca vamos nos acostumar com a efemeridade de tudo. Tudo é passageiro. Era tão bom quando criança, sonhar com algo e dizer em alto e bom som, sem nenhum medo "pra sempre!"! Já hoje, sonhos são por etapas, sorrisos momentâneos, companhias diferentes a cada dia.. Dizer "pra sempre" já representa uma utopia. Sonho já representa ilusão. Sorriso já representa disfarce. Companhias já representam nada mais que "pessoas conhecidas". Amores já representam algo "sem compromisso".

E enquanto vejo todas essas representações aversas, vem à mente: E eu? Represento

o quê, afinal?

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A Libertação



O que importa o que fica para trás ?
Se a vida inicia todos os dias ?
< Alejandro Denevi >


Conseguimos o papel principal ,somos os protagonistas,e como os atores,somos capazes,de mudar ,desempenhar,nosso papel,bem no centro da cena...

as luzes se acendem,as cortinas se abrem... sem medo,sem timidez,sem inibições,agora mesmo
entraremos,e entramos no palco do viver,da vida...
o teatro inteiro cairá renbdido aos pés do que vive...mantenhamos a fé,a calma,renovamo-nos para viver melhor e escutaremos os aplausos.
São os prêmios à coragem para quem toma decisões,
a quem se atreve a pular sem rede rumo...às suas aspirações a aos nossos sonhos....

tudo passa...





..esse andar existencial !








Faz algum sentido?
A gente só é capaz de compreender o significado da vida quando olha a existência sob outra perspectiva






O problema é que a existência também parece estar cheia de fatos aleatórios, não previsíveis e sem significado aparente. Essa falta de sentido é tão perturbadora que outro pesquisador, o físico Leonard Mlodinow, da Universidade de Berkeley, na Califórnia, se dedicou a escrever um livro inteiramente sobre como o acaso atropela e muitas vezes determina nossas vidas. O título é ótimo: O Andar do Bêbado. Diz o autor que a vida pode ser tão previsível quanto os passos de alguém que bebeu muito depois de uma festa. Ou que eles podem até ter um sentido. Mas que pode demorar muito para a gente saber qual. A tarefa a que o físico se propõe é falar sobre as leis que regem o acaso aparente, devolvendo um sentido à vida ao sustentar que eles não são tão aleatórios, imprevisíveis e caóticos assim. Isto é, que eles têm uma causa.


Ele também reconhece que a falta de significado existencial pode mexer muito com nosso equilíbrio emocional. “De fato, a resposta humana à incerteza é tão complexa que, por vezes, distintas estruturas cerebrais chegam a conclusões diferentes e aparentemente lutam entre si para determinar qual delas dominará as demais”, diz Mlodinow. Ou seja, ficamos confusos num mar de suposições de probabilidades. E tendemos a nos guiar pelas estatísticas: se determinada coisa aconteceu quatro vezes, é bem provável que também acontecerá uma quinta. Ou, então, a seguir a intuição, que muitas vezes desdiz o senso comum. O físico desconfia dessas duas respostas. Ele acha que por trás da aleatoriedade funcionam outras regras, que pouco têm ver com a intuição ou o senso comum. E que conhecê-las nos ajuda a compreender a existência. “A capacidade de tomar decisões e fazer avaliações sábias diante da incerteza é uma habilidade rara. Porém, como qualquer habilidade, pode ser aperfeiçoada pela experiência”, diz ele.


O acaso não é por acaso


Uma das primeiras leis a se conhecerem, por exemplo, está baseada na Teoria dos Jogos, elaborada por um psicólogo, Daniel Kahneman, que, contra todas as probabilidades, acab ou ganhando o Nobel de Economia em 2002. Aconteceu algo extraordinário com ele. Indicado para dar apoio psicológico a professores de pilotos de caça israelenses pela Universidade Hebraica, ele logo imaginou ensinar aos instrutores de pilotos a estratégia de recompensar comportamentos positivos em vez de punir equívocos, prática que funciona muito bem com ratinhos de laboratório. Mas um de seus alunos-instrutores discordou veementemente. “Muitas vezes elogiei meus alunos por manobras bem executadas, e na vez seguinte os pilotos sempre se saíam pior. E já gritei com eles por manobras mal executadas, e eles melhoraram logo em seguida”, disse ele.


Essa reclamação espontânea foi o primeiro passo para o Prêmio Nobel de Kahneman. Em vez de impor suas ideias, ele foi atrás da razão por que acontecia isso – isto é, do sentido. E observou que estava diante de um fenômeno chamado de regressão à média. Descobriu que desempenhos extraordinários – tanto ruins quanto bons – eram pura questão de sorte ou azar, já que a tendência dos pilotos aprendizes era ter um desenvolvimento médio que evoluía lentamente. E que no dia seguinte após de um grande feito, ou um fracasso, a tendência era voltar à média. Por isso o instrutor tinha a impressão de que o elogio não funcionava, pois no dia seguinte o piloto voltava ao desempenho normal e não conseguia repetir seu feito. Também por isso é que ele pensava que a bronca dava certo – pois após uma barbeiragem a tendência do piloto era voltar à média e “melhorar”.


O que Leonard Mlodinow explica em seu livro são as diversas leis, segundo vários autores e cientistas, que agem com relação à aleatoriedade. Em outras palavras, o acaso existe, mas há muitas leis que o regem que desconhecemos. Em outras palavras, ele diz que o acaso não é caótico nem absurdo, mas que segue leis complexas que ainda não conseguimos desvendar. Isso complica um pouco as coisas, que não são tão simples e diretas quanto podemos imaginar e prever. “Sei que a vida parece ter sentido, mas não sei exatamente qual”, diz com sinceridade o administrador de empresas paulista Fabio Constantino Magalhães. “Acho que levaria muito tempo para compreendê-la e mais tempo ainda para poder manipulá-la”, afirma. Sabiamente, ele admite seus imprevistos e acasos e não se horroriza mais com eles. “Nunca vou conseguir controlá-los, mesmo”, diz. Prefere então levar a vida com senso de humor, acreditando num sentido maior favorável e generoso, mas não necessariamente explícito e identificável para nós. Em resumo, mesmo não dominando as leis que regem o acaso, e tomando decisões imperfeitas e fazendo muitas bobagens, é possível que a existência, ainda assim, esconda um sentido oculto. O filosófo alemão Arthur Schopenhauer dizia que, perto do fim da vida, temos a chance de olhar para trás e contemplá-la. Dessa maneira vamos perceber como cada evento, que se acreditava ser apenas uma nota isolada e sem relação com as outras, na verdade fazia parte de uma grande e bela sinfonia. Como todos aqueles que acham que a vida tem sentido, espero que ele tenha razão.




Do caos à prática


Sempre vai haver alguém para tentar explicar o significado da existência, mesmo afirmando que ela não tem sentido algum. Um dos maiores exemplos da ala dos que defendem o absurdo total da existência é o anárquico grupo de comediantes inglêses Monty Python. Nas primeiras cenas do filme O Sentido da Vida, realizado por eles, vemos um velho prédio que desliza por Manhattan, na verdade uma caravela repleta de piratas disfarçada. Os bucaneiros invadem a sala principal da Mais Grande (sic) Corporação das Américas enquanto Harry, um dos melhores executivos da empresa, explanava sobre o sentido da vida com base em dois conceitos fundamentais: o de que as pessoas não usam mais chapéus como antigamente e de que a alma só passa a existir depois de um longo processo de autoobservação. Executivos e piratas entram em luta, o narrador do filme pede desculpas por um início tão caótico, um prédio cai por cima do escritório-navio e a fita começa de novo. Para os integrantes do Monty Python, só o absurdo pode explicar o absurdo existencial.


Esse tema também é muito caro aos fi lósofos. E para um historiador da filosofia, o inglês Julian Baggini. Competente e hábil nas tiradas típicas do humor britânico, ele escreveu o livro Para Que Serve Tudo Isso?, em uma notável tentativa de explicar o que os filósofos já falaram sobre o sentido da vida. Que, para ele, como para seus compatriotas do Monty Python, também não tem signifi cado algum. Mesmo assim, é uma delícia acompanhar seu raciocínio. Ao fazer isso, Baggini parece uma dona de casa inglesa de meia-idade que entra num quarto desarrumado para tentar organizá-lo, enquanto resmunga: “Céus, esses filósofos deixaram isso aqui um caos! Olha que ba-gun-ça!” Posso imaginá-lo examinando Soren Kierkegaard como se fosse um vaso de Murano e dizendo: “Esse aqui eu vou colocar ali! Sartre com aquelas teorias existencialistas, vou pôr perto da entrada, para não atrapalhar depois, e Schopenhauer vai ficar melhor ali, ao lado da felicidade...” Assim Baggini vai espanando, trocando móveis de lugar, colocando fora o que não interessa. Quando a gente termina o livro, está tudo arrumadinho. Pode não ser do nosso gosto, mas numa coisa ele tem razão: é melhor pensar num quarto limpo.


Depois de afastar a possibilidade da existência de um universo com propósito e significado já no primeiro capítulo e, com isso, a negar a hipótese de Deus (não é preciso concordar com ele, por sinal), Baggini navega por mares interessantes e insuspeitados, levando em conta toda a história da filosofia. Pode-se discordar, mas ele dá uma excelente base de discussão e nos ensina a raciocinar. No fim, ele próprio reconhece: “Temos que sair e viver a vida, e não conseguiremos fazê-lo se estivermos pensando inutilmente ‘para que serve tudo isso’”. Ele reconhece que a filosofia serve para se raciocinar sobre a vida e que isso é legal – se não ocupar tempo demais.


Em vez de se perder em elucubrações, Baggini propõe algo bem mais prático: amar. “O amor dá sentido à vida mesmo que ela não tenha sentido ou propósito”, afirma. “O amor – em todas suas formas – é crucial para os seres humanos e uma das coisas que fazem com que valha a pena existir.” Com ele é mais fácil enfrentar a incerteza, a fragilidade e a imprevisibilidade da existência, diz Baggini. Num dos seus contos, outra vez o escritor russo Leon Tostoi dá as chaves para que a vida tenha sentido: priorizar o que está acontecendo a cada instante, considerar como a mais importante do mundo a pessoa que está a seu lado naquele momento e fazer tudo que estiver ao seu alcance para torná-la feliz.


Ou, como diz Robin S. Sharma no livro Descubra seu Destino, ouvir o chamado do seu propósito de vida, transformar as provações diárias em experiências recompensadoras e saber amar. Nas palavras de Baggini, degustar a vida e vivê-la com amor. Parece que pelo menos nisso dá para concordar com eles.

"...A gente só é capaz de compreender o significado da vida quando olha a existência sob outra perspectiva...








Depois de 7,5 milhões de anos de cálculos, o ultracomputador desenvolvido exclusivamente por uma raça de seres estelares para responder qual é “o sentido da vida, do universo e de tudo o mais” finalmente dá sua resposta. Anunciada “com majestade e calma infinitas”, o Pensador Profundo – esse é o nome do computador, de acordo com o Guia do Mochileiro das Galáxias, escrito por Douglas Adams – fornece a chave que irá desvendar o principal enigma do cosmos. E a resposta dele para o sentido da vida é... 42. Isso mesmo, o número 42. O que suscita outras dezenas de milhões de perguntas, que podem ser resumidas numa só: “42 o quê?!?”


Esse é o problema. Para entender o sentido da vida – e, por enquanto, vamos admitir que ela tenha um –, é preciso compreender algo que não está diretamente contido na própria vida. Como o arco-íris, que não existe por si mesmo, mas que é apenas o resultado da interação entre nosso olho e a refração da luz nas gotículas de água, o significado da existência também nasce de uma parceria entre nós e aquilo que achamos que é a realidade. É uma atribuição ao que vivemos e experimentamos. Portanto, o número 42 como resposta, assim como a própria vida, pode não ter sentido nenhum. Somos nós que atribuímos, ou não, um significado para ele, com base no que vivenciamos e entendemos do mundo.


Por que será que precisamos tanto atribuir um valor especial para a vida? E quais os fatores que nos ajudariam a vivê-la mais plenamente? Bom, aí já dá para responder.


Quando comecei a refletir sobre esta reportagem, lembrei-me de Deus. Mais especificamente, das primeiras páginas do Gênesis. Depois de haver criado céus e terra, peixes, animais, florestas e o ser humano, Ele teve um momento de contemplação. Olhou para sua criação e viu que tudo aquilo era bom. Foi a primeira atribuição de sentido para a vida: a de que ela era simplesmente boa. Não importa se no pacote vieram dor de dente e uma vaga atrás da coluna na garagem do prédio. No geral, ela é boa e generosa. No particular, pode incluir problemas.


“Mesmo quando achamos que a vida não tem nenhum sentido, estamos atribuindo um sentido para ela: o de que a existência é absurda, caótica, sem significado ou coerência”, diz a psicóloga paulista Karen Jimenez. Bom, ela tem razão. Esse olhar já carrega um monte de sentidos, inclusive. Ao contrário de Deus contemplando sua criação, muitas pessoas acham que vida é ruim, injusta, desagradável e até negativa. E, para a maioria delas, essa apreciação é deprimente. “Ela pode levar a um desânimo total”, diz Karen.


Agora, sugere Karen, pergunte para uma pessoa que está vivendo uma grande paixão o que ela acha da vida. Ou a uma criança brincando num parquinho. Ela nem vai querer perder tempo em responder a essa questão, tão interessada que está em viver. “Quem acha que a existência não tem sentido é porque perdeu seu encantamento por ela. Está desapaixonado pela existência. E qualquer coisa que não nos apaixona automaticamente nos desinteressa.” Nessa condição, tudo fica cinzento, com cara de dia nublado. “Somos seres que precisam de significado, seja no trabalho, seja nos relacionamentos ou nos seus projetos.” O sentido ativa nossa emoção – como o nome diz, aquilo que nos move para a ação. “Ele nos devolve o prazer, o desejo de interagir, de criar”, diz Karen.


Um dos segredos, então, é se apaixonar novamente por ela, descobrir seu encanto. Esse estado de graça geralmente nasce de uma harmonia interior, essencialmente espiritual, que se traduz depois numa harmonia exterior. Como diz Sócrates, em Fedro, na sua pungente prece: “... ajudai-me a buscar a beleza interior e fazer com que as coisas exteriores se harmonizem com a beleza espiritual”. Para a maioria de nós, esse sentimento de plenitude surge quando sentimos que estamos realizando o propósito do que viemos fazer nessa vida, algo que é único e individual. Aí a existência se reveste de sentido e beleza. “Imagine que o único propósito da vida seja só sua felicidade – então a existência seria uma coisa cruel e sem sentido. Porém, seu intelecto e seu coração lhe dizem que o significado da vida é servir à força que o enviou o mundo. Então, quando isso acontece, a vida se torna uma alegria”, escreveu o russo Leon Tolstoi.


Por que será que funcionamos assim? Por que o absurdo e a falta de sentido da vida nos incomodariam tanto?




Uma teoria, por favor


Quando a vida viola nossa lógica e expectativa, quando ela foge daquilo que supomos que aconteceria, mergulhamos num sentimento que o filosófo dinarmarquês Soren Kierkegaard descreveu como uma inquietante “sensação do absurdo”. É algo tão desagradável, tão desorientador, que o cérebro imediatamente se prepara para desenvolver uma coerência para aquilo que nos tirou do chão. “Ficamos tão motivados em nos livrar dessa sensação que passamos a procurar significado e coerência em qualquer outro lugar”, diz Travis Proulx, pesquisador da Universidade de Santa Bárbara, na Califórnia, envolvido com estudos sobre como o absurdo molda o cérebro humano. Em entrevista ao jornal The New York Times, ele diz que cérebro é programado para identificar padrões e predizer o que está para acontecer com base neles. Os padrões nos dão um sentido, algo muito útil desde que o ser humano desceu das árvores e se colocou em contato direto com leões e outros predadores. Enfim, somos treinados para antever que isso mais aquilo só pode dar naquilo. Agora, imagine o que acontece quando a vida diz o contrário? De certa forma, enlouquecemos.


Além disso, o cérebro é reacionário. Ele “gosta” de padrões, de algo que se repete e que lhe permite fazer previsões, pois funciona a partir delas. E são justamente as sequências previsíveis que permitem a leitura de um significado. “Quando os padrões se rompem (por exemplo, quando alguém tropeça em algo inesperado, como uma poltrona de plástico no meio de uma floresta), imediatamente o cérebro passa a tatear por algo que faça sentido”, diz o pesquisador. Ou seja, passa a formular hipóteses, um dos passatempos prediletos da humanidade. Não nos conformamos facilmente com algo sem explicação.


Porém, mesmo quando estamos confusos e desesperados, e quando a vida parece não ter significado algum, algo pode ocorrer. As enfermeiras francesas Rosette Poletti e Barbara Dobbs, no livro Dar Sentido à Vida, falam da importância dos acontecimentos inesperados que podem mudar radicalmente nosso olhar sobre a existência, para melhor. “Mesmo numa vida que está indo à deriva, quando uma pessoa não leva mais adiante nenhuma busca de sentido, não acredita mais em seu futuro, não espera mais nada e quando nada mais tem significado para ela, sempre existe a possibilidade de uma reviravolta inesperada, surpreendente e, às vezes, milagrosa”, afirmam elas, que, inclusive, acompanharam muitos desses casos. O que as autoras afirmam é que o inexplicável pode sempre acontecer e mudar completamente uma convicção, uma situação, um jeito de ser. Isto é, algo improvável pode ocorrer e ser capaz de nos dar novamente um sentido à vida. É sempre bom ter essa possibilidade em mente.

em cada coração há janela para outros ...corações




"Em cada coração há uma
janela para outros corações.
Eles não estão separados,
como dois corpos.
Mas, assim como duas lâmpadas
que não estão juntas,
Sua luz se une num só feixe."
(Rumi)

"Atenta para as sutilezas
que não se dão em palavras
Compreende o que não se deixa
capturar pelo entendimento"
(Rumi)


"A filosofia não é apenas um ato de pensamento... é também um ato de compromisso." (Arcângelo R. Buzzi)





O que é uma vida racional? Não existe nenhum critério
racional para defini-la. No limite, pode-se perguntar se comer e viver de modo
sadio, não correr riscos, nunca ultrapassar a dosagem prescrita significam
realmente viver, ou melhor, se a via racional não é uma vida demente. Não é
loucura pretender erradicar nossa loucura? A vida comporta um mínimo de
desperdício, gratuidade, “consumação” (Bataille), desrazão. Castoriadis disse:
“O homem é esse animal louco cuja loucura inventou a razão.”

Ser racional não seria, então, compreender os limites
da racionalidade e da parte do mistério do mundo? A racionalidade é uma
ferramenta maravilhosa, mas há coisas que excedem o espírito humano. A vida é
um misto de irracionalizável e racionalidade. Seria necessário aprender, de
qualquer modo, a brincar com esta parte irracional de nossas vidas e saber
aceitá-las.

Foi o mundo moderno que fez surgir o conceito de
razão, e foi a partir do momento em que o sentido da palavra razão foi fixado
que a razão tornou-se desracionalizável. Desde então, a dialética, ou melhor,
segundo meus termos, a dialógica entre sapiens
e demens instalou-se no interior
do racionalismo e da razão.

Agora, então, nos damos conta de que a racionalidade
vai nos fornecer algumas indicações para a pesquisa da sabedoria perdida, mas
que, finalmente, não vamos encontrar nela um guia de vida. Quanto mais cremos
que a razão nos guia, mais deveríamos estar inquietos a respeito do caráter
desracionalizável desta razão.

Retomemos
agora um aspecto existencial: o que é a vida? A vida é um tecido mesclado ou
alternativo de prosa e de poesia. Pode-se chamar de prosa as atividades
práticas, técnicas e materiais que são necessárias à existência. Pode-se chamar
de poesia aquilo que nos coloca num estado segundo: primeiramente, a poesia em
si mesma, depois a música, a dança, o gozo e, é claro, o amor. Prosa e poesia
eram intimamente entrelaçadas nas sociedades arcaicas. Por exemplo, antes de partir em expedição ou no momento das
colheitas, havia ritos, danças, cantos. Encontramo-nos numa sociedade que tende
a disjuntar prosa e poesia e na qual há uma imensa ofensiva da prosa ligada ao
desenvolvimento técnico, mecânico, gélido, cronometrado em que tudo se paga,
tudo é monetarizado. A poesia tem, certamente, ensaiado defender-se nos jogos,
festas, bandos de companheiros, nas férias. Cada um, em nossa sociedade, ensaia
resistir à prosa do mundo, como, por exemplo, nos amores clandestinos, por
vezes efêmeros, sempre erráticos. Há pacotes prontos para consumir a poesia que
se vende nos clubes de férias, como o Clube Mediterrâneo, por exemplo; lá
vive-se num mundo sem dinheiro, mas evidentemente tudo já foi pago adiantado.
Em resumo, a poesia é a estética, o amor, o gozo, o prazer, a participação e,
no fundo, é a vida! Mas o que é uma vida racional? Implica levar uma vida
prosaica? Loucura! Mas somos parcialmente obrigados a isso, porque se
tivéssemos uma vida permanentemente poética, não a sentiríamos mais. É-nos
necessária a prosa para que possamos ressentir a poesia. Sobre ela, gostaria de
me referir àquilo que George Bataille denomina “consumação”, quer dizer, o fato
de nos queimarmos num grande fogo interior, oposto ao mero consumo, que é um
fenômeno de supermercado.

É preciso aceitar a “consumação”, a poesia, o
dispêndio, o disperdício, uma parte da loucura na vida… Talvez seja isso que
constitui a sabedoria. Sabemos que a atitude de gozar – e entendo, por isso,
que, gozar a vida, curtir uma boa refeição, um bom vinho, implica,
simultaneamente, a atitude de sofrer.

Se
aprecio um bom vinho, espero quando me obrigam a beber um vinho que considero
ruim, enquanto que se não tivesse essa
atitude, poderia muito bem beber o que quer que fosse com a mesma indiferença.
De modo semelhante, a atitude para a felicidade implica a atitude para a
infelicidade. É evidente que, se conhecemos a felicidade com alguém que nos é
caro e esse alguém nos abandona, tornamo-nos infelizes porque justamente
havíamos conhecido a felicidade. A atitude de racionalização consistiria em
dizer: para não ser infeliz, não amarei mais ninguém e, desse modo, não
passarei mais desgostos. O Tao-te-ching diz: ”A infelicidade caminha de braços
dados com a felicidade, e a felicidade deita-se ao pé da infelicidade.” Você
chama a felicidade, tira as conseqüências dela, que implicam aceitar a
infelicidade. Encontramo-nos aqui diante de uma situação muito difícil, pois
não existe um programa de sabedoria. O que existe, em contrapartida, é a idéia
de que não podemos prescindir da dialógica sempre em movimento entre nossa
polaridade de demens e sapiens. Bem entendido, pode-se e
deve-se evitar a pior demência: mas isso que é a sabedoria?

Eu
veria o esforço da sabedoria em outro lugar, eu o veria no esforço da
auto-ética. A auto-ética implica inicialmente evitar a baixeza, evitar ceder às
pulsões vingativas e maldosas. Isso supõe muita autocrítica, auto-exame,
aceitação da crítica do outro. Diz respeito, também, aos universitários e aos
professores de filosofia, que não são melhores do que ninguém, mesmo que a
despeito dos manuais de filosofia. A auto-ética é, antes de mais nada, uma
ética da compreensão. Devemos compreender que os seres humanos soa seres
instáveis, nos quais há a possibilidade do melhor e do pior, uns possuindo
melhores possibilidades do que outros.
Devemos compreender também que os seres possuem múltiplas personalidades
potenciais e que tudo depende dos acontecimentos, dos acidentes que ocorrem com
eles e que podem liberar alguns deles.

Na auto-ética, e principalmente no plano elementar da
recusa das idéias de vingança e punição, é onde se situa o centro da sabedoria.
É nessa auto-ética para si e para o outro que se encontram implicadas virtudes
antigas que nos remetem à via oriental: saber distanciar-se de si mesmo, saber
objetivar-se. Quero falar destas práticas que consistem em se ver como objeto,
sabendo integralmente que se é sujeito, em poder descobrir-se, examinar-se,
etc. Esse distanciamento pode ser tentado de modo direto, como no caso de
Montaigne. O esforço de introspecção é vital, mas o que é péssimo é que ninguém
o ensina. Não somente não é ensinado, mas também é ignorado, como entre os
psicólogos behavioristas, para os quais a única coisa que conta é o
comportamento, ou os neurocientistas para os quais o que existe é o cérebro e
os neurônios, e para os quais a introspecção não tem nenhum valor.

É necessário, entretanto, ensinar e aprender a saber
distanciar-se, saber objetivar-se e aceitar-se. Seria igualmente necessário
saber meditar e refletir a fim de não sucumbir a essa chuva de informações que
nos cai sobre a cabeça, ela mesma sucumbida pela chuva do amanhã, que nos
impede de meditar sobre o acontecimento presente no cotidiano, não permitindo
que o contextualizemos ou que o situemos. Refletir é ensaiar, e uma vez que foi
possível contextualizar, compreender, ver qual pode ser o sentido, quais podem
ser as perspectivas. Mais uma vez, para mim, a linha de força de uma sabedoria
moderna consistiria na compreensão.

Falo de um ponto de vista pessoal, porque não posso
fazer como se tudo isso fosse anônimo. Participei recentemente de um colóquio
sobre o amor e me pareceu que se falava do amor de um ponto de vista exterior.
Todos nós vivemos o amor, e essa vivência faz parte de nós. No que me concerne,
ensaio assumir não apenas minha própria dialógica de sapiens-demens, mas também a dialógica entre as quatro forças que
são muito poderosas em mim, na qual nenhuma delas chega a dominar as outras e
na qual eu aceito a coexistência e o conflito. Quero falar da dúvida e do
misticismo. É por isso que amo Pascal, que se tornou um autor-chave para mim.
Encontro nele esta alta racionalidade e o conhecimento dos limites da razão.
Ele sabia que a ordem da caridade ultrapassava a da racionalidade. Pascal era
filho de Montaigne, embora tenha guardado sua própria fé. De minha parte, não
possui essa fé num deus da revelação, mas fé em alguns princípios que podem ser
chamados de “valores”. Não vejo o meu misticismo como o de Santa Teresa
d’Ávila, cujos “Êxtases” muito admiro, nem como o de São João da Cruz , ainda
que haja nele uma visão extremamente profunda da relação entre conhecimento e
ignorância. Creio que posso ressenti-lo, por exemplo, numa flor, num
pôr-do-sol, numa visão. Em minha dialógica, nenhum elemento destrói o outro, É
dessa forma que assunto o problema. Assumo mesmo a contradição entre uma
curiosidade que me leva à dispersão e a necessidade de me reconcentrar para
produzir o fruto de minha experiência e de meu pensamento, quer dizer, O Método. Por um lado, digo a mim mesmo,
que tenho necessidade de conhecimento complexo – e sei que isso é racional.
Tenho necessidade de conhecer cada vez mais as ciências que trazem revelações
sobre a vida, o universo e realidade… Mas até que ponto minha necessidade de
conhecimento é ela mesma racional? Sei perfeitamente que adquirir um saber
total é uma tarefa impossível. Adorno diz de modo apropriado: ”A totalidade é a
não-verdade.” Ao mesmo tempo, não chego a ficar profundamente triste em virtude
dessa necessidade de conhecimento, e isso porque a necessidade de saber é o que
ocorre no mundo. Digo sempre a mim mesmo: seria sábio renunciar a ser cidadão
deste mundo e se sujeitar a quaisquer processos sem ensaiar refletir sobre
eles? Vejo e vivo essa contradição. Finalmente, creio que as grandes linhas da
sabedoria se encontram na vontade de assumir as dialógicas humanas, que podem
ser resumidas na dialógica sapiens-demens e na dialógica prosa-poesia.

A
sabedoria deve saber que contém em si uma contradição; é inteiramente loucura
viver muito sabiamente. Devemos reconhecer que na loucura, que é o amor, há a
sabedoria do amor. No amor da sabedoria, ou da filosofia, falta amor. O
importante na vida é o amor: Com todos os perigos que ele contém.

Mas
isso não é o suficiente. Se o mal que sofremos e fazemos sofrer reside na
incompreensão do outro, na autojustificação, na mentira a si próprio (self deception), então o caminho da
ética – e é aí que introduzirei a sabedoria – reside no esforço da compreensão
e não na condenação, no auto-exame que comporta a autocrítica e que se esforça
em reconhecer a mentira para si próprio.

Fonte: Morin Edgar. Amor, poesia, sabedoria. 7ª
edição- Rio de Janeiro:Bertrand Brasil, 2005.