O
rebaixamento da nota de crédito internacional do
Brasil pela agência de classificação de risco Standard & Poors é um
retrocesso que exige mais do que a reação inconformada da área econômica do
governo.
Era previsível que o Planalto tenha procurado desqualificar a
avaliação, com o argumento de que a nota seria inconsistente com as condições da
economia e contraditória com o que define como a solidez e os fundamentos do
país.
Os indicadores que a agência avaliou vêm sendo acompanhados internamente por especialistas em contas públicas e há muito tempo não trazem boas notícias. A avaliação independente externa apenas ratifica a percepção generalizada de que o governo descuidou do controle fiscal e não consegue reorientar a economia para que volte a crescer.
A combinação de quase estagnação, de sobressaltos da inflação e de desequilíbrio das contas públicas sustenta a nota, conforme declarações de economistas da própria agência. Há especial preocupação com um dado recente, referente aos custos das compensações que bancarão as perdas do setor elétrico.
Especula-se que os subsídios a serem repassados ao setor, na tentativa de evitar um colapso no fornecimento, podem envolver até mesmo aumento de impostos. Interrompe-se com a nova avaliação um período de uma década de elevações na nota atribuída ao Brasil, sempre citado entre as economias com maior potencial de desenvolvimento. Foi pelas virtudes de nação emergente que o país conquistou aos poucos a confiança dos investidores internacionais. Perdê-la agora, quando poderia ampliar a atração de projetos e recursos, é desalentador em todos os sentidos.
Mesmo que os mercados não tenham, de imediato, reagido negativamente à nova avaliação, há um abalo evidente na imagem do Brasil. Agências de percepção de risco existem para orientar a movimentação dos capitais mundiais e, apesar de falhas pontuais, são consideradas cada vez mais importantes para a compreensão da economia globalizada. Ao tentar refutar a análise da Standard & Poor’s, o governo apenas continua se comportando como se estivesse indiferente a uma realidade que preocupa a todos, em especial a quem produz.
Há indícios de que o descontrole fiscal não é passageiro e de que o país ainda enfrentará, como agravante, os desdobramentos da fragilização da Petrobras, cuja gestão vinha sendo marcada por decisões desastradas.
A correção de rumo deve começar pela admissão das autoridades de que os fundamentos da economia não são tão sólidos quanto o governo apregoa. A imagem do Brasil no Exterior depende de gestos decididos de quem governa e formula as políticas orientadoras das decisões econômicas públicas e privadas, e não de respostas retóricas. Ficou claro, com esse rebaixamento, que o discurso otimista apresentado pela presidente Dilma em Davos foi insuficiente para conter a desconfiança internacional. O país precisa reagir com pragmatismo, principalmente na área fiscal, para preservar a credibilidade ameaçada.
Os indicadores que a agência avaliou vêm sendo acompanhados internamente por especialistas em contas públicas e há muito tempo não trazem boas notícias. A avaliação independente externa apenas ratifica a percepção generalizada de que o governo descuidou do controle fiscal e não consegue reorientar a economia para que volte a crescer.
A combinação de quase estagnação, de sobressaltos da inflação e de desequilíbrio das contas públicas sustenta a nota, conforme declarações de economistas da própria agência. Há especial preocupação com um dado recente, referente aos custos das compensações que bancarão as perdas do setor elétrico.
Especula-se que os subsídios a serem repassados ao setor, na tentativa de evitar um colapso no fornecimento, podem envolver até mesmo aumento de impostos. Interrompe-se com a nova avaliação um período de uma década de elevações na nota atribuída ao Brasil, sempre citado entre as economias com maior potencial de desenvolvimento. Foi pelas virtudes de nação emergente que o país conquistou aos poucos a confiança dos investidores internacionais. Perdê-la agora, quando poderia ampliar a atração de projetos e recursos, é desalentador em todos os sentidos.
Mesmo que os mercados não tenham, de imediato, reagido negativamente à nova avaliação, há um abalo evidente na imagem do Brasil. Agências de percepção de risco existem para orientar a movimentação dos capitais mundiais e, apesar de falhas pontuais, são consideradas cada vez mais importantes para a compreensão da economia globalizada. Ao tentar refutar a análise da Standard & Poor’s, o governo apenas continua se comportando como se estivesse indiferente a uma realidade que preocupa a todos, em especial a quem produz.
Há indícios de que o descontrole fiscal não é passageiro e de que o país ainda enfrentará, como agravante, os desdobramentos da fragilização da Petrobras, cuja gestão vinha sendo marcada por decisões desastradas.
A correção de rumo deve começar pela admissão das autoridades de que os fundamentos da economia não são tão sólidos quanto o governo apregoa. A imagem do Brasil no Exterior depende de gestos decididos de quem governa e formula as políticas orientadoras das decisões econômicas públicas e privadas, e não de respostas retóricas. Ficou claro, com esse rebaixamento, que o discurso otimista apresentado pela presidente Dilma em Davos foi insuficiente para conter a desconfiança internacional. O país precisa reagir com pragmatismo, principalmente na área fiscal, para preservar a credibilidade ameaçada.
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