sexta-feira, 28 de março de 2014

" Uma ponte essencial "

Editorial ZH


Anunciada como presente de aniversário para Porto Alegre, a segunda travessia sobre o Guaíba prometida pela presidente Dilma Rousseff começa a ganhar contornos efetivos. A assinatura do contrato entre o governo federal e o consórcio vencedor da concorrência será feita na próxima segunda-feira. A formalização do compromisso permite que o projeto seja finalmente acionado, com previsão de conclusão em 2017. A nova ponte vai se somar a outras obras viárias que contemplaram o Estado nos últimos anos, como a BR-448, mas deve ser vista como parte de soluções que exigem bem mais dos governos federal e estadual.
 
 
A travessia é uma prioridade do Estado que a União demorou a admitir como essencial para que parte da Grande Porto Alegre e toda a Região Sul não continuassem dependentes de uma passagem superada como obra de engenharia. As deficiências da tão propalada mobilidade urbana, que mobilizaram o país no ano passado, não envolvem apenas a questão do transporte coletivo. Também as condições de vias e estradas interurbanas estão diretamente ligadas à mobilidade nas metrópoles. Moradores de cidades ao sul de Porto Alegre, que em muitos casos se deslocam diariamente para a Capital, são tão beneficiados pela obra quanto as atividades econômicas ameaçadas pelas falhas de um vão móvel que, nas atuais condições, ficou anacrônico.
A ponte que resolverá o problema da ligação da Grande Porto Alegre com o sul do Estado dependerá de obras complementares e de efeito duradouro, para a melhoria no fluxo de trânsito no entorno da Capital. É o caso da almejada ERS-10, projeto que o governo do Estado trata com displicência. A obra, decisiva para evitar novos problemas de tráfego na Região Metropolitana, foi praticamente abandonada como ideia pelo Executivo, o que comprova a carência de planos e de visão de longo prazo.

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