Sílvia Araújo*
Para que servem as palavras?
Uma, de tantas as respostas que podem ser dadas, é que as palavras servem para a comunicação entre pessoas. Portanto, quanto mais clara for a forma do falar, melhor será seu o resultado. A palavra comunicação tem sua raiz no latim communicatio, ideia de tornar comum, que deriva de communis, dos sufixos-ica que indica estar em relação, e - ção que indica ação. Logo, comunicação é a ação que tem como objetivo tornar comum uma ideia ou mensagem.
Para a Programação Neurolinguistica (PNL),
considerada a ciência da excelência, as palavras são como programas que rodam na
mente e geram resultados. O cérebro é o hardware e as palavras são os softwares.
O sociólogo e jornalista Ciro Marcondes Filho, através de sua citação, ilustra
com maestria uma das habilidades mais extraordinárias do ser humano:
"Comunicação é antes um processo, um acontecimento, um encontro feliz, o momento
mágico entre duas intencionalidades".
Quando as palavras comunicam a intenção, a
magia acontece. É maravilhoso, ver, ouvir e sentir esta mágica em contextos
profissionais, familiares, amorosos ou sociais. Por outro lado, o uso inadequado
das palavras enfraquece, distorce ou até mesmo destrói esta arte.
Quantas vezes você já viu ou ouviu alguém
dizer:
- Na verdade, o que eu queria dizer era... Você não entendeu o que eu disse...
Muitas vezes o conflito já se instalou e é
tarde demais para manter a harmonia do objetivo original.
A responsabilidade da comunicação é de quem
comunica. O como falar é o que faz a diferença para tornar a
comunicação conflitante ou eficaz. Compartilho aqui sugestões no uso de duas
palavras muito comuns: "Gostaria" e "Não",
elas podem mudar o rumo de muitas histórias.
Por exemplo, a palavra
"gostaria", pressupõe um impedimento.
Imagina alguém dizendo a seguinte frase: - Eu
gostaria de lhe agradecer por ler este texto. Instantaneamente surge um diálogo
interno: - Então, agradeça. Ou perguntas internas como: - O que te impede de
agradecer? - Quando vai agradecer? Experimente, então, imaginar o som da frase:
- Agradeço a sua atenção em ler este texto.
A experiência interna é diferente, pois
acontece o processamento neurológico do agradecimento e a mensagem torna-se mais
eficaz.
Vejamos alguns exemplos com a palavra
"Não". Não pense em um elefante rosa de bolinhas lilases. Pronto! É
suficiente para imaginar o elefante rosa e de bolinhas lilases. Isso acontece
porque o "Não" funciona como um comando hipnótico que direciona
o cérebro a pensar justamente naquilo que está sendo negado. É como se fosse uma
programação para o que vem depois do não, ou um processamento adicional para
buscar o sim.
Já imaginou dirigir num lugar desconhecido e se
direcionar por um GPS com os seguintes comandos: "Não vire à direita, não vire à
esquerda, não siga em frente..." Seria uma confusão, não é mesmo? Ainda bem que
os GPS costumam ter uma linguagem assertiva: Vire à direita, vire à esquerda e
siga em frente.
Muitas pessoas estão acostumadas a dizer o que
não querem e isso pode limitar o alcance de seus objetivos. Uma forma
interessante para gerar foco e ações é se perguntar: quando digo "não" para
isso, quero dizer "sim" para quê?
Por exemplo:
- Não se atrase para a reunião. Troque por: - Chegue no horário.
- Não quero me irritar! Substitua por: - Quero gerenciar minha inteligência emocional.
- Não vamos perder negócios, por: - Queremos fazer negócios.
- Não quero sofrer, por: - Quero ser feliz!
- Não se atrase para a reunião. Troque por: - Chegue no horário.
- Não quero me irritar! Substitua por: - Quero gerenciar minha inteligência emocional.
- Não vamos perder negócios, por: - Queremos fazer negócios.
- Não quero sofrer, por: - Quero ser feliz!
Lembre-se de que quando encontrar um "não" numa
experiência, busque o "sim" ou os "sins".
Quando um profissional desempregado ao passar
por um processo seletivo recebe um "não", a pessoa continua sem trabalho. Nada
mudou. Nada? Claro que sim, basta buscá-los. Normalmente existem novas
percepções e aprendizados para o "sim" que estar por vir. O "não" nada tira de
você, pense nisso!
O que afinal faz muitas pessoas frustrarem-se
com o "não"? As representações internas dos milhares de "nãos" registrados e
suas cargas emocionais acumuladas ao longo da vida. Então, diante de um "não",
inconscientemente somos remetidos a significados de rejeições passadas.
Somente na infância recebemos mais de um milhão
de "nãos" e registramos sentimentos primários como medo, tristeza ou raiva pelo
simples fato de desconhecer os "sins".
Vale comparar o registro de Moisés no Antigo Testamento da Bíblia ao comunicar os mandamentos das Leis de Deus com o Novo Testamento de Jesus.
Moisés: - Não matarás, não
furtarás, não... não... não... não... não... não... não... não!!!
Jesus: Amarás a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.
Pelos ensinamentos deixados pelo maior líder de
todos os tempos, pelas descobertas da ciência, pela arte de viver e pelos
mistérios da vida. Vale a pena focar naquilo que se deseja para facilitar a
beleza da vida.
Foco é como a mais bela flor que encanta o jardim do seu bem-estar e daqueles que compartilham da vida com você.
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Administradora, trainer em neurolinguista, docente em cursos de pós-graduação,
coaching executiva e pessoal, diretora do Instituto 3 pilares.
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