TAÍS LUSO DE CARVALHO
Sou de uma geração
que curtiu muito os gibis; aprendemos a ler com os gibis, e era com ansiedade
que íamos às bancas de revista comprar as novidades do mês. E a troca de gibis
entre os amiguinhos era estimulante. Depois, se aprimorava o gosto com vários
livros. Mas, estávamos criando o hábito da leitura. A criança precisa de ajuda e
de estímulo para essa iniciação. E também na adolescência.
Lembro que na adolescência, tanto eu como minhas colegas de
aula, perdemos um pouco desse hábito devido aos livros que a Escola oferecia
como padrão: não queríamos os clássicos brasileiros; não queríamos ler por
obrigação para fazermos uma resenha. Queríamos a liberdade de escolha, que nos
foi negado. Acredito que isso desestimulou um pouco a nós todos. Há que se
respeitar o gosto de cada um, e, à Escola, cabe analisar as preferências de seus
alunos. O mesmo livro para todos os alunos? Foi um desastre; uns perguntavam aos
outros a história - e a resenha estava feita! Ninguém aceitava uma
leitura imposta.
Lembro que muitas de nós queríamos ler algo mais moderno,
coisas da nossa época, para nosso momento. Lembro que me revoltei com isso e
levei pra aula (colégio de freiras) O Muro, de Sartre. Levei o livro
para o recreio e caminhava pra lá e pra cá, meio que provocando... Era
uma atitude pra encher o saco das freiras. Mas, em pouco tempo fui parar na sala
da Madre Superiora, e meus pais foram chamados à escola:
- Sua filha está muito rebelde, está dando mal exemplo aos
colegas!
Foi nesta época que houve um desinteresse da parte de muitos
alunos; não tínhamos opção, não tínhamos tempo de ler outras coisas, uma vez que
a leitura dos clássicos brasileiros, obrigatórios, tinha prazo para a entrega do
trabalho. Para tudo existe uma idade certa, era só ter esperado o amadurecimento
dos alunos.
A escola é a mola mestra; é nela que depositamos esperanças e
mudanças. E cabe aos pais ajudar a incutir o hábito nas cabecinhas em formação;
manter o elo, dar continuidade, estimular. Não impor!
Se ficarmos pensando que somos um país em desenvolvimento,
que os livros são caros, que o analfabetismo é enorme, que as crianças não são
estimuladas à leitura, que as famílias têm outras prioridades, bem... então nada
mais a fazer. É deixar como está pra ver como é que fica.
E vai piorar, uma vez que a educação é primordial para o desenvolvimento e a educação de um povo. Quanto mais esclarecimentos, mais qualificados seremos, mais oportunidades de trabalho, e consequentemente seremos mais felizes, aptos a cuidar mais de nossa saúde e de nossas famílias.
E vai piorar, uma vez que a educação é primordial para o desenvolvimento e a educação de um povo. Quanto mais esclarecimentos, mais qualificados seremos, mais oportunidades de trabalho, e consequentemente seremos mais felizes, aptos a cuidar mais de nossa saúde e de nossas famílias.
É lendo que se aprende, que se cresce, que se conquista; que
saímos da ignorância para um mundo mais aberto e de mais qualidade. O povo,
através de sua cultura, de sua história, de sua economia é que pode fazer uma
nação forte.
Certa vez ganhei um bambolê... Meu pai não gostava daquele
negócio e me propôs uma troca: 'vamos numa livraria e você escolhe os livros
que quiser, mas largue esta geringonça'. E aceitei a proposta. Comprei
vários livros.
Apesar das leituras na Escola não terem sido do meu gosto, retomei o hábito da leitura por várias circunstâncias: tive um ótimo exemplo em casa e uma biblioteca muito boa. A convivência com livros sempre foi muito próxima.
Apesar das leituras na Escola não terem sido do meu gosto, retomei o hábito da leitura por várias circunstâncias: tive um ótimo exemplo em casa e uma biblioteca muito boa. A convivência com livros sempre foi muito próxima.
Sei que formar este hábito é difícil, ainda mais com a
tecnologia de hoje, onde as redes sociais da Internet dominam muitas cabeças.
Por outro lado, vemos o trabalho de Órgãos do Governo e outros com apoio da
iniciativa privada, incentivando as artes, literatura e literatura
infantil.
Um país que incentiva a cultura, que cuida de suas crianças
formará adultos mais capazes e mais felizes.
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