sexta-feira, 5 de outubro de 2012

" Dinheiro " escreve Jaime Cimenti

Dinheiro, amor, poder e sexo - não necessariamente nesta ordem -, são quatro das coisas que mais interessam aos humanos, aos autores de incontáveis romances best-sellers e novelas de televisão e a muitos líderes políticos, empresariais, classistas, religiosos etc.

Concordo com os suíços, que entendem muito de grana: o dinheiro é um bom empregado, mas um péssimo patrão. Se mandas no dinheiro, ótimo, se ele manda em ti.... complicado. Dinheiro não traz felicidade, mas acalma, acalma muito os nervos, dizem os italianos.

Dinheiro compra até amor verdadeiro, disse o Nelson Rodrigues. Uma vez uma senhora de uns 80 e tantos, em meio a disputas envolvendo filhos e netos vorazes, resumiu: olha, quem tem dinheiro se incomoda porque tem, quem não tem se incomoda porque não tem. Sei lá, dinheiro deve ser, na medida do possível, sinônimo de liberdade. Se o cara tem uns pilas, que tal curtir, ao menos um pouco, o fato de não precisar pensar tanto no vil metal?

É a melhor coisa que o dinheiro pode fazer pela gente: não precisar pensar tanto nele. Esses dias dei de cara com um desses seres que, de tão pobre, coitado, só tem dinheiro. Ele não sabe, claro, não tem a menor ideia de que um dos sinais mais interessantes de saúde mental é quando o cara consegue rasgar - de preferência em público - dinheiro. Sim, rasgar dinheiro.

 


Em público. Isso já foi e é para muitos, ainda, sinônimo de loucura, mas, pensando bem, talvez não seja tanto assim. Bom, não precisa rasgar propriamente as notas, pode rasgar tipo metaforicamente ou simbolicamente os trocos, comprando bens e serviços simpáticos, distribuindo moedas rutilantes por aí e tal.

Outro ótimo sinal de saúde mental é quando o cara consegue rir de si e dos próprios problemas. De mais a mais, como diz a sabedoria popular: se bebes sozinho, ninguém vai carregar teu caixão. Pois é, dinheiro, essa notável invenção humana, não acompanha ninguém no caixão. Tem uns parentes espertos que botam lá um cartão de crédito ou um cheque no bolso do defunto para ele levar lá no além, mas isso é outro papo. Nada a ver.

Bom, mas, enfim, vamos bater no dinheiro de vez em quando para ele ver quem manda, mas vamos ser equilibrados e, para encerrar essa rica e afortunada conversa, deixo aqui uma velha frase publicitária filosófica, de uma tradicional instituição bancária de um país europeu: nunca gaste tudo! (capricha no sssutac!).


Jaime Cimenti

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