Artigo Zero Hora
FERNANDO RITTER
Secretário da Saúde de Porto Alegre
Secretário da Saúde de Porto Alegre
O diagnóstico é claro e conhecido. A saúde pública precisa melhorar. E sem dourar a pílula. O tratamento precisa ser realista e efetivo. Porto Alegre avançou muito, mas os sintomas persistem e o paciente ainda sofre.
Vários fatores agravam a doença: mesmo com 150 unidades de saúde, dois hospitais municipais e toda rede hospitalar contratualizada para o SUS, a Capital trata mais gente do Interior que da própria cidade. Hoje, os de fora representam 65% dos atendimentos. A prefeitura arca com este custo. É uma das capitais que mais investem em saúde pública: em 2015 serão R$ 574,8 milhões.
O tratamento precisa ser aplicado logo. E começa com um remédio valioso: o diálogo.
Como numa conversa franca entre médico e paciente grave, o município precisa ser objetivo com seus parceiros: com o Estado, cobrar ressarcimento do gasto com usuários do Interior. Com a União, agilidade nos repasses de recursos. Com os prestadores de serviços, eficiência nos atendimentos para o SUS. E com as entidades de classe, busca permanente pelo entendimento.
Não se pode perder tempo em conflitos. Transparência é fundamental, assim como aplicar bem os recursos. Daí a prioridade na Atenção Básica, onde o usuário tem ser bem cuidado antes que os problemas se agravem e virem tratamentos caros, demorados e sofridos. Em 2015, chegamos a 206 equipes de saúde da família e 106 de saúde bucal. Homologamos 25 concursos públicos para reforçar as equipes.
Um novo sistema de regulação, com informatização das unidades, permitirá um fluxo muito melhor na rede de saúde. O HPS será um dos mais modernos hospitais de trauma do país. Todas estas medidas, com a dose certa de responsabilidade e conciliação, farão a saúde melhorar, e muito.
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