Editorial Zero Hora
A morte de uma menina de sete anos no bairro Vila Nova, em Porto Alegre, e a chacina de corintianos na sede de uma torcida organizada, em São Paulo, têm pelo menos três pontos em comum: o tráfico de drogas, o descontrole no uso de armas e a incompetência do poder público em garantir a segurança dos cidadãos.
O ciclo vicioso da barbárie começa pela cultura da violência, potencializada pela ausência de programas preventivos, de moradias adequadas, de lazer, educação e oportunidades profissionais, passa pela insuficiência e má formação das forças policiais, pela leniência do Judiciário e pelas deficiências do sistema prisional.
Tanto no caso da chacina de São Paulo quanto no assassinato da menina com uma bala de fuzil, que também feriu seu irmão, chama atenção o fato de estar por trás uma disputa pelo controle de pontos de tráfico. A essa verdadeira guerra _ fomentada por usuários como os frequentadores de um bar na Capital em que drogas eram servidas nas mesas por garçons _, soma-se a liberdade com que as armas circulam entre bandidos. Junte-se a isso a falta de ação da polícia e está disseminada a insegurança, que forçou a família da pequena vítima a fugir para o Interior, enquanto os demais moradores seguem subjugados pelo medo.
A esta altura, não há mais o que fazer em relação ao sofrimento imposto a tantas famílias pelas mortes já registradas. É possível, porém, e necessário, evitar que outras tragédias se repitam.
E, para isso, o importante é atacar as causas, com ênfase em prevenção e policiamento eficiente, para reduzir a impunidade e garantir o que a sociedade precisa: segurança.
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