quarta-feira, 22 de abril de 2015

" Cruzada Pela Vida "

Artigo Zero HORA 

22 de abril de 2015
OSVINO TOILLIER
Mestre em Educação, vice-presidente do Sinepe/RS
A violência e o grau de insegurança atingiram níveis insuportáveis há muito tempo. O que mais precisa acontecer para que as autoridades assumam de vez que chegamos a um ponto em que é preciso dar um basta e reunir todas as forças da sociedade para reagir ante a brutalidade que campeia e às vidas sacrificadas?



Não me importa saber se são acertos de conta entre gangues rivais, não me importa saber quem são os responsáveis pelas chacinas crescentes a que estamos assistindo, a ponto de ter medo de sair para a rua e circular livremente a pé, de carro ou transporte coletivo.
Qual é o consolo que se tem para a família cuja filha morre por bala perdida, interrompendo seu soninho inocente aos sete anos e irmãozinho gravemente ferido?

O que eu percebo é que as autoridades se preocupam com estatísticas, para ver o comportamento e a tendência. Numa guerra não se contam os mortos, porque não é possível. Trata-se minimamente de enterrá-los, mesmo em covas coletivas. Isto fez Stálin afirmar: “Uma morte é uma tragédia; milhares de mortes viram estatística”.

No assassinato da Farrapos na semana passada, estive no ônibus que passou pelo local da execução no mesmo horário, só que em sentido contrário. Este fato me deixou muito impressionado, a ponto de temer pela minha vida. Como faço para ir ao trabalho sem correr risco?

A vida é preciosa demais para ser perdida por conta de bala perdida, por conta de reação imprevisível diante de arma apontada contra a gente, enfim, é preciso um grande esforço para mudar este quadro.

É necessário, sim, uma cruzada pela vida e contra a violência, a exemplo do que Novo Hamburgo fez contra as drogas no início da década passada, quando mobilizou a sociedade num gigantesco esforço comunitário, que foi exemplo para todo o país.

As energias do bem estão prontas para entrar em ação. A vida tem prioridade absoluta e não se dobrará diante do mal, em memória dos que tombaram e por conta do que querem viver. É só chamar!

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