BRASIL ECONÔMICO - 17/12
A crescente falta de sinergia entre a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda não contribui para a reafirmação da confiança dos investidores. Se, de um lado, soa desconfortável para o Brasil a declaração de Guido Mantega de que "nossa economia cresce de pernas mancas", também é verdade ser necessário que o governo preste mais atenção nas sinalizações do mercado e próprios especialistas dos organismos federais ligados à área econômica. Não será com as muletas de soluções paliativas que se corrigirão as deficiências.
A principal ferramenta que o governo tem para enfrentar os desafios é o ouvido. Portanto, não é prudente seguir ignorando o recente e grave alerta do corpo técnico do Tesouro Nacional quanto à condução da economia e da política fiscal. Claramente, esses profissionais de carreira referiram-se às manobras contábeis para fechar o balanço do governo, fator que suscita desconfianças. Em consequência, crescem as dificuldades para a rolagem dos títulos públicos. Por isso, o Tesouro paga juros cada vez maiores pelos papéis que coloca no mercado financeiro, onerando o serviço da dívida.
Credibilidade é o fator essencial para o reaquecimento dos financiamentos ao consumo, a elevação a patamares mais expressivos dos investimentos produtivos internacionais e a continuidade do enfrentamento exitoso da duradoura crise mundial. Não basta, como tem agido o Palácio do Planalto, o discurso relativo à preocupação fiscal, aos investimentos públicos em infraestrutura e às previsões otimistas, que nem sempre se concretizam.
Aliás, não é positivo para a imagem do Brasil o inusitado fato de que aqui até o passado é imprevisível, como ocorreu com a recente revisão do crescimento do PIB de 2012, que passou de 0,9% para 1%. Mais grave, ainda, é o erro na conta da revisão, que levou a presidente da República e declarar em uma entrevista à imprensa internacional que a expansão havia sido de 1,5%. Fica uma imagem de desentrosamento e baixa confiança nas estatísticas oficiais.
São necessárias ações práticas e consistentes, estas sim perceptíveis no ambiente interno e no exterior e capazes de produzir reação positiva nos capitais sem pátria da economia globalizada. Recriar um ambiente favorável aos negócios não depende, é verdade, apenas do Poder Executivo. É crucial que se concretize, por exemplo, o pacto antigasto firmado pela presidente Dilma Rousseff, e por iniciativa dela, com a base aliada do governo no Congresso Nacional. O êxito quanto ao propósito do acordo, de evitar a aprovação de projetos que aumentem as despesas, depende basicamente de uma atitude positiva e consciente dos parlamentares e dos partidos.
O Brasil está num momento muito delicado. Ainda são sólidos alguns fundamentos econômicos, como o aumento da renda e dos salários, o baixo desemprego, a ampliação significativa do mercado consumidor e o bom desempenho do agronegócio e do comércio. Porém, há claros sintomas de enfraquecimento macroeconômico, como a perda de competitividade da indústria e a pífia performance da balança comercial.
Ainda há tempo, condições e credibilidade remanescente para uma forte retomada do crescimento do PIB. Porém, é necessário ouvir, dialogar e adotar medidas em sintonia com as reais necessidades nacionais. Sem essa atitude, corremos o risco de continuar capengando.
A crescente falta de sinergia entre a presidente Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda não contribui para a reafirmação da confiança dos investidores. Se, de um lado, soa desconfortável para o Brasil a declaração de Guido Mantega de que "nossa economia cresce de pernas mancas", também é verdade ser necessário que o governo preste mais atenção nas sinalizações do mercado e próprios especialistas dos organismos federais ligados à área econômica. Não será com as muletas de soluções paliativas que se corrigirão as deficiências.
A principal ferramenta que o governo tem para enfrentar os desafios é o ouvido. Portanto, não é prudente seguir ignorando o recente e grave alerta do corpo técnico do Tesouro Nacional quanto à condução da economia e da política fiscal. Claramente, esses profissionais de carreira referiram-se às manobras contábeis para fechar o balanço do governo, fator que suscita desconfianças. Em consequência, crescem as dificuldades para a rolagem dos títulos públicos. Por isso, o Tesouro paga juros cada vez maiores pelos papéis que coloca no mercado financeiro, onerando o serviço da dívida.
Credibilidade é o fator essencial para o reaquecimento dos financiamentos ao consumo, a elevação a patamares mais expressivos dos investimentos produtivos internacionais e a continuidade do enfrentamento exitoso da duradoura crise mundial. Não basta, como tem agido o Palácio do Planalto, o discurso relativo à preocupação fiscal, aos investimentos públicos em infraestrutura e às previsões otimistas, que nem sempre se concretizam.
Aliás, não é positivo para a imagem do Brasil o inusitado fato de que aqui até o passado é imprevisível, como ocorreu com a recente revisão do crescimento do PIB de 2012, que passou de 0,9% para 1%. Mais grave, ainda, é o erro na conta da revisão, que levou a presidente da República e declarar em uma entrevista à imprensa internacional que a expansão havia sido de 1,5%. Fica uma imagem de desentrosamento e baixa confiança nas estatísticas oficiais.
São necessárias ações práticas e consistentes, estas sim perceptíveis no ambiente interno e no exterior e capazes de produzir reação positiva nos capitais sem pátria da economia globalizada. Recriar um ambiente favorável aos negócios não depende, é verdade, apenas do Poder Executivo. É crucial que se concretize, por exemplo, o pacto antigasto firmado pela presidente Dilma Rousseff, e por iniciativa dela, com a base aliada do governo no Congresso Nacional. O êxito quanto ao propósito do acordo, de evitar a aprovação de projetos que aumentem as despesas, depende basicamente de uma atitude positiva e consciente dos parlamentares e dos partidos.
O Brasil está num momento muito delicado. Ainda são sólidos alguns fundamentos econômicos, como o aumento da renda e dos salários, o baixo desemprego, a ampliação significativa do mercado consumidor e o bom desempenho do agronegócio e do comércio. Porém, há claros sintomas de enfraquecimento macroeconômico, como a perda de competitividade da indústria e a pífia performance da balança comercial.
Ainda há tempo, condições e credibilidade remanescente para uma forte retomada do crescimento do PIB. Porém, é necessário ouvir, dialogar e adotar medidas em sintonia com as reais necessidades nacionais. Sem essa atitude, corremos o risco de continuar capengando.
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