Rafael Prikladnicki
O que acontece quando juntamos alunos de graduação e pós-graduação, professores, pesquisadores, profissionais de mercado, fomento para inovação, uma universidade, um parque tecnológico e suas empresas? Cria-se um ambiente sinérgico e propício para estimular a inovação em diferentes níveis e de diferentes formas. Cria-se um ambiente para um fluxo contínuo de ideias, para colaboração, troca e cocriação.
Foi com esse espírito que um grupo de professores, pesquisadores e empresas reuniu-se para refletir em torno de um tema: inovação em educação na área de Tecnologia da Informação (TI). Na época, havia mais perguntas do que respostas. Como formar os futuros profissionais da área de TI? Como romper com o modelo tradicional de ensino? Como unir graduação e pós-graduação? Como agregar valor para empresas e universidades inseridas em ambientes de inovação propícios para ideias disruptivas?
Dessas perguntas, surgiu o projeto Software Kaizen, uma ferramenta de capacitação de Equipes de Alto Desempenho para Desenvolvimento de Software, resultado da parceria entre a PUCRS e empresas do seu Parque Científico e Tecnológico. De um lado, empresas e sua necessidade de formar profissionais qualificados para atuar em um mercado competitivo; de outro lado, pesquisadores e sua necessidade de conduzir pesquisas aplicadas em empresas, ou em cenários próximos da realidade. No meio, um parque científico e tecnológico, fomento para inovação e alunos.
Resultado: um arranjo inovador que, ao mesmo tempo em que propicia a formação complementar aplicada para alunos de graduação em um ambiente de imersão temporária, oferece a oportunidade para que alunos de pós-graduação utilizem esse mesmo ambiente e os projetos desenvolvidos pelos alunos de graduação para conduzirem estudos empíricos sobre os principais problemas de pesquisa existentes na área de TI.
O Rio Grande do Sul possui mais de uma dezena de projetos de parques tecnológicos – verdadeiros ambientes de inovação. O projeto descrito acima surgiu em um desses ambientes, em uma conversa despretensiosa dentro de uma sala de reuniões. Ou se quisermos, podemos chamar de sala de inovação.
Conectar de forma orgânica e espontânea os diferentes atores inseridos em um ambiente como esse, em torno de temas de interesse comum, talvez seja um dos maiores desafios que temos nos nossos parques tecnológicos no Estado e no Brasil. Para estimular isso, podemos, quem sabe, partir de uma premissa: tendo os atores, qualquer sala, qualquer mesa, qualquer cadeira, qualquer espaço em um parque tecnológico torna-se uma potencial sala de inovação.
*DIRETOR DO TECNOPUC
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