A vítima de um
acidente do trabalho
é apenas uma
vítima da guerra
invisível que mata
os brasileiros
acidente do trabalho
é apenas uma
vítima da guerra
invisível que mata
os brasileiros
ANTÔNIO VICENTE MARTINS*
Lendo Zero Hora no sábado, 14 de dezembro, me sobressaltei com a matéria da jornalista Taís Seibt:
“Um acidente a cada 10 minutos”. A reportagem trata dos dados relacionados a acidentes de trabalho no Brasil e no Rio Grande do Sul.Apesar de advogado militante na área, com experiência cotidiana com muitas categorias profissionais, tive que ler e reler a matéria para ter a dimensão do que estava sendo tratado. Os números são estarrecedores. De acordo com a estatística do Ministério da Previdência Social, em 2012, ocorreram 705 mil acidentes de trabalho no Brasil. Destes acidentes, 14.755 provocaram incapacidade permanente e 2.731 provocaram a morte do trabalhador.
O número fala por si. É como se o Brasil estivesse envolvido em uma guerra. Para que se tenha uma ideia, desde 2000, morreram cerca de 2 mil soldados americanos no Afeganistão. Ou seja, em apenas um ano, morreram mais trabalhadores no Brasil, vítimas de acidentes de trabalho, do que soldados da maior potência militar do mundo em um conflito que se arrasta por mais de 12 anos.
E os dados relativamente ao Rio Grande do Sul também são aterrorizantes. Três gaúchos por dia ficaram incapacitados permanentemente para o trabalho em decorrência de acidentes relacionados a sua atividade profissional. Um gaúcho a cada dois dias perdeu a vida trabalhando.
Em época de intensa atividade econômica, a sociedade precisa ter preocupação com a saúde e a segurança no trabalho. É preciso que o Estado tenha políticas públicas de conscientização para os trabalhadores exigirem e utilizarem equipamentos de segurança e uma fiscalização eficiente e punitiva às empresas que seguem sendo violadoras das regras relacionadas à saúde e segurança no trabalho.
Uma Vida Vale Muito é o título da campanha editorial do grupo RBS. Neste caso, muitas vidas valem muito mais. Normalmente, os acidentes são decorrentes de ambientes inseguros, da negligência de empresas, da falta de investimentos em equipamentos de segurança.
Como bem apontado pelo procurador do trabalho, Dr. Philippe Gomes Jardim, os acidentes de trabalho não são decorrentes de fatalidade. Normalmente, os acidentes não são decorrência de fatalidade. Eles têm causa. Assim como um acidente de automóvel tem causa no excesso de velocidade, na conduta imprudente ou negligente do motorista, na estrada não conservada ou não sinalizada corretamente, o acidente de trabalho também tem suas causas bem identificadas na falta de segurança nos locais de trabalho. Usualmente, a vítima do acidente não é a responsável pelo mesmo. A vítima de um acidente do trabalho é apenas uma vítima da guerra invisível que mata os brasileiros. O Afeganistão é aqui para os trabalhadores brasileiros.*Advogado, presidente da Associação Gaúcha dos Advogados Trabalhistas (Agetra)
O número fala por si. É como se o Brasil estivesse envolvido em uma guerra. Para que se tenha uma ideia, desde 2000, morreram cerca de 2 mil soldados americanos no Afeganistão. Ou seja, em apenas um ano, morreram mais trabalhadores no Brasil, vítimas de acidentes de trabalho, do que soldados da maior potência militar do mundo em um conflito que se arrasta por mais de 12 anos.
E os dados relativamente ao Rio Grande do Sul também são aterrorizantes. Três gaúchos por dia ficaram incapacitados permanentemente para o trabalho em decorrência de acidentes relacionados a sua atividade profissional. Um gaúcho a cada dois dias perdeu a vida trabalhando.
Em época de intensa atividade econômica, a sociedade precisa ter preocupação com a saúde e a segurança no trabalho. É preciso que o Estado tenha políticas públicas de conscientização para os trabalhadores exigirem e utilizarem equipamentos de segurança e uma fiscalização eficiente e punitiva às empresas que seguem sendo violadoras das regras relacionadas à saúde e segurança no trabalho.
Uma Vida Vale Muito é o título da campanha editorial do grupo RBS. Neste caso, muitas vidas valem muito mais. Normalmente, os acidentes são decorrentes de ambientes inseguros, da negligência de empresas, da falta de investimentos em equipamentos de segurança.
Como bem apontado pelo procurador do trabalho, Dr. Philippe Gomes Jardim, os acidentes de trabalho não são decorrentes de fatalidade. Normalmente, os acidentes não são decorrência de fatalidade. Eles têm causa. Assim como um acidente de automóvel tem causa no excesso de velocidade, na conduta imprudente ou negligente do motorista, na estrada não conservada ou não sinalizada corretamente, o acidente de trabalho também tem suas causas bem identificadas na falta de segurança nos locais de trabalho. Usualmente, a vítima do acidente não é a responsável pelo mesmo. A vítima de um acidente do trabalho é apenas uma vítima da guerra invisível que mata os brasileiros. O Afeganistão é aqui para os trabalhadores brasileiros.*Advogado, presidente da Associação Gaúcha dos Advogados Trabalhistas (Agetra)
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