sexta-feira, 20 de março de 2015

" A Realidade Das Finanças Gaúchas "

Editorial Zero Hora


Cobrado a reagir diante da situação calamitosa das finanças do setor público gaúcho, que ameaça inviabilizar inclusive o cumprimento em dia da folha salarial dos servidores, o governador José Ivo Sartori ampliou ontem as providências de contenção dos gastos. Depois dos cortes determinados anteriormente em diárias, horas extras, nomeações e contratos, a redução de 20% nas verbas das secretarias deve significar mais de R$ 1 bilhão em economia de gastos. O esforço é necessário e inadiável, mas frustra pelo fato de acenar apenas com uma modesta redução no déficit, sem contribuir para uma recuperação da capacidade de investimento do Estado.
É importante que, neste momento, o atual governo esteja empenhado em envolver os gaúchos num choque de realidade, deixando claro que as receitas são insuficientes para custear o serviço da dívida, a folha dos servidores e o déficit previdenciário. Esse esforço, porém, não pode servir apenas para fomentar o debate político entre o governo que saiu rejeitado pelos eleitores e o que ainda não disse a que veio. É necessário que contribua acima de tudo para conscientizar os demais poderes e os contribuintes de que todos precisam apertar o cinto para tirar o Estado da paralisação, por razões financeiras.
Na apresentação feita ontem, o atual governo reconheceu o fato de o Estado, já governado por todos os grandes partidos, ter gasto menos do que arrecadou em apenas sete dos últimos 44 anos. O Rio Grande do Sul não pode mais continuar punindo tantas gerações com a ineficiência de seus gestores públicos. Por isso, admitir a realidade constitui-se só num primeiro passo. É preciso enfrentá-la.

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