quinta-feira, 26 de março de 2015

"Mais um erro, Planalto arruma nova briga com PMDB "

Política
26-03-2015, 9h20

Dilma ajuda FHC a melhorar biografia

Em mais um erro, Planalto arruma nova briga com PMDB
Postado por: DANIEla martinsLA MARTINS 
O profundo desgaste do governo Dilma, que cometeu erros na economia no primeiro mandato e comete todo dia um novo erro na política, atingiu em cheio o prestígio do PT e do ex-presidente Lula. Na prática, Dilma está melhorando a biografia de FHC na comparação com a de Lula.
Os dois ex-presidentes deixaram o governo com avaliações bem distintas. FHC apresentava baixa popularidade e não conseguiu eleger o sucessor em 2002. O PSDB perderia ainda mais três eleições presidenciais: 2006, 2010 e 2014. Já Lula saiu do Palácio do Planalto com alta popularidade e foi o principal responsável pelas vitórias de Dilma nas eleições de 2010 e 2014.
Aos olhos de hoje, como disse o ex-presidente Fernando Henrique em entrevista à “Folha de S.Paulo”, se houvesse eleição, Lula provavelmente seria derrotado. O tucano tem boa chance de estar certo nessa avaliação. De certa forma, a presidente Dilma está fazendo um trabalho de desconstrução do governo Lula e reescrevendo a história do governo FHC.
Há todo o impacto negativo das descobertas da Operação Lava Jato sobre o PT, confundindo ainda mais a imagem do partido com a corrupção. Em 2006, Lula se reelegeu após o escândalo do mensalão, que aconteceu em 2005, porque a economia e as políticas sociais implantadas pelo PT lhe deram força política.
Se continuar no atual ritmo de desacertos, Dilma pavimentará a saída do PT do poder em 2018 e haverá alternância de poder.
É cedo para saber se, diante de um discurso mais radical, o PSDB será o maior beneficiado. É bom lembrar que Lula só chegou à Presidência depois que moderou o discurso petista na economia e na política.
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Mais um para a coleção
Parece inacreditável que o governo Dilma tenha se metido em mais uma tentativa de enfraquecer o PMDB. A essa altura do campeonato, a presidente Dilma deveria evitar criar mais conflitos com o partido aliado.
Ela perdeu a mínima influência sobre os projetos que são aprovados no Congresso. O PMDB manda no Legislativo por meio dos presidentes da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros. É a realidade hoje.
Ainda assim, a presidente vetou parcialmente a lei que limita a criação de novos partidos e o fez de uma maneira a dar tempo de ser pedida à Justiça Eleitoral a recriação do PL, Partido Liberal, antes de a nova regra entrar em vigor.
Eduardo Cunha acusou o governo de ajudar o ministro das Cidades, Gilberto Kassab, a tentar criar o novo partido e disse que o objetivo seria prejudicar o PMDB. O governo cutucou a onça com vara curta na hora em que precisa do PMDB para aprovar o ajuste fiscal.
É praticamente um erro político grave por dia. Vale usar aquela imagem de alguém que está no fundo do poço e pega uma pá para cavar cada vez mais fundo.
A prioridade da presidente é aprovar o ajuste fiscal, ainda que com concessões. É a sua única saída política para sonhar com a recuperação de alguma popularidade. Mas parece que o Palácio do Planalto encontra tempo para arrumar mais briga com o PMDB quando menos poderia fazer isso.
Ouça o comentário no “Jornal da CBN”:

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