sexta-feira, 27 de março de 2015

" Jeitos de Ser e de Governar "

Artigo Zero Hora

IBSEN PINHEIRO
Deputado estadual (PMDB)
 
O perfil do nosso governador é o que a academia costuma chamar de experiência de novo tipo. José Ivo Sartori é diferente.
 Seja no jeito de pensar, agir ou se movimentar como político e gestor, ele não se enquadra no perfil preconcebido para homens de poder. E é normal que intelectuais e formadores de opinião levem tempo para assimilar essa novidade.
O gringo da colônia não tem o viés acadêmico de um formulador de teses. O economês não combina com seu linguajar. É alegre como regra, mas sério quando precisa ser. Não é do tapinha nas costas, tampouco usa a provocação como abordagem. Não é afeito ao espetáculo político para entreter a opinião pública. Gosta de fazer antes de falar.
Sartori é simples. E esse é também o perfil da sua gestão. Noto, aqui ou acolá, uma tentativa de enquadrar essa experiência em parâmetros anteriores. É perda de tempo, e seria uma enorme injustiça com o governador e com o próprio povo que o elegeu. Mas convém não esquecer que a simplicidade é a síntese que todos buscamos, para a política ou para o futebol, para a vida. A propósito,  vale lembrar a primeira recomendação do então candidato à sua equipe de comunicação: “Não me mudem”. Ali começava a desenhar-se sua vitória.
É por isso que o tempo de Sartori não é o da imprensa. Tampouco o da oposição ou o dos grupos de pressão. É o tempo da responsabilidade, da prudência, da cautela. Da consciência de que problemas complexos devem ser enfrentados com simplicidade, não com simplismo. É o tempo de poder cercar-se de mais método e menos intuição. De poder ouvir, conversar, testar alternativas, auscultar especialistas. E de fazer o que precisa ser feito.
Esse contorno pessoal e político fez de Sartori um dos prefeitos mais aprovados do país. Sua Caxias do Sul deu a ele 80% dos votos para governador. E o método agora será o mesmo. Acompanho de perto, todos os dias, o trabalho de um homem que está fazendo de tudo para melhorar o Rio Grande do Sul. Do seu jeito, no seu tempo. Fossem fáceis, os problemas do Estado já teriam sido resolvidos pelos projetos de quem até ontem foi governo.

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