Os cortes orçamentários que o governo promete anunciar até o final desta semana tendem a agravar ainda mais a precariedade de serviços públicos que já estão sofrendo restrições. Por falta de repasses, hospitais públicos e postos de saúde já racionalizam o atendimento, universidades públicas suspendem aulas devido a paralisações de servidores e até mesmo os serviços de segurança estão sendo afetados. O país só sairá desse quase estado de calamidade pública se todos os brasileiros entenderem a sua parte no contingenciamento. É hora de se fazer mais (ou o mesmo) com menos. O Brasil não pode mais adiar o desafio da austeridade, que está na base das economias mais desenvolvidas.
Diante da falta de respaldo no Congresso e preocupado em evitar maior desgaste junto à população, o governo federal promete concentrar os cortes necessários para o ajuste nas chamadas despesas discricionárias _ as não obrigatórias. E mesmo estas podem atingir investimentos importantes para os brasileiros, como os do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e os do Minha Casa Minha Vida. Falta ao governo federal, com quase 40 ministérios herdados de um período anterior à crise, mostrar que também é capaz de dar o exemplo, adequando o tamanho da máquina administrativa aos novos tempos.
Conscientes das dificuldades, até mesmo trabalhadores vêm se conformando em aceitar reajustes salariais que sequer cobrem a inflação. O país depende de um amplo engajamento de todos os brasileiros, em diferentes áreas de atuação para deixar logo a crise para trás, retomando o crescimento.
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