sábado, 30 de maio de 2015

" A FIFA e o DESAFIO DO JOGO LIMPO "

Editorial ZERO HORA


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Confiança, respeito, fair play e espírito esportivo são os compromissos assumidos pelo suíço Joseph Blatter, eleito para o seu quinto mandato no comando Federação Internacional de Futebol, mais conhecida pelo acrônimo Fifa. Trata-se, como é sobejamente conhecido, de uma das organizações privadas mais influentes da atualidade, por gerir o esporte mais popular do planeta e reunir associações, ligas, clubes, atletas, árbitros e dirigentes de todos os continentes. Blatter foi reeleito no momento mais delicado da história centenária da entidade, em meio a um escândalo de corrupção que já levou à prisão oito de seus principais integrantes, entre os quais o ex-presidente da CBF José Maria Marin.

A Fifa é poderosa demais, lida com quantias fabulosas de recursos e não presta contas a ninguém, a não ser aos seus próprios acólitos, invariavelmente participantes do jogo de interesses pessoais e políticos desenvolvido longo dos olhos do público. Por isso Blatter reassume sob total suspeição, com oposição declarada da poderosa União Europeia de Futebol (Uefa), que pediu a sua renúncia por meio de seu presidente, o ex-jogador Michel Platini.
O grande desafio de Joseph Blatter, portanto, será manter íntegra a entidade e recuperar sua credibilidade, atingida fortemente pela investigação que apurou desvios de milhões de dólares em propinas na relação com patrocinadores e na definição de sedes das duas próximas Copas do Mundo. Mais do que nunca, a Fifa terá que fazer uso de seu próprio slogan para as competições que promove e jogar realmente limpo, dando transparência às suas ações, submetendo-se a auditorias externas e devolvendo ao futebol o encanto que os dirigentes desonestos vêm roubando reiteradamente.

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