sexta-feira, 29 de maio de 2015

" Movimento Preocupante "

Editorial Zero Hora


Ainda que sejam legítimas e compreensíveis pelo momento de instabilidade econômica por que passa o país, as manifestações e paralisações programadas para esta sexta-feira devem ser acompanhadas atentamente pelas autoridades, para que os serviços essenciais não sejam prejudicados. 

Sabe-se que a defesa de direitos também é expressa com protestos que, eventualmente, podem suspender serviços e tumultuar a vida dos que deles dependem. Mas também é da essência da democracia a clara noção de que tais movimentos devem considerar limites definidos em leis ou em regras não escritas da boa convivência.


Não se questiona, nesse contexto, o direito de determinados setores de amplificar seus apelos, num momento em que os interesses de servidores e de usuários de serviços públicos nem sempre convergem. É também evidente que o Estado, como ente público, enfrenta limitações financeiras sérias, em todas as esferas, para cumprir com suas atribuições. E igualmente se reconhece que o ambiente de insegurança com a situação do país retrai atividades privadas, com repercussão em empregos e outras conquistas trabalhistas e sociais. Os manifestantes devem ter a compreensão desse cenário, ou estarão reivindicando o que, no momento, governos e empresas não têm como oferecer.


O mais importante, no entanto, é a garantia de que os eventuais transtornos que venham a ser provocados pelas paralisações não inspirem ações com prejuízos irreparáveis aos serviços essenciais, em especial na área da saúde. O Brasil aprendeu, em situações semelhantes, que a radicalização apenas conspira contra as intenções dos próprios trabalhadores.

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