sexta-feira, 29 de agosto de 2014

" A Verdade Sobre o Mais Médicos "

Artigo ZH


CLAUDIO BALDUÍNO SOUTO FRANZEN
Conselheiro do Conselho Federal de Medicina no RS
" ... a metamorfose no nome de uma avenida faz realmente justiça     social  "
 
Afirmações feitas em artigo recentemente publicado na Zero Hora exigem resposta para esclarecimento da sociedade.
 
Os ataques ferem a honra de 400 mil médicos brasileiros, atribuindo-lhes um comportamento que não dialoga com os compromissos hipocráticos assumidos e que nem de longe são verdadeiros.

Ao avaliar o programa Mais Médicos após um ano de seu lançamento, causa arrepio verificar que nada mudou: as emergências continuam lotadas; os leitos hospitalares, insuficientes; a fila de espera por especialistas já supera dois anos; faltam medicamentos, obrigando os pacientes a recorrer à Justiça.

Argumentos falaciosos, como o que afirma terem os intercambistas atendido 50 milhões de brasileiros, agridem a inteligência, bastando-se comparar com o total da população do Brasil (200 milhões).
 
Isto significaria que, de cada quatro brasileiros, um já consultou com intercambista.

É evidente que os gestores municipais têm motivos para defender o programa: a remuneração dos intercambistas vem de recursos da União.
 
Satisfeitos, nem questionam a eficácia dos atendimentos.

Cabe-nos questionar os números da pesquisa citada no artigo. Dados do Instituto MDA mostram que o apoio ao programa Mais Médicos caiu de 84,3% (em novembro de 2013) para 74,8% (em abril de 2014). No mesmo período, a percepção de competência dos intercambistas também regrediu. O estudo mostra que cresce o número daqueles que não acreditam que o Mais Médicos será capaz de resolver os problemas da saúde no país.

Diante disso, 34% dos entrevistados avaliam que a saúde do Brasil vai piorar. Preocupa-nos o futuro. Devemos cobrar dos gestores as medidas por que o país espera. A demora do Estado em responder de forma efetiva aos anseios do povo tem brutalizado a Saúde, trazendo desmotivação aos que tentam seguir adiante apesar das más condições para exercício de uma medicina de qualidade.

O Brasil tem urgência de ser bem tratado! Não é com palavras bonitas, pirotecnia e argumentos falaciosos que o brasileiro terá a assistência a que tem direito e tanto merece.


 

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