sexta-feira, 22 de agosto de 2014

"" Reação à Barbárie "

Editorial ZHFrame do vídeo publicado pelo Estado Islâmico (foto D.R.)
 jornalista executado

 
A selvageria das cenas da execução do jornalista norte-americano James Foley, decapitado por integrantes da milícia radical Estado Islâmico na Síria, levou o presidente norte-americano Barack Obama a definir o grupo como um “câncer”, que precisa ser extirpado antes de se espalhar.

O alerta contido na comparação não exime a Casa Branca de responsabilidades pelo recrudescimento de barbáries como a das decapitações, das quais militantes jihadistas se valem para divulgar seus atos pelas redes sociais e para arregimentar seguidores, muitos dos quais jovens e ocidentais. Equívocos anteriores, porém, não podem dificultar uma reação articulada contra essas atrocidades, que parta principalmente de quem se constitui em vítima potencial no cotidiano, de forma anônima.
Fatos como esses reforçam a constatação de que o governo norte-americano incorreu em erros tanto ao invadir o Iraque quanto ao deixar o país, onde o exército de fanáticos se instalou na fronteira com a Síria. Por isso, tanto os Estados Unidos quanto outras nações comprometidas com a paz, particularmente as da região conflagrada, precisam se preocupar em agir para deter o avanço do horror, com o cuidado de não oferecer ainda mais margem para estimulá-lo. É inconcebível que, no século 21, extremistas radicais financiados por petrodólares, valendo-se do que há de mais avançado em novas tecnologias, possam evocar questões religiosas para manter um número tão elevado de pessoas sob terror permanente.
Nesse ambiente, qualquer morte deve ser lamentada, seja num crime brutal ou num bombardeio aéreo. Porém, a execução covarde de um civil que apenas executava o seu trabalho de correspondente de guerra evidencia a irracionalidade do fanatismo islamita e afronta a dignidade humana.
Da mesma forma que no Iraque, a falta de ações efetivas na Síria teve um custo, que as facilidades de comunicação instantânea, hoje, se encarregam de globalizar, como ocorreu no caso da decapitação do jornalista norte-americano no deserto. O desafio que se coloca, agora, é como mobilizar sociedades submetidas permanentemente a uma lavagem cerebral por parte de extremistas sem que essa estratégia acabe gerando ainda mais intolerância.

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