quinta-feira, 28 de agosto de 2014

" Ponto para a Democracia "

Editorial Zero Hora


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O primeiro debate presidencial realizado pela Rede Bandeirantes na campanha eleitoral deste ano mostrou, acima de tudo, que o país tem candidatos capacitados a levar adiante suas aspirações em favor do desenvolvimento, da estabilidade econômica e dos avanços sociais. Ainda que os principais pretendentes ao cargo máximo da nação tenham trocado acusações, tudo transcorreu dentro da civilidade e da normalidade política, com amplo respeito às regras combinadas e sem ofensas e apelações.

O surgimento inequívoco de uma terceira força política, representada pela candidata Marina Silva, quebra a polarização entre o PSDB de Aécio Neves e o PT de Dilma Rousseff e acrescenta um elemento novo para a avaliação livre dos eleitores brasileiros, que agora poderão escolher entre três projetos distintos _ considerando-se os pretendentes que, de acordo com as pesquisas, têm chances reais de se eleger.
 
Ganha o país com o aumento do leque de alternativas e, principalmente, com a oportunidade de acompanhar o embate de ideias proporcionado pela imprensa independente, que é um dos esteios das verdadeiras democracias.




A defesa de pontos de vista ainda depende, no entanto, do aprofundamento de propostas. A pouco mais de um mês da eleição, chegou a hora da verdade para os candidatos, o que impõe a explicitação de posicionamentos. Nomes que têm se esquivado do compromisso público com a transparência dispõem de pouco tempo, até 5 de outubro, para expor o que de fato pensam sobre questões essenciais para o país e para o Estado.

A tendência é de que se esgote rapidamente a paciência do eleitor com os que tergiversaram, defenderam ideias vagas e genéricas e ainda deixaram fatos suspeitos sem resposta. Esse, aliás, é um dos aspectos decisivos para que o pleito seja de fato transparente.
 
 Nenhum candidato deve deixar de oferecer respostas convincentes sobre as muitas dúvidas que têm envolvido atos direta ou indiretamente relacionados com suas atividades públicas ou com suas candidaturas.

É o mínimo que o eleitor espera de quem reivindica seu voto. Até agora, os programas foram, com exceções, resumidos em compactas cartas de intenções, muitas vezes orientadas pelo marketing político. É preciso bem mais na defesa de posições para temas sempre presentes numa eleição.
 
 Os candidatos estão desafiados a provar que as boas intenções e a retórica da propaganda política não escondem planos deliberadamente abordados com superficialidade. Chegou o momento da clareza e da abordagem com profundidade.


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