segunda-feira, 30 de junho de 2014

" A última festa "

Editorial Zero Hora


Editorial30O Rio Grande do Sul recebe nesta segunda-feira o último jogo da Copa programado para Porto Alegre, entre as seleções da Alemanha e da Argélia. A Capital, em especial, mas também a Região Metropolitana, passa pelo teste decisivo da movimentação atípica de veículos e pessoas.
 
Porto Alegre já se submeteu a essa prova em quatro oportunidades, em jogos anteriores, e passou por todas com mérito. Na mais desafiadora, recebeu um contingente histórico de argentinos, que levaram do Estado a confirmação de que oferecemos mais do que hospitalidade aos turistas. Porto Alegre provou a cada jogo que estava preparada para a Copa.

O aspecto mais relevante dos desafios já vencidos e dos que se apresentam agora, no último espetáculo do Mundial no Estado, é o de que os gaúchos superaram barreiras consideradas quase intransponíveis. Assim como ocorreu nas demais 11 sedes da Copa, muito do que foi divulgado, às vésperas do evento, conduzia à conclusão de que o Brasil corria sérios riscos.
 
 O país poderia não só fracassar como sede, ficando em situação constrangedora aos olhos do mundo. Poderia expor-se a um vexame, pelos atrasos nas obras, pela incapacidade de cumprir prazos e pela própria resistência interna, de setores contrários à realização do Mundial.

O país venceu as desconfianças e a torcida do contra. Porto Alegre, em particular, superou impasses que devem ser reconhecidos e assimilados como lição. Além dos projetos na área da mobilidade, que não evoluíram de acordo com o cronograma inicial, foi preocupante a vacilação criada, a poucos meses da abertura do evento, com a transferência de responsabilidades pelas chamadas estruturas temporárias.
 
 Superados os desentendimentos, deve-se ressaltar hoje a capacidade de reação do setor público, Executivo e Legislativo, para que as obras do entorno do Beira-Rio fossem viabilizadas. Profissionais estrangeiros que vêm frequentando esses espaços observam que o trabalho realizado pelos gaúchos não perde em qualidade na comparação com o que foi feito em outras Copas.

Comprovou-se também que, apenas com falhas pontuais, o sistema de logística tem funcionado e que Porto Alegre, ao contrário do que os mais pessimistas previam, não se transformou na cidade do caos.
 
 Ao encerrarmos hoje nossa participação, temos como melhor saldo da Copa a sensação de que o Estado sai gratificado. É justo o sentimento dos gaúchos de que, mesmo podendo, quem sabe, fazer um pouco mais, o que está aí deve ser considerado representativo do que temos de melhor.


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