quarta-feira, 18 de junho de 2014

" Festas Juninas : Novos Conceitos "

Artigo Zero Hora


MARIA TEREZA LUNARDINI CARDOSO
Professora
 
 
Em razão de sua extensão territorial _ 8,5 milhões de quilômetros quadrados _, o Brasil divide-se em regiões, cada qual com suas próprias características geográficas, econômicas e culturais.

 

O Carnaval para o carioca, a Semana Farroupilha para os gaúchos e as Festas Juninas para os nordestinos expressam as múltiplas manifestações culturais do país. Influenciadas pelos costumes europeus, as festas juninas chegaram ao Brasil. Típicas do Nordeste, essas festas têm como objetivo agradecer as chuvas e comemorar a colheita, especialmente do milho.
 Em junho, nas cidades nordestinas, as quadrilhas, embaladas pelo som das sanfonas, esbanjam beleza, alegria e capricham nos figurinos. O povo nordestino respira sua cultura para receber turistas de todos os cantos do país. Crianças, jovens e adultos, estimulados pelo ritmo contagiante do baião, dançam e cantam ao som da sanfona. Esse espetáculo de fé e de alegria contagia outras regiões do país: cariocas, paulistas, mineiros enfeitam as escolas e os clubes sociais com bandeirinhas coloridas, organizam quadrilhas, realizam o famoso casamento na roça, armam barraquinhas com alimentos à base de milho, amendoim e quentão, cardápio próprio desses eventos.

No entanto, em muitos lugares, cria-se um estereótipo do homem nordestino: caipira, rude, calças remendadas, chapéu desfiado. Essa imagem se contrapõe ao verdadeiro sentido do multiculturalismo e ao valor que as manifestações culturais representam para um povo. Esse cidadão que, em outras épocas, representou o homem rural merece todo o respeito. A mídia também explora essa figura humana e dela faz zombaria para diversão dos outros, especialmente em programas de humor, personalizando o nordestino como matuto ignorante e bobalhão.

Por isso, redefinir novos conceitos e desmistificar essa visão deturpada do nordestino deve começar na escola: vestir crianças com roupas remendadas e chapéu desfiado é uma forma preconceituosa de perpetuar valores culturais tão importantes. Para os nordestinos, essa data consiste num grande evento cultural, tanto quanto o Carnaval para o carioca. Assim, o luxo das vestimentas e a organização das quadrilhas se contrapõem à imagem pejorativa que muitos desejam fazer dessas festas. A cultura do Norte, do Nordeste, do carioca, dos gaúchos ou dos paulistas precisa ser respeitada.
 
A livre expressão é uma importante forma de cultuar os costumes de um povo e de libertar o homem do colonialismo e do jugo da opressão.


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