terça-feira, 17 de junho de 2014

" Muito Além do Futebol "

Editorial Zero Hora 


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Começam a se confirmar as previsões mais otimistas sobre o impacto da Copa na vida dos brasileiros e dos estrangeiros que vieram participar da festa. Em menos de uma semana, as cidades desfrutam dos significados de um evento que há muito se consagrou como uma confraternização universal em torno do futebol. Os jogos são o melhor pretexto para o espetáculo edificador da comunicação plena e da cooperação entre pessoas de diferentes nacionalidades.
 
A Copa é superlativa na capacidade de testar as virtudes e as fragilidades de um país, como ocorreu em todas as edições anteriores, nas mais variadas sedes, em todos os continentes, e como se repete agora no Brasil.

A prova mais decisiva foi vencida já nos primeiros dias. A empatia que os brasileiros estabelecem de imediato com os visitantes ratifica neste Mundial a imagem de anfitrião exemplar.
 
 As obras atrasadas, os questionamentos sobre prioridades, eventuais falhas de planejamento e problemas pontuais de organização são da natureza de acontecimentos grandiosos.
 
 A abordagem que importa, a partir do início dos jogos, é a que submete um país, e não só os organizadores e o setor público, ao desafio de levar a Copa até o final como um fato único e exitoso. Não se espera, no entanto, que o clima de entusiasmo contagie a todos com a mesma intensidade e tampouco que o Mundial seja assimilado, indistintamente, como acontecimento incontestável pela totalidade da população.
 
Tanto que ainda persistem manifestações de resistência, mesmo que minoritárias, à realização do evento. Que estas sejam percebidas como parte essencial das discordâncias e da democracia, desde que não tenham vínculos com ações violentas que ainda ocorrem em todo o país.

A certeza de que o Brasil se engajou à Copa está nas ruas e nos estádios. É uma oportunidade que não pode ser desperdiçada, não só por representar ganhos econômicos, mas pelo poder de contribuir para a melhoria de serviços, para o aperfeiçoamento das relações com outros povos e para a afirmação da nossa imagem no mundo.
 
São refutados pela realidade, a cada dia, desde a inauguração da Copa no dia 12, os vaticínios com os piores cenários. Para a torcida do contra, pouco ou nada funcionaria, dos aeroportos ao transporte coletivo das capitais, para a recepção a mais de 600 mil estrangeiros e a logística para a movimentação de milhares de pessoas a 64 jogos entre as 32 seleções nas 12 cidades escolhidas.

O Brasil não está ganhando com folga, mas vem, sim, vencendo os imprevistos de última e hora e os pessimistas, ao mesmo tempo em que conquista o reconhecimento dos visitantes e da imprensa. Como definiu a rede de TV britânica BBC, esta será, pelo que acontece dentro e fora das arenas, a grande Copa do país visto por todos como o lar espiritual do futebol.


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