sábado, 21 de junho de 2014

" Dá para aplaudir esses ídolos da Bola ??? "

Artigo ZH

NELIO TOMBINI
Psiquiatra na Santa Casa de Porto Alegre


O ser humano precisa de líderes e ídolos, pessoas com as quais possamos nos identificar e que estejam em um papel de destaque, um papel que gostaríamos de ocupar.

Neste momento, o Brasil está carente dessas pessoas. Na política, muitos de nossos líderes nos enganam, tapeiam, mentem e “não estão nem aí para nós”.


Na Copa, buscamos admirar os nossos ídolos da bola, mas, também aqui, eles deixam a desejar.

 

 O Neymar mostrou junto com seu pai como se faz uma negociata, embolsando uma grana por fora quando foi vendido ao Barcelona, fugindo de pagar os impostos devidos. Uma bela jogada ilícita.

 

No jogo com a Croácia, Fred fez uma encenação para ganhar um pênalti, e levou. Outra falcatrua. No final do jogo, o Felipão disse ter assistido 10 vezes ao lance e afirma que foi pênalti. Outra enganação.


Quem viu o jogo sabe que não foi pênalti, mas o treinador e o Fred preferem defender a ideia de que “uma mentira contada muitas vezes vira verdade”. Teria alguma diferença entre essas falcatruas de nossos ídolos do futebol e aquelas a que assistimos diariamente no meio político?


Tenho a impressão de que a safadeza, a sacanagem e a tapeação viraram uma epidemia nacional, como se valesse a pena aderir a elas. Penso que isto tem deixado parte da população abatida, irritada e não alinhada com a Seleção e com Copa. Por outro lado, não deixo de considerar que torcer pela Seleção é algo intrínseco a nossa alma e que o êxito do time vai deixar grande parte da população com o coração mais preenchido.
Na verdade, o descontentamento e a satisfação andam juntos como o amor e o ódio, e cada um vai acomodar dentro de si o que for melhor e mais agradável num determinado momento. Bem… São reflexões! O bom da vida é termos opiniões, podermos expô-las e também mudar de ideia.
Finalizando, cito o filósofo contemporâneo Michael Sander: “Um dos motivos do descontentamento da população é o fato de que os discursos políticos estão cada vez mais vazios e sem propósitos morais. E as pessoas estão buscando um discurso político melhor, que se conecte aos seus anseios”.

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