terça-feira, 17 de junho de 2014

" A necessária reinvenção das cidades "

Artigo Zero Hora


CLAUDIO DILDA
Secretário de Meio Ambiente de Porto Alegre
Normalmente designados como “altos e baixos”, os ciclos ocorrem nas estruturas dos diversos segmentos da organização social, política, econômica, cultural e em tantos outros que se queira relacionar. Quase sempre há uma interrelação ou, no mínimo, reflexos de diversas escalas em todas as faces da sociedade. Não existem crises econômicas ou políticas que não se reflitam no social e no cultural.


 
 
A sociedade é um todo que somente pode ser segmentado para fins de teorizações, pois na prática sempre continuará sendo um todo no qual uma parte interfere em todas as demais.

 


O cenário criado no contexto das crises ou dos períodos de euforia social acontece em todos os níveis: no nacional, nos estaduais e nos municipais. Medidas consistentes podem resultar em soluções consistentes; ou paliativas, faíscas de fogo fátuo. A política de preços associada à indústria automotiva entulhou nossas cidades de veículos para cujo deslocamento não são suficientes os viadutos, o alargamento de vias e a abertura de novas. Milhares de novos veículos lançados no mercado a preços acessíveis e os antigos continuando a circular. E o controle da emissão de gases de efeito estufa?

O Brasil, signatário do Protocolo de Kyoto, ao invés de alternativas energéticas, busca mais petróleo no pré-sal e incentiva a compra de automóveis. As cidades, ao longo da história da humanidade, tiveram muitos ciclos: de decadência e de restauração, com longos períodos de agonia. Cabe perguntar-nos: em qual deles nos encontramos agora?
--Vias entulhadas de veículos gerando poluição que agrava quadros de saúde; migrações em busca de oportunidades intensificando processos de favelização e de moradores de rua; sentimento de não pertencimento, levando a atitudes predatórias de equipamentos públicos a monumentos; insegurança, tráfico de drogas e aceleração dos processos de drogadição e desagregação da sociedade.

Estamos no limiar da emergência de reinvenção das nossas cidades. Todas


. Também de Porto Alegre. E se trata de tarefa coletiva. Nossas cidades são a nossa cara.

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