- PR - 17/04
Dilma culpa fatores externos pela desmoralização da estatal, mas ela encontrará as verdadeiras causas olhando para dentro da empresa
No meio do furacão causado pelas denúncias envolvendo a Petrobras, a presidente Dilma Rousseff foi a Pernambuco na segunda-feira para a viagem inaugural de um navio petroleiro e o batismo de um outro navio. Como seria de se esperar, em seu discurso a presidente fez uma defesa vigorosa da empresa. No entanto, os termos que usou e o tom recheado de antigos clichês deixam entender que Dilma parece viver em outro mundo, onde os escândalos parecem ter outra dimensão, muito menor que na realidade.
Dilma criticou o que diz ser uma “campanha negativa” contra a Petrobras. “Não ouvirei calada a campanha negativa que quer, por proveito político, ferir a imagem dessa empresa”, disse a presidente. O tom mais agressivo segue a estratégia traçada pelo ex-presidente Lula, para quem o PT precisava “ir para cima” e não ficar apenas na defensiva diante das inúmeras revelações que a cada dia colocam em descrédito a administração da estatal. Mas tornar público o fato de que a direção da empresa parece mais propensa a fazer jorrar lama que petróleo não tem nada de “campanha negativa”; é a simples constatação da realidade.
Quem realmente danifica a imagem da Petrobras? É a imprensa, que divulga os escândalos cabeludíssimos – que Dilma eufemisticamente chama de “malfeitos” – envolvendo diretores da empresa? É a oposição, que busca no Congresso os meios para promover uma investigação eficiente (e não o faz de conta no qual a base aliada tenta transformar o pedido de CPI) sobre o que realmente se passa nos bastidores da estatal? São os investidores, que fogem das ações da Petrobras por perceber a encrenca em que podem estar se metendo ao se tornar sócios de uma empresa mal administrada?
Quem estraga a imagem da Petrobras, na verdade, é o governo federal, que entope a cúpula da estatal com indicações políticas, deixando de lado os nomes de caráter técnico que seriam mais capazes de tomar as decisões corretas. É a equipe econômica, que em nome do combate a uma inflação mal controlada faz a estatal represar artificialmente os preços da gasolina, causando prejuízo – e, de quebra, ajudando a estraçalhar a indústria do etanol. São seus diretores, que fizeram da Petrobras a empresa mais endividada do mundo, segundo o Bank of America Merryl Lynch. É o Conselho de Administração, que leva a companhia a fazer maus negócios, como admitiu na terça-feira a presidente da Petrobras, Graça Foster, comentando a compra da refinaria de Pasadena. São aqueles que mantêm na empresa funcionários como Paulo Roberto Costa (preso na Operação Lava Jato e acusado de participar de um esquema bilionário de lavagem de dinheiro) e Nestor Cerveró (que não cumpriu seu dever de informar os conselheiros sobre as cláusulas prejudiciais à Petrobras no caso de Pasadena). Se Dilma quer mesmo saber quem anda “trabalhando contra”, colocando “armadilhas”, em vez de fazer discursos populistas ela deveria olhar para dentro da Petrobras.
Dilma diz querer “combater todo tipo de malfeito, tráfico de influência, corrupção, ou ilícito de qualquer espécie”. Se fala com sinceridade, então deveria parar de ressuscitar discursos de 15, 20 anos atrás, sobre privatizações e “Petrobrax”, e deixar de manobrar para bloquear investigações. Do contrário, estará apenas insultando o povo brasileiro e, de forma especial, as dezenas de milhares de funcionários que trabalham duro pela Petrobras apenas para ver o fruto de seu esforço destruído por ingerências partidárias.
Dilma culpa fatores externos pela desmoralização da estatal, mas ela encontrará as verdadeiras causas olhando para dentro da empresa
No meio do furacão causado pelas denúncias envolvendo a Petrobras, a presidente Dilma Rousseff foi a Pernambuco na segunda-feira para a viagem inaugural de um navio petroleiro e o batismo de um outro navio. Como seria de se esperar, em seu discurso a presidente fez uma defesa vigorosa da empresa. No entanto, os termos que usou e o tom recheado de antigos clichês deixam entender que Dilma parece viver em outro mundo, onde os escândalos parecem ter outra dimensão, muito menor que na realidade.
Dilma criticou o que diz ser uma “campanha negativa” contra a Petrobras. “Não ouvirei calada a campanha negativa que quer, por proveito político, ferir a imagem dessa empresa”, disse a presidente. O tom mais agressivo segue a estratégia traçada pelo ex-presidente Lula, para quem o PT precisava “ir para cima” e não ficar apenas na defensiva diante das inúmeras revelações que a cada dia colocam em descrédito a administração da estatal. Mas tornar público o fato de que a direção da empresa parece mais propensa a fazer jorrar lama que petróleo não tem nada de “campanha negativa”; é a simples constatação da realidade.
Quem realmente danifica a imagem da Petrobras? É a imprensa, que divulga os escândalos cabeludíssimos – que Dilma eufemisticamente chama de “malfeitos” – envolvendo diretores da empresa? É a oposição, que busca no Congresso os meios para promover uma investigação eficiente (e não o faz de conta no qual a base aliada tenta transformar o pedido de CPI) sobre o que realmente se passa nos bastidores da estatal? São os investidores, que fogem das ações da Petrobras por perceber a encrenca em que podem estar se metendo ao se tornar sócios de uma empresa mal administrada?
Quem estraga a imagem da Petrobras, na verdade, é o governo federal, que entope a cúpula da estatal com indicações políticas, deixando de lado os nomes de caráter técnico que seriam mais capazes de tomar as decisões corretas. É a equipe econômica, que em nome do combate a uma inflação mal controlada faz a estatal represar artificialmente os preços da gasolina, causando prejuízo – e, de quebra, ajudando a estraçalhar a indústria do etanol. São seus diretores, que fizeram da Petrobras a empresa mais endividada do mundo, segundo o Bank of America Merryl Lynch. É o Conselho de Administração, que leva a companhia a fazer maus negócios, como admitiu na terça-feira a presidente da Petrobras, Graça Foster, comentando a compra da refinaria de Pasadena. São aqueles que mantêm na empresa funcionários como Paulo Roberto Costa (preso na Operação Lava Jato e acusado de participar de um esquema bilionário de lavagem de dinheiro) e Nestor Cerveró (que não cumpriu seu dever de informar os conselheiros sobre as cláusulas prejudiciais à Petrobras no caso de Pasadena). Se Dilma quer mesmo saber quem anda “trabalhando contra”, colocando “armadilhas”, em vez de fazer discursos populistas ela deveria olhar para dentro da Petrobras.
Dilma diz querer “combater todo tipo de malfeito, tráfico de influência, corrupção, ou ilícito de qualquer espécie”. Se fala com sinceridade, então deveria parar de ressuscitar discursos de 15, 20 anos atrás, sobre privatizações e “Petrobrax”, e deixar de manobrar para bloquear investigações. Do contrário, estará apenas insultando o povo brasileiro e, de forma especial, as dezenas de milhares de funcionários que trabalham duro pela Petrobras apenas para ver o fruto de seu esforço destruído por ingerências partidárias.
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