quarta-feira, 24 de junho de 2015

" Sacrifícios Compartilhados "

Editorial Zero Hora


A relutância dos demais poderes em admitir a crise financeira do Estado e em colaborar com o Executivo para atenuá-la já chega às raias da irracionalidade. Se faltar dinheiro para o pagamento dos servidores, as medidas liminares que ameaçam os governantes se tornarão inconsequentes. Setores específicos, preocupados com seus interesses, têm insistido na manutenção integral de direitos, o que seria compreensível numa situação de normalidade. Não é o caso do cenário atual. Impulsos corporativos, desconectados da realidade, não oferecem nenhuma contribuição para a compreensão da crise e a busca de soluções.
As únicas saídas são o sacrifício compartilhado, a renúncia a privilégios, a economia de custos e a compreensão de que o problema é de todos. Nesse contexto, deve-se reconhecer o esforço do governador José Ivo Sartori para que o quadro geral de receitas e despesas seja o mais transparente possível. Foi o que o chefe do Executivo transmitiu esta semana a dirigentes dos demais poderes, em encontro para análise de números e de ações. Por mais que se questione a efetividade das decisões tomadas até agora pelo governo, o que não cabe é a adoção de uma postura de indiferença e até de enfrentamento.
Executivo, Legislativo e Judiciário são poderes independentes e têm autonomia para cumprir com suas prerrogativas. Mas nenhuma instituição pode aspirar total autonomia diante de questões a serem enfrentadas como desafios coletivos. A precariedade das contas do Estado é uma dessas questões. Os direitos de todos os gaúchos a serviços essenciais devem ser vistos no conjunto de demandas da sociedade. Não há nenhum falso dilema nessas circunstâncias. Há a certeza de que o interesse a ser preservado será sempre o da maioria da população.

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