quinta-feira, 25 de junho de 2015

" Retração Econômica "

A retração econômica, que já vem afetando empregos na indústria e na construção civil há alguns meses, chega agora com mais força ao comércio. De acordo com o último levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho, a indústria de vestuário fechou 7,3 mil postos de trabalho no Brasil no acumulado de janeiro a maio. O comércio como um todo demitiu 159,3 mil pessoas nos primeiros cinco meses do ano. No Rio Grande do Sul, o cenário é semelhante.Fonte Zero Hora
 25 junho 2015





Forte no emprego, comércio demite
Apesar de ainda manter o título de região com menor índice de desemprego, a Grande Porto Alegre já começa a sentir com mais força os efeitos da recessão no mercado de trabalho. O percentual da população em idade ativa sem emprego deu um salto de 6,2% para 7,8% entre maio de 2014 e maio de 2015. É como se em um ano tivessem desaparecido cerca de 34 mil postos de trabalho – o equivalente a toda população de Caçapava do Sul, para dar uma dimensão do problema.
Não preocupa apenas o número de vagas fechadas, mas o ritmo com que isso vem ocorrendo nos últimos meses. Depois de se manter praticamente estável no ano passado, mesmo com a desaceleração, o mercado de trabalho dá agora claros sinais de desgaste. Especialistas costumam se referir a índices de emprego como uma espécie de “último vagão” no trem da economia porque quando o comboio sai dos trilhos é o que sente a turbulência por último. Com baixo crescimento, inflação alta e juro salgado, o descarrilamento era questão de tempo.
Em maio, 148 mil pessoas ficaram desocupadas na Grande Porto Alegre, de acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), divulgada ontem pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). São 14 mil desocupados a mais em 30 dias. O número reflete dois movimentos distintos, explica a economista e pesquisadora da FEE Iracema Castelo Branco: o fechamento de 12 mil postos e a entrada de 2 mil pessoas no mercado de trabalho, principalmente jovens entre 16 e 24 anos e profissionais acima de 60.
– O desaquecimento da economia no último ano impactou o emprego de chefes de domicílio, obrigando outras pessoas da família a retornar ao mercado de trabalho – afirma.
Gerdau adota layoff no Estado
O que mais inquieta é o fechamento de postos na indústria. O aumento de 3 mil vagas em maio é positivo, mas reflete base de comparação muito baixa depois da dispensa de milhares de trabalhadores em abril, com empresas adotando férias coletivas e layoff.
– Desemprego no comércio reflete crédito restrito e queda no rendimento. Na indústria, a questão é mais estrutural, depende de investimento e produtividade – afirma Anselmo Santos, professor do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho do Instituto de Economia da Unicamp.
No Estado, depois da General Motors, em Gravataí, a Gerdau confirmou no início da semana que cem trabalhadores da unidade metalúrgica de Charqueadas, na região metropolitana de Porto Alegre, vão entrar em regime de layoff pelo período mínimo de cinco meses a partir de 13 de julho. A suspensão da produção atingirá cerca de 20% da capacidade da fábrica, que fornece aços especiais, principalmente para indústrias automotivas. A licença remunerada atinge operários das áreas de laminação, forjaria, mecânica, aciaria e logística.
Em Sapucaia do Sul, a Siderúrgica Riograndense, também do Grupo Gerdau, colocou 300 trabalhadores em regime de férias coletivas por 10 dias.
Energia deve subir 43,3% no ano
Apontados como os principais vilões da inflação no curto prazo, os preços administrados devem ter alta de 13,7% em 2015. A estimativa foi apresentada ontem pelo Banco Central, por meio do Relatório Trimestral de Inflação (RTI). A previsão anterior, de março, era de 11%. A tarifa de energia elétrica deve subir 43,3% neste ano, ante alta de 38,3% da projeção de março.
Da mesma forma, o BC levou em conta a estimativa de alta do preço do botijão de gás para 4,3% neste ano ante 3% da ata e de 1,2% do RTI passado. Para chegar a esses percentuais, o BC considerou a hipótese de variação de 9,3% do preço da gasolina em 2015 ante 9,1% da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) e de 8,4% do relatório trimestral anterior.

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