quarta-feira, 23 de julho de 2014

" O que ensinar na escola ? "

Artigo Zero Hora


LIEGE DE OLIVEIRA LEOPOLDO E SILVA
Professora
Parte da pergunta surge pela desmotivação de uma parcela dos alunos e outra deriva do pragmatismo de entender que o conteúdo terá pouca serventia.

Impossível solucionar a questão curricular com uma dúzia de argumentos passionais. O debate envolve indagações profundas: determinar o que é um ser humano, o propósito de sua existência, o papel da educação e a finalidade da escola. Depois de ponderar sobre tais, passa-se para o próximo item: os conteúdos.

A pedagogia é recheada de clichês. Um punhado de bordões é o (in)suficiente para determinar políticas de educação, quer públicas ou privadas. O preferido vem acompanhado de uma ilustração utilizada há décadas: o conto dos profissionais medievos que ressuscitam na atualidade e, ao tentarem exercer seus ofícios, sentem-se completamente incapazes. Contrariando a regra, o professor ambienta-se, o quadro e o giz estão intactos. O final prescreve a “áurea lição” de que professor precisa parar de ensinar como no milênio passado.

O chavão é incontestável, mimético, mesmo diante de sua fragilidade. É lamentável abandonar a educação a insinuações baratas, despropositadas e infames. É vexatória a tolice a que o magistério é exposto. Isolam-se variáveis e revira-se em torno de conclusões simplistas e materialistas.

A escola deve ensinar aquilo que faz parte de sua filosofia, contemplando pontos que julgue importantes para a vida presente e futura do educando.
 
Assim, para aluno e estudos aproximarem-se não basta um “show pirotécnico metodológico”, mas que os adultos responsáveis pelo estudante criem possibilidades de futuro e assim os mesmos enxerguem além da utilidade imediata dos conteúdos.

A reflexão precede a reinvenção do currículo. Obviamente, as respostas serão inúmeras. Sabedora disso, a Constituição garante a pluralidade de concepções educacionais.
 
 Então, antes de criticar a escola, como uma entidade única e universal, atente se a filosofia da instituição que seu filho frequenta se alinha a sua proposta de educação.
 
Esse será um passo inicial para que a juventude redescubra a inquietação curiosa e constante que só o conhecimento promove.


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