ARTIGOS - GUERSHON KWASNIEWSKI*
Pessoas cultas e incultas
deixam aflorar o seu ranço antissemita, que se acaba misturando com o
antissionismo.
A dor de uma mãe palestina que perde o seu filho é a dor
de uma mãe israelense que perde o seu filho.
Um míssil que cai numa
cidade israelense tem um poder de destruição igual a um que cai em Gaza.
O esforço de um médico por salvar a vida de um ferido é semelhante em
ambos os lados.
As sirenes que tocam em Ashdod, Sderot, Ashkelon, Tel
Aviv causam o mesmo dano psicológico que os aviões israelenses voando sem pausa
na região costeira palestina.
Depois da retirada unilateral de Gaza por
parte de Israel no ano 2005, se aguardava uma autonomia produtiva por parte dos
palestinos. De fato, a sonhada paz com os vizinhos se viu inúmeras vezes
interrompida pelo lançamento de mísseis contra a população civil israelense,
especialmente do sul do país.
A imprensa parece querer levar os
israelenses para a forca por um simples motivo, ter poder de defesa.
Como deveria um país reagir se tem os seus jovens sequestrados e
assassinados e ainda é bombardeado?
Os judeus aprenderam com a história
a se defender. Israel é uma potência militar não por prazer e sim pela
necessidade da sua sobrevivência.
Desproporcional é o ódio, a falta de
ética para informar e transmitir o conflito. As condenações daqueles que só
alçam as suas vozes para lembrar as mortes em Gaza e esqueceram os mais de 170
mil mortos na Síria. Desproporcionais são os governos que manifestam
solidariedade com um grupo terrorista.
Toda guerra tem um alto custo,
uma ferida aberta que tarda em cicatrizar e que dói só de olhar. Que rápido
morreu a esperança pela paz acordada na região na última visita do Papa
Francisco em maio passado.
Procuremos a paz através da verdade, do
diálogo, e tenhamos coragem de buscar a confiança que fugiu e parece estar
perdida ou escondida em algum canto entre esses dois povos.
*Líder
religioso da Sibra e membro do Grupo de Diálogo Inter-Religioso de Porto
Alegre
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