A primeira reação da presidente Dilma Rousseff às manifestações que levaram multidões às ruas do país foi convocar seus ministros para decidir o que fazer. E reuniu uma verdadeira multidão: 39 ministros, que representam 984.330 servidores e consomem em salários R$ 192 bilhões dos R$ 611 bilhões que os ministérios gastam por ano. Fora os cargos de confiança, que somam atualmente 22.417. Ainda assim, a presidente resiste à ideia de reduzir o número de assessores diretos, sob o pretexto de que seria uma medida demagógica. Não é: o Brasil, que entrou na República com as oito pastas do marechal Deodoro da Fonseca, contava até o final do regime militar, no governo João Figueiredo, com 16 ministros. Concebida para abrigar 16 pastas na Esplanada dos Ministérios, Brasília gasta hoje mais de R$ 6 milhões mensais com aluguel de prédios para manter o excedente. É muita gente. Em vez de contribuir para gerar mais eficiência, o inchaço no primeiro escalão acaba é tornando o poder público inadministrável.
A expansão desenfreada do número de ministérios, prática vista em poucos países no planeta, coincidiu com a redemocratização. Desde Tancredo Neves, cujo plano era atuar com 23 ministérios que já haviam virado 31 a partir de José Sarney, o número se mostra crescente. O governo Fernando Henrique Cardoso operava com 24 pastas, o governo Luiz Inácio Lula da Silva acrescentou mais 11, e o governo Dilma incluiu mais quatro, na busca incessante de apoios políticos. A razão explícita deste loteamento de ministérios é a necessidade de acomodar o elevado número de partidos que tenta se manter na base de apoio parlamentar de quem se encontra no poder. Só hoje, há um número recorde de 24 partidos com representação no Legislativo. Se o número continuar aumentando, vai faltar ministério para acomodar tantos apoiadores, e ninguém deverá se surpreender se o primeiro escalão ficar maior ainda. Outros países provaram que é possível montar coalizões com um número reduzido de partidos.
É justo lembrar que a presidente da República iniciou seu mandato acenando com a perspectiva de uma faxina ética e de mais austeridade. O discurso, infelizmente, não resistiu às negociações para assegurar maioria no Congresso, levando a um recorde na atual administração: são 24 ministérios e 15 órgãos da presidência. A mais recente área contemplada com uma estrutura de primeiro escalão é a da pequena e média empresa. Por mais importante que seja para o país, esse setor poderia continuar ao abrigo do Ministério da Indústria e Comércio.
A presidente Dilma Rousseff, certamente, reconquistaria apoio popular e daria exemplo a outros escalões da República se promovesse um choque de austeridade em seu ministério, eliminando pastas inúteis, juntando outras que têm atribuições semelhantes e mostrando o caminho para o enxugamento de estruturas onerosas.
A expansão desenfreada do número de ministérios, prática vista em poucos países no planeta, coincidiu com a redemocratização. Desde Tancredo Neves, cujo plano era atuar com 23 ministérios que já haviam virado 31 a partir de José Sarney, o número se mostra crescente. O governo Fernando Henrique Cardoso operava com 24 pastas, o governo Luiz Inácio Lula da Silva acrescentou mais 11, e o governo Dilma incluiu mais quatro, na busca incessante de apoios políticos. A razão explícita deste loteamento de ministérios é a necessidade de acomodar o elevado número de partidos que tenta se manter na base de apoio parlamentar de quem se encontra no poder. Só hoje, há um número recorde de 24 partidos com representação no Legislativo. Se o número continuar aumentando, vai faltar ministério para acomodar tantos apoiadores, e ninguém deverá se surpreender se o primeiro escalão ficar maior ainda. Outros países provaram que é possível montar coalizões com um número reduzido de partidos.
É justo lembrar que a presidente da República iniciou seu mandato acenando com a perspectiva de uma faxina ética e de mais austeridade. O discurso, infelizmente, não resistiu às negociações para assegurar maioria no Congresso, levando a um recorde na atual administração: são 24 ministérios e 15 órgãos da presidência. A mais recente área contemplada com uma estrutura de primeiro escalão é a da pequena e média empresa. Por mais importante que seja para o país, esse setor poderia continuar ao abrigo do Ministério da Indústria e Comércio.
A presidente Dilma Rousseff, certamente, reconquistaria apoio popular e daria exemplo a outros escalões da República se promovesse um choque de austeridade em seu ministério, eliminando pastas inúteis, juntando outras que têm atribuições semelhantes e mostrando o caminho para o enxugamento de estruturas onerosas.
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