Não resta dúvida que Jorge Mario Bergoglio, o papa Francisco, conquistou as massas e pode reconquistar muitos católicos desgarrados do rebanho. Foi no mínimo curioso assistir aos noticiários e às coberturas da chegada do líder da Igreja Católica e ver jornalistas e repórteres se comportando mais como devotos do que como profissionais de comunicação. De uma hora para outra, todos eles se esqueceram das perguntas que poderiam e deveriam fazer ao religioso.
Disponibilizaram suas câmeras e microfones para que ele dissesse o que quisesse, sem interrupção, sem questionamentos. Nas entrevistas feitas com os fiéis, foram ao ar frases que certamente teriam sido cortadas na edição, caso tivessem sido ditas por evangélicos, noutro contexto. É claro que o papa é um personagem importante e sua vinda ao Brasil merece o destaque devido a um líder de Estado e da maior população cristã do mundo. Mas não se podem esquecer os motivos por trás da escolha do Brasil para esse evento.
Disponibilizaram suas câmeras e microfones para que ele dissesse o que quisesse, sem interrupção, sem questionamentos. Nas entrevistas feitas com os fiéis, foram ao ar frases que certamente teriam sido cortadas na edição, caso tivessem sido ditas por evangélicos, noutro contexto. É claro que o papa é um personagem importante e sua vinda ao Brasil merece o destaque devido a um líder de Estado e da maior população cristã do mundo. Mas não se podem esquecer os motivos por trás da escolha do Brasil para esse evento.
Segundo matéria publicada no site G1 (com dados da pesquisa Datafolha divulgados pelo jornal Folha de S. Paulo no domingo 21), o número de brasileiros que se declaram católicos caiu de 64% em 2007, quando houve a última visita de um papa ao país, para 57% em 2013. No mesmo período, a população de evangélicos pentecostais passou de 17% para 19%, a de evangélicos não pentecostais de 5% para 9% e a de espíritas kardecistas se manteve em 3%.
A porcentagem da população católica é a menor da série histórica do Datafolha, iniciada em 1994. Na época, 75% dos brasileiros eram católicos, 10% evangélicos pentecostais, 4% evangélicos não pentecostais e 4% espíritas kardecistas. O menor número de católicos registrado desde então havia sido em 2011, com 62%. Entre os católicos, 26% consideram que o papa Francisco é melhor que seu antecessor, o papa Bento XVI; 50% acham que os dois são iguais, e apenas 3% consideram Francisco pior.
A pesquisa também fez questionamentos sobre a participação dos entrevistados na igreja. Entre os católicos, apenas 17% costumam ir à missa e outros serviços religiosos mais de uma vez por semana. Quando é questionada a presença apenas uma vez por semana, o número sobe para 28%. Ainda entre os católicos, 21% dizem ir à igreja uma vez por mês, e 7% assumem que não a frequentam. Os números também apontam que 34% deles têm o hábito de contribuir financeiramente com a Igreja, com um valor médio mensal de R$ 23.
A participação é menor que a encontrada em outras religiões. Entre os evangélicos pentecostais, 63% vão à igreja mais de uma vez por semana, 52% contribuem financeiramente, e o valor médio é de R$ 69,10 mensais. Entre os evangélicos não pentecostais, 51% vão à igreja mais de uma vez por semana, 49% contribuem financeiramente, e o valor médio é de R$ 85,90 mensais. Já entre os espíritas kardecistas, 23% costumam participar de serviços religiosos, 16% contribuem financeiramente e o valor médio é de R$ 42 mensais.
Os entrevistados também foram questionados acerca de temas polêmicos entre as religiões. Entre os católicos, 36% disseram ser contra a legalização da união de homossexuais. Entre os evangélicos pentecostais, 63% se disseram contra. O número cresce entre os evangélicos não pentecostais – 68% – e cai entre os espíritas kardecistas – 21%. A adoção de crianças por casais gays é rejeitada por 42% dos católicos, 66% dos evangélicos pentecostais, 73% dos evangélicos não pentecostais e 31% dos espíritas kardecistas.
Pelo visto, o “papa do povo” tem mesmo muito trabalho pela frente.[MB]
-------------
Nenhum comentário:
Postar um comentário