EDITORIAIS
O quebra-quebra promovido em bairros nobres da Zona Sul do Rio de Janeiro na noite de quarta-feira, particularmente nos bairros Leblon e Ipanema, demonstra um elevado grau de desvirtuamento de manifestações que, até recentemente, vinham merecendo amplo apoio da sociedade. Ao mesmo tempo, expõe o despreparo dos organismos de segurança para lidar com atos sem coordenação claramente definida, característicos dos que se multiplicaram pelo país a partir do último mês.
O descontrole, que contribuiu nos últimos dias para um recuo de multidões dedicadas a pressionar pacificamente por soluções para alguns problemas emergenciais do país, atinge proporções preocupantes, exigindo uma revisão imediata na estratégia oficial de segurança. Esse é o momento de o poder público discernir quem luta por causas justas, e fazer a sua parte para atendê-las, e quem se dispõe simplesmente a destruir patrimônio público e privado, devendo por isso se responsabilizar pelos prejuízos.
Por razões óbvias, fatos como os registrados agora no Rio ganharam imediatamente projeção internacional, fazendo com que os prejuízos não se limitem apenas aos danos físicos e de ordem material. Ainda assim, o balanço de iniciativas como a que transformou parte da mais conhecida cidade do país numa verdadeira praça de guerra só pode provocar indignação na comunidade: pessoas feridas, clientes que são obrigados a sair às pressas de estabelecimentos comerciais, pessoas que não conseguem entrar em casa depois do trabalho ou das aulas, vitrinas destruídas e lixeiras arrancadas e incendiadas, além de lojas completamente saqueadas por ladrões acobertados por máscaras, infiltrados entre manifestantes.
O recrudescimento da violência nos protestos ocorre às vésperas da visita oficial do papa Francisco, que chega ao país na segunda-feira para a Jornada Mundial da Juventude. Coincide também com o momento em que a escolha do país para a Copa de 2014 é questionada publicamente pela Fifa, justamente pela dificuldade enfrentada pelo poder público para manter os protestos dentro dos limites da ordem.
As perdas, por isso, vão muito além das enfrentadas nas imediações dos conflitos, estendendo-se também à própria imagem externa do país, reconhecido internacionalmente pela hospitalidade, pelo elevado grau de civilidade e pelo respeito que os brasileiros, de maneira geral, costumam dedicar ao próximo.
Quando uma minoria passa a afrontar as instituições, desrespeitando qualquer limite legal ou do bom senso, cabe ao poder público assegurar direitos mínimos do conjunto dos cidadãos. A sociedade está aprendendo a ser mais tolerante com os apelos por um país mais justo e mais próspero, mas não pode assistir inerte a quem boicota esse processo.
A sociedade está aprendendo a ser mais tolerante com os apelos por um país mais justo e mais próspero, mas não pode assistir inerte a quem boicota esse processo.
O quebra-quebra promovido em bairros nobres da Zona Sul do Rio de Janeiro na noite de quarta-feira, particularmente nos bairros Leblon e Ipanema, demonstra um elevado grau de desvirtuamento de manifestações que, até recentemente, vinham merecendo amplo apoio da sociedade. Ao mesmo tempo, expõe o despreparo dos organismos de segurança para lidar com atos sem coordenação claramente definida, característicos dos que se multiplicaram pelo país a partir do último mês.
O descontrole, que contribuiu nos últimos dias para um recuo de multidões dedicadas a pressionar pacificamente por soluções para alguns problemas emergenciais do país, atinge proporções preocupantes, exigindo uma revisão imediata na estratégia oficial de segurança. Esse é o momento de o poder público discernir quem luta por causas justas, e fazer a sua parte para atendê-las, e quem se dispõe simplesmente a destruir patrimônio público e privado, devendo por isso se responsabilizar pelos prejuízos.
Por razões óbvias, fatos como os registrados agora no Rio ganharam imediatamente projeção internacional, fazendo com que os prejuízos não se limitem apenas aos danos físicos e de ordem material. Ainda assim, o balanço de iniciativas como a que transformou parte da mais conhecida cidade do país numa verdadeira praça de guerra só pode provocar indignação na comunidade: pessoas feridas, clientes que são obrigados a sair às pressas de estabelecimentos comerciais, pessoas que não conseguem entrar em casa depois do trabalho ou das aulas, vitrinas destruídas e lixeiras arrancadas e incendiadas, além de lojas completamente saqueadas por ladrões acobertados por máscaras, infiltrados entre manifestantes.
O recrudescimento da violência nos protestos ocorre às vésperas da visita oficial do papa Francisco, que chega ao país na segunda-feira para a Jornada Mundial da Juventude. Coincide também com o momento em que a escolha do país para a Copa de 2014 é questionada publicamente pela Fifa, justamente pela dificuldade enfrentada pelo poder público para manter os protestos dentro dos limites da ordem.
As perdas, por isso, vão muito além das enfrentadas nas imediações dos conflitos, estendendo-se também à própria imagem externa do país, reconhecido internacionalmente pela hospitalidade, pelo elevado grau de civilidade e pelo respeito que os brasileiros, de maneira geral, costumam dedicar ao próximo.
Quando uma minoria passa a afrontar as instituições, desrespeitando qualquer limite legal ou do bom senso, cabe ao poder público assegurar direitos mínimos do conjunto dos cidadãos. A sociedade está aprendendo a ser mais tolerante com os apelos por um país mais justo e mais próspero, mas não pode assistir inerte a quem boicota esse processo.
A sociedade está aprendendo a ser mais tolerante com os apelos por um país mais justo e mais próspero, mas não pode assistir inerte a quem boicota esse processo.
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