sábado, 1 de agosto de 2015

" Tarso quebrou o ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL "

Editorial- O RIO GRANDE DESAFIADO


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            O Estado quebrou.
Não é culpa do governador Sartori, que encontrou os cofres  raspados e despesas acima da arrecadação. Também não é culpa do secretário Giovani Feltes, que até deu uma explicação didática e convincente sobre o parcelamento e o atraso dos salários do funcionalismo estadual. Mas certamente não é culpa dos servidores do Executivo, que chegam ao final de um mês de trabalho sem receber os vencimentos contratados, em absoluta desigualdade na relação aos funcionários dos demais poderes e tendo que enfrentar o constrangimento da inadimplência de suas próprias contas.
Por fim, não é culpa do contribuinte gaúcho, que acabará arcando com as consequências das paralisações dos serviços e do aumento de tributação.
Ainda que ninguém possa ser responsabilizado individualmente, todos temos um pouco de culpa pela degradação financeira do Estado, especialmente os governantes que incentivaram ou permitiram o inchaço histórico e crescente das estruturas administrativas, além do acúmulo de privilégios. Em consequência, hoje temos um Estado caro, pouco eficiente e quebrado. E estamos todos diante do imenso desafio de resgatá-lo do caos.
O governador Sartori só não pode ser isentado de responsabilidade na questão da transparência, pois optou por esconder dos servidores a notícia ruim até o último dia, e ainda limitou sua participação no episódio a um vídeo divulgado pelas redes sociais. Menos mal que seu secretário da Fazenda mostrou segurança para enfrentar o desafio da comunicação e arrematou com uma frase que não deixa dúvidas sobre a situação calamitosa das finanças estaduais; “Não é chororô. É falta de dinheiro mesmo!”
E o dinheiro não vai aparecer milagrosamente, como alguns ingênuos acreditavam. Nem virá do governo federal, que também passa por penúria e sequer admite voltar ao tema sempre recorrente da renegociação da dívida. Muito menos surgirá por obra de medidas judiciais ou pela simples cobrança de sonegadores de tributos, pois esses valores são insuficientes.
Cabe, agora, ao governador bancar as propostas de redução da máquina pública, com o destemor que lhe faltou na coletiva. O Rio Grande só sairá desse precipício de incúrias se efetivamente se empenhar pelo redimensionamento de suas estruturas administrativas, enfrentando com coragem o corporativismo e os privilégios,  valorizando a eficiência, submetendo-se ao sacrifício da elevação de tributos e selecionando melhor as suas lideranças.

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