sábado, 29 de agosto de 2015

" Agosto e a vida que segue ... "

Artigo Zero Hora

Rosane Tremea
Jornalista, editora de ZH
rosane.tremea@zerohora.com.br

Eu teria bons motivos para não gostar de agosto. Não falo desses fatos que deram a má fama ao mês, como o suicídio de Getúlio Vargas, a renúncia de Jânio Quadros ou o acidente que matou Juscelino Kubitschek, só para ficar na história nacional. Meus motivos seriam pessoais: no ano passado perdi uma pessoa querida no dia 27, no ano anterior sofri um acidente no primeiro dia do mês, dois anos antes fui alvo de um traumático assalto à mão armada, no dia 7.
O oitavo mês do ano, aquele criado por decreto do imperador César Augusto, está quase no fim (calma, só faltam dois dias) e não dá para dizer que foi dos melhores. Salários de funcionários públicos atrasados, números da economia do Estado, do Brasil e do mundo com péssimos indicativos etc, etc, etc. Cheguei mesmo, por esses e por meus próprios motivos, a pensar em engrossar o coro dos que atribuem a esses 31 dias do ano aquela pecha de “agosto, mês do desgosto” ou “mês do cachorro louco”, como se dizia na minha infância interiorana.
Mas eu ainda prefiro pensar que agosto é o mês em que me safei sem um arranhão de um acidente grave, em que escapei sem sequelas de um assalto que poderia ter sido trágico. E também faço questão de comemorar o mês como o do aniversário de um dos meus cinco irmãos (no dia 28, data também do nascimento do santo considerado um dos doutores da igreja e que emprestou ao mano o nome do meio, Agostinho) e do meu amigo Nílson Souza (na segunda, 31, quase escapando para setembro), que de vez em quando me provoca para escrever neste espaço.
E, especialmente hoje, dia 29, ficará marcado como o dia da formatura de um dos meus oito queridos afilhados, o Ramiro. Então, para mim, e espero que para você também, agosto é mês da vida que segue, e que se renova. Prefiro não acreditar em desgostos e cachorros loucos. Que venha o resto do ano e da vida.

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