Artigo Zero Hora
ROBERTO RACHEWSKY
Conselheiro do Instituto de Estudos Empresariais
Conselheiro do Instituto de Estudos Empresariais
Paralelamente às eleições que ocorrem no Brasil, vemos uma inédita movimentação estudantil clamando por democracia, em Hong Kong, a sociedade mais livre, mais próspera e mais rica do mundo. O que esses eventos demonstram e alertam é que democratas nem sempre prezam a liberdade, apenas ambicionam o poder.
Poder para controlarem o aparato coercitivo do governo, para tolherem a liberdade dos outros, para apropriarem-se do resultado do esforço criativo e laboral dos demais, para ditarem o modo de vida de todos, acenando com a falsa promessa da felicidade geral, através da suposta promoção do bem-estar social. Em todos os lugares onde foi implantada como panaceia, sem que houvesse exatamente o que existe em Hong Kong, um governo limitado institucionalmente, contido pelo Estado de direito e pelo respeito incondicional aos direitos individuais, a democracia transformou-se em oligarquia, legando à sociedade aquilo que ela deveria combater, autoritarismo, quando não, totalitarismo.
Já no seu berço, a Grécia, a democracia resultou em tirania. Nos Estados Unidos da América, que não é uma democracia, mas sim, uma República constitucional, o sistema democrático vem corroendo as instituições que transformaram aquela sociedade na mais próspera e pujante organização social que a história da humanidade já viu. Democracia não é sinônimo de liberdade, de valorização da vida, de respeito à privacidade, de proteção à propriedade, de tolerância ao inalienável direito que as pessoas possuem de buscarem a sua felicidade como bem entenderem.
Democracia pode, simplesmente, ser a ditadura da maioria, qualquer maioria que, valendo-se do poder coercitivo do governo, queira subjugar a minoria, qualquer minoria, inclusive a menor minoria que existe, o indivíduo. Um indivíduo, submetido à vontade irrefreável da maioria, estará vivendo em uma democracia, mas jamais estará vivendo em uma sociedade minimamente livre. Talvez os estudantes de Hong Kong não saibam, efetivamente, o que significa uma democracia. Nós, aqui, com a experiência democrática que temos, talvez nunca venhamos a saber o que é uma sociedade verdadeiramente livre.
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