Países africanos estão criando sistemas comunitários de saúde com excelentes retornos
(Fonte: Reprodução/Gates Foundation)
Crença de que o mundo não pode resolver as questões de pobreza extrema e doenças não é apenas errada, mas também prejudicial, diz Bill Gates
O primeiro mito
O primeiro deles é a percepção de que os países pobres estão condenados a continuar pobres. Segundo Gates, o fato é que rendas e outros indicadores de bem-estar humano estão aumentando em quase todo o mundo, incluindo a África.
O fundador da Microsoft ressalta que a melhor forma de responder ao mito de que os países pobres estão condenados a continuar pobres é destacar o fato de que eles não continuam pobres. Muitos – embora não todos – dos países que chamávamos de pobres agora têm economias vibrantes. Além disso, a porcentagem de pessoas muito pobres diminuiu em mais da metade desde 1990.
Bill Gates conclui que alguns dos chamados países em desenvolvimento na verdade já se desenvolveram e que muitos outros estão a caminho. Além disso, ele prevê que até 2035 quase não haverá mais pobres no mundo (de acordo com a atual definição de pobreza). “Os países aprenderão com seus vizinhos mais produtivos, beneficiando-se de inovações como novas vacinas, melhores sementes e a revolução digital”, ressaltou.
O segundo mito
O segundo mito apontado por Bill Gates é o de que a ajuda externa é um grande desperdício. Essa percepção, segundo Gates, dá aos líderes políticos a desculpa para tentar cortar a assistência — o que significaria menos vidas salvas e mais tempo até que os países se tornem autossuficientes.
O fundador da Microsoft ressalta ainda que a ajuda é somente uma das formas de se combater a pobreza e doenças, e que os países ricos também precisam de mudanças de políticas, como a abertura de seus mercados e a redução de subsídios agrícolas. Além disso, os países pobres precisam investir mais em saúde e desenvolvimento para sua própria população.
Bill Gates diz também que espera que possamos parar de discutir se a assistência funciona e que possamos dedicar mais tempo em discutir como fazê-la funcionar melhor.
O terceiro e último mito destacado por Gates é a crença de que salvar vidas leva a uma superpopulação. Ainda de acordo com o fundador da Microsoft, nós tornamos o futuro sustentável quando investimos nos pobres, e não quando insistimos em seu sofrimento.
Gates observa que, no Brasil, por exemplo, à medida que a taxa de mortalidade infantil diminuía ao longo dos anos, a taxa de natalidade seguia a mesma tendência. A população também cresceu mais lentamente à medida que mais crianças sobreviviam.
“Salvar vidas não leva à superpopulação. Na verdade, o que acontece é exatamente o contrário. Criar sociedades nas quais as pessoas desfrutem de saúde básica, alguma prosperidade, igualdade fundamental e acesso a anticoncepcionais é a única forma de garantir um mundo sustentável. Construiremos um futuro melhor para todos dando às pessoas liberdade e poder para construir um futuro melhor para si próprias e para suas famílias”, conclui Bill Gates.
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