Leio que a Comissão de Direitos Humanos que foi fazer inspeção no Complexo Penitenciário de Pedrinhas acabou impedida de inspecionar a ala mais crítica do presídio, onde se verificaram os escandalosos degolamentos de presos.
Aos senadores foi permitida apenas a visita a setores que foram “maquiados” pela direção do presídio, com a imprensa também sendo impedida de entrar na prisão.
E o mais incrível dessa violação é que os senadores saíram dizendo da inspeção fajuta que a situação no presídio “não era ruim”.
Só no Brasil é que presos são degolados por outros presos, uma comissão senatorial vai fiscalizar o local dos bárbaros atentados e não pode vistoriar o local.
Isso é uma verdadeira anedota.
E passam para o público essa legítima e macabra comédia.
A situação prisional no Brasil atinge o seu ponto mais crítico: presos administram o interior de cadeias e nem aos senadores é permitido verificar o que acontece nas masmorras.
É o fim.
Imaginem os leitores o que acontece no interior das galerias desses presídios administrados pelos próprios presos, entre os quais o Presídio Central de Porto Alegre.
Lá dentro, quem manda são os presos. E, se os senadores não podem fiscalizar o que acontece lá dentro, como aconteceu agora no Maranhão, imaginem se os agentes dos presídios vão poder entrar lá para verificar o que está acontecendo, isso nunca!
A todas essas, a governadora do Maranhão assiste a tudo impassível.
Não há dúvida de que o Brasil faliu como nação. Os governadores dão de ombros para o que acontece nos presídios.
Eu me sinto envergonhado de ser brasileiro.
Situação ridícula essa: os presos não podem sair para fora dos presídios e as autoridades não podem entrar lá dentro.
Mas a que ponto chegamos!
Estou convencido de que o Brasil é um país que finge ser uma nação, apenas com um objetivo: o de manter apaniguados que mamam sem cessar e cada vez mais nos cofres públicos em todas as esferas.
Quando senadores que são destacados para fiscalizar as barbáries acontecidas num presídio são impedidos de entrar nos escaninhos furiosos da prisão e saem dali dizendo que as condições por lá “não são ruins”, estamos diante do escândalo do século.
E, afinal, nós todos nos tornamos cúmplices dessa tragédia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário