O
prêmio de melhor slogan eleitoral até agora vai para um candidato a vereador em
Nova Iguaçu: “Edilson que o povo gosta”. Não sei qual é o sentimento real do
povo em relação ao Edilson, mas isto não importa. O que interessa é que o
trocadilho é bem bolado e o Edilson tem senso de humor, o que talvez ajude a ser
vereador em Nova Iguaçu.
O Barack Obama bem que gostaria de ter uma frase
sintética como a do Edilson para enfatizar sua principal virtude eleitoral, a
simpatia. O sorriso de boca apertada do Mitt Romney não se compara ao largo
sorriso do magrão. Mas boa parte do povo que gostava de Obama, pelo seu sorriso
e pelo que ele representava de novo e promissor, está decepcionado com ele. O
desafio para Obama é fazer a simpatia render até as eleições, resistindo à
desilusão crescente.
Os republicanos estão repetindo a pergunta feita por
Ronald Reagan ao eleitorado americano para derrotar os democratas e se eleger,
anos atrás: está melhor hoje do que estava há quatro anos? Com recordes de
desemprego e a economia rastejando, a resposta óbvia parece ser “não”. O
desempenho de Obama nestes quatro anos não foi tão ruim. Ele evitou que a crise
dos bancos de 2008 fosse mais catastrófica do que foi, reergueu a indústria
automobilística – com toneladas de dinheiro publico, é verdade, mas quem está se
queixando? – e criou, aos trancos, um sistema universal de saúde apesar da
reação dos lobbies contrariados e de todo o rancor da direita. Mas a economia
insistiu em não colaborar. E é disto que o povo não gosta.
O tom da
convenção recém-encerrada do partido democrata foi: vamos dar mais quatro anos
para o homem cumprir sua promessa. Mais uma chance ao sorriso, ele merece. Eu
vou prestar atenção na eleição para vereadores em Nova Iguaçu, para saber o
resultado do divertido slogan do Edilson. E em novembro vou torcer pelo Baraca.
Ele pode não ser o prometido, mas a alternativa é muito pior.
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Cronista. Escritor.
Fonte:
http://www.clicrbs.com.br/zerohora/10/09/2012
Imagem da
Internet
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