segunda-feira, 6 de outubro de 2014

" Dia Seguinte "


Escrevo este artigo antes das eleições e será publicado no dia seguinte a elas. Como não tenho o dom da adivinhação não posso prever o resultado, a despeito das muitas e variadas pesquisas, que se sucederam no período eleitoral.
Um fato porém me impressiona e diz respeito ao extraordinário desenvolvimento nas mais diversas áreas do conhecimento. Seja no campo da medicina, das ciências exatas, da tecnologia e das comunicações o avanço nos últimos anos é quase impensável, e hoje está presente na vida de todos.
Aproveitando o episódio eleitoral, podemos ver a verdadeira revolução que foi introduzida pela urna eletrônica, conferindo segurança e velocidade na realização do pleito e em sua apuração. Essa notável obra feita graças à competência do então presidente do TSE, filho de Lavras do Sul, ministro José Néri da Silveira; é um exemplo que orgulha os brasileiros.
Se de um lado nos rejubilamos com a modernização do mundo e os ganhos propiciados à sociedade pelas conquistas científicas em diversos segmentos do conhecimento, é com pesar que não se verifica o mesmo avanço no campo político.
Os meios de comunicação e seus extraordinários recursos não têm servido para levar ou propagar ideias políticas. O horário eleitoral gratuito é um espaço enfadonho, no qual a figura do “marqueteiro” tem lugar proeminente. O candidato é apresentado ao público como um sabonete ou um detergente que desperte o interesse do eleitor, que foi transformado em consumidor eleitoral. A verdade é substituída por palavras e imagens ilusórias que podem se divorciar da realidade.
Graças às mudanças legislativas o consumidor que adquire um produto defeituoso pode obter a substituição ou seu dinheiro de volta; mas na eleição quem compra “gato por lebre” vai amargar o logro por quatro anos, como é a regra do sistema presidencialista. Por isso não será de estranhar que alguém venha propor a inclusão do Código de Defesa do Consumidor na legislação eleitoral.
Enquanto isso é preciso ter fé e esperança em Deus para que os eleitos possam levar nosso país a um destino melhor, para felicidade de nosso povo. É o que se pode dizer antes da eleição para ser publicado no dia seguinte a ela.

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