OLHAR GLOBAL | Luiz Antônio Araujo
Em cinco anos na Casa Branca, nenhum setor da política externa foi mais auspicioso para Barack Obama do que as relações com a Rússia. É verdade que o panorama dificilmente poderia ser pior que o dos anos George W. Bush. Na década de 2000, o governo do presidente Vladimir Putin usou poderio militar avassalador contra a ex-república soviética da Geórgia e incentivou a separação da Ossétia do Norte (a do Sul continuou território georgiano), sem dar ouvidos aos protestos americanos e europeus.
No âmbito doméstico, demonstrou pouco apreço pelas conquistas democráticas obtidas com a derrubada do regime de partido único: passou a controlar na prática a Duma (câmara dos deputados), extinguiu eleições para governadores e perseguiu oposicionistas de todos os matizes. Nada foi empecilho para a assinatura de um tratado bilateral de limitação de armas estratégicas e a aprovação de sanções contra o Irã no Conselho de Segurança da ONU em 2010. Tampouco impediu o ingresso russo na OMS em 2012 ou a colaboração militar no Afeganistão.
Oito meses depois, o Verão do Amor nas relações russo-americanas parece encerrado. A lista de contenciosos voltou a crescer: vai da Lista Magnitsky (sanções americanas contra russos envolvidos na morte do contador russo Serguei Magnitsky, em 2009) à falta de acordo sobre o fim do regime sírio. Até mesmo um tratado para facilitar adoções (que, na prática, servia para encorajar pais americanos a adotar crianças russas) foi anulado.
Quando o azedume já estava avançado, em maio, ninguém se surpreendeu com a prisão, por agentes russos, do americano Ryan Fogle, que aparentemente se preparava para comprar informações confidenciais. Putin colhe dividendospolíticos dessa situação, que lhe permite se apresentar como defensor nº 1 da Pátria Mãe.
O asilo a Edward Snowden e o consequente cancelamento da visita de Obama à Rússia são desdobramentos de uma crise em fogo brando. De qualquer sorte, Putin não governa uma grande potência, e Obama tem preocupações mais urgentes. A má notícia, para os EUA, é que será preciso recomeçar o que já foi descrito como “recomeço” nas relações com Moscou.
Em cinco anos na Casa Branca, nenhum setor da política externa foi mais auspicioso para Barack Obama do que as relações com a Rússia. É verdade que o panorama dificilmente poderia ser pior que o dos anos George W. Bush. Na década de 2000, o governo do presidente Vladimir Putin usou poderio militar avassalador contra a ex-república soviética da Geórgia e incentivou a separação da Ossétia do Norte (a do Sul continuou território georgiano), sem dar ouvidos aos protestos americanos e europeus.
No âmbito doméstico, demonstrou pouco apreço pelas conquistas democráticas obtidas com a derrubada do regime de partido único: passou a controlar na prática a Duma (câmara dos deputados), extinguiu eleições para governadores e perseguiu oposicionistas de todos os matizes. Nada foi empecilho para a assinatura de um tratado bilateral de limitação de armas estratégicas e a aprovação de sanções contra o Irã no Conselho de Segurança da ONU em 2010. Tampouco impediu o ingresso russo na OMS em 2012 ou a colaboração militar no Afeganistão.
Oito meses depois, o Verão do Amor nas relações russo-americanas parece encerrado. A lista de contenciosos voltou a crescer: vai da Lista Magnitsky (sanções americanas contra russos envolvidos na morte do contador russo Serguei Magnitsky, em 2009) à falta de acordo sobre o fim do regime sírio. Até mesmo um tratado para facilitar adoções (que, na prática, servia para encorajar pais americanos a adotar crianças russas) foi anulado.
Quando o azedume já estava avançado, em maio, ninguém se surpreendeu com a prisão, por agentes russos, do americano Ryan Fogle, que aparentemente se preparava para comprar informações confidenciais. Putin colhe dividendospolíticos dessa situação, que lhe permite se apresentar como defensor nº 1 da Pátria Mãe.
O asilo a Edward Snowden e o consequente cancelamento da visita de Obama à Rússia são desdobramentos de uma crise em fogo brando. De qualquer sorte, Putin não governa uma grande potência, e Obama tem preocupações mais urgentes. A má notícia, para os EUA, é que será preciso recomeçar o que já foi descrito como “recomeço” nas relações com Moscou.
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