O meu conhecimento sobre a medicina cubana é quase nenhum. Mas não posso dizer que esta é uma situa-ção original, tendo em vista que a grande maioria dos brasileiros também não têm maiores informações sobre como um médico atua em Cuba, ou qual a qualidade da sua graduação. Temos algumas notícias sobre Programas de Medicina de Família bem-sucedidos em Cuba, organizados pelo governo de lá. Além desses programas, nenhuma outra notícia.
Também fico devendo no quesito de explicar por qual razão 4 mil profissionais de Cuba desejariam sair por três anos do seu país para virem trabalhar no Brasil. A grande verdade é que existe dificuldade para explicar o lado cubano da questão. Então vamos abordar a questão brasileira.
Como explicar o fato de contarmos com um número suficiente de profissionais, com uma adequada proporção de médicos por habitantes, e mesmo assim a saúde no Brasil ser um grave problema? Não precisa ser um grande conhecedor do tema para saber que a solução não está no número de profissionais, e sim na falta de estrutura de atendimento.
As cenas das emergências hospitalares superlotadas são muito esclarecedoras do verdadeiro problema pelo qual estamos passando. Não há investimento na infraestrutura necessária, faltam leitos hospitalares e postos de saúde adequados que funcionem 24 horas por dia; falta um programa sério de medicina preventiva capaz de evitar que grande parte dos pacientes tenha que buscar atendimento em uma emergência hospitalar por uma doença que, se tivesse sido diagnosticada e tratada adequadamente, não o levaria para o hospital. Nos locais onde faltam médicos, também faltam exames laboratoriais, equipamentos de diagnóstico de imagem. Falta também disposição dos dirigentes locais para propor programas sérios de fixação do profissional na sua cidade.
Não existem soluções mágicas para a grave crise na saúde que vivemos. O que existe é muito trabalho pela frente e a necessidade de mudar a visão de que, colocando um ou dois profissionais em uma área remota, tudo vai ficar bem. Nós sabemos que essas medidas não irão resolver – e isso será comprovado mais adiante. A população brasileira necessita de muito mais do que médicos, sejam eles cubanos ou não: de um enfrentamento lúcido que impulsione a real vontade de transformar esse cenário.
Também fico devendo no quesito de explicar por qual razão 4 mil profissionais de Cuba desejariam sair por três anos do seu país para virem trabalhar no Brasil. A grande verdade é que existe dificuldade para explicar o lado cubano da questão. Então vamos abordar a questão brasileira.
Como explicar o fato de contarmos com um número suficiente de profissionais, com uma adequada proporção de médicos por habitantes, e mesmo assim a saúde no Brasil ser um grave problema? Não precisa ser um grande conhecedor do tema para saber que a solução não está no número de profissionais, e sim na falta de estrutura de atendimento.
As cenas das emergências hospitalares superlotadas são muito esclarecedoras do verdadeiro problema pelo qual estamos passando. Não há investimento na infraestrutura necessária, faltam leitos hospitalares e postos de saúde adequados que funcionem 24 horas por dia; falta um programa sério de medicina preventiva capaz de evitar que grande parte dos pacientes tenha que buscar atendimento em uma emergência hospitalar por uma doença que, se tivesse sido diagnosticada e tratada adequadamente, não o levaria para o hospital. Nos locais onde faltam médicos, também faltam exames laboratoriais, equipamentos de diagnóstico de imagem. Falta também disposição dos dirigentes locais para propor programas sérios de fixação do profissional na sua cidade.
Não existem soluções mágicas para a grave crise na saúde que vivemos. O que existe é muito trabalho pela frente e a necessidade de mudar a visão de que, colocando um ou dois profissionais em uma área remota, tudo vai ficar bem. Nós sabemos que essas medidas não irão resolver – e isso será comprovado mais adiante. A população brasileira necessita de muito mais do que médicos, sejam eles cubanos ou não: de um enfrentamento lúcido que impulsione a real vontade de transformar esse cenário.
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*Diretor científico da Associação Médica do Rio Grande do Sul
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