sábado, 31 de agosto de 2013

" Jeito de estudar e aprender "

Em busca do jeito certo de aprender Divulgação/Divulgação
Seu mais novo livro, Meu filho não quer estudar, foi lançado em 2013 pela Editora Autonomia Foto: Divulgação / Divulgação
A experiência individual que teve ao desenvolver seu próprio método de estudo para o vestibular foi inspiração para Fabio Mendes abrir o negócio que hoje atua: o ensino da aprendizagem.
Graduado, mestre e doutor em filosofia, além de graduado em direito pela UFRGS, ele atua como consultor de escolas públicas e privadas sobre métodos de estudo e autonomia na aprendizagem. O trabalho que realiza desde 2007 lhe rendeu, inclusive, o Prêmio de Educação oferecido pelo Sindicato dos Professores do Ensino Privado do RS (Sinpro-RS), e o levou a abrir a própria editora.

Com cinco livros publicados sobre o tema, ele tem como foco mostrar que os alunos podem criar as próprias regras para o estudo, em vez de seguir as normas alheias. Confira na entrevista a seguir como você pode ajudar seu filho a descobrir a melhor forma de estudar.

Seu mais novo livro, Meu filho não quer estudar, foi lançado em 2013 pela Editora Autonomia.

Vida — Por que o estudo geralmente representa um assunto de conflito entre pais e filhos?

Fábio Ribeiro Mendes — Dentro da maioria das atividades comuns, não há parâmetros para avaliação do desempenho. Na escola, as notas são um sinalizador de ir bem ou não. Por isso, vira uma zona de divergência algo que deveria ser de convergência de trocas. Muitos pais têm dificuldade de se colocar no lugar dos filhos porque o mundo mudou, e eles não souberam se adaptar a essas mudanças.

Vida — Muitos pais cobram estudo de seus filhos mas esquecem de adaptar o melhor local, horário e, principalmente, metodologia de estudo.

Mendes — Sim, os indivíduos são diferentes e precisam algumas adaptações, mas isso não significa que vale tudo. A direção é um exemplo. Os pais têm o direito e o dever de dar as diretrizes e ensinar qual a forma correta de dirigir, mas os filhos farão de acordo com o seu jeito e sua característica. Muitas vezes, faltam aos pais ferramentas para ajudar os filhos como estudar melhor, de forma mais assertiva. O que está em questão não é dar ou não dar limites, mas em que medida serão esses limites.

Vida — No livro, você diz que se os pais não tiverem nada para ensinar, seus filhos aprenderão sozinhos, com a facilidade da internet e das redes sociais. O que isso representa para os pais e professores?

Mendes — As tecnologias de informação são ferramentas, assim como outras que existem por aí. Sozinhas, elas não têm utilidade. São extremamente poderosas, mas também podem causar danos. Não significa que, se um aluno sabe acessar o Facebook, sabe usá-lo devidamente. Assim como pode ampliar o conhecimento pode amputar partes importantes do aprendizado. Os filhos estão pedindo limites e há muitos pais que não estão sabendo dar. Se uma criança não sabe estudar com um livro, não é o Google que vai ensinar ela a transformar informação em conhecimento. Também é importante ter parâmetros e restringir limites. Os pais não devem cortar totalmente, mas sim ensinar os filhos a terem moderação no tempo de uso.

Vida — Ir bem no colégio não é sinônimo de dar-se bem na vida profissional. Que argumento os pais podem usar contra isso?

Mendes — Isso passa pela dificuldade dos pais e mestres mostrarem a utilidade do aprendizado. É preciso ensinar sobre como estudar. O foco do estudo não deve ser apenas no conteúdo, mas na habilidade de ter autonomia para enxergar problemas e soluções para estes problemas.

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