segunda-feira, 20 de julho de 2015

" Sequência de fatos alarmantes "


moises
MOISÉS MENDES

moises.mendes@zerohora.com.br
Uma sequência de imagens e notícias alarmantes. Primeiro, a imagem de Eduardo Cunha na TV na noite de sexta-feira. Tinha que ser numa sexta-feira. Cunha parecia dublado por ele mesmo. Não havia entendimento entre pausas e ênfases de texto e fala. E por que aquele olhar?
Não pretendo ser lombrosiano e analisar as pessoas pela aparência, pela testa, pelas orelhas (eu tive orelha de abano quando criança) ou pela fala. Mas há algo de estranho em Eduardo Cunha. Tem qualquer coisa de Collor no seu olhar.
Cunha foi, até bem pouco tempo, e já com aquele olhar, capa de revista. Seria a nova grande liderança nacional. Foi a aposta de uma certa direita, que pretendia vê-lo comandando uma vasta campanha de “moralização” do país.
Fizeram o mesmo com Collor em 1989. E depois o abandonaram. Cunha foi encampado pela oposição e eleito presidente da Câmara, porque enfrentaria o Planalto, os comunistas, os gays, os que se opõem à liberação das armas, os defensores de ciclovias e os gregos. Ele acreditou nisso. Caiu em desgraça, está sob investigação, foi dedurado pelos comparsas e pode ser abandonado na sarjeta. E aí surgem, a reboque da queda de Cunha, as outras notícias.
Disseram, na mesma sexta-feira, que o Congresso precisa se reabilitar, sem Cunha, para retomar a ideia do impeachment de Dilma. E os líderes do movimento, pelo que li na internet, são o Zé Agripino, o Paulinho da Força e o Bolsonaro.
É uma turma destruidora de qualquer projeto de impeachment. Reli a notícia no sábado e ontem de novo, para poder acreditar. Esses três são mesmo alguns dos líderes do novo movimento pelo impeachment. Zé Agripino, Paulinho e Bolsonaro. Imagine sair na foto com esses três.
Quantos não tentaram sair na foto ao lado de Dom Pedro no grito do Ipiranga (a foto, no caso, era o quadro de Pedro Américo)?
Quantos gostariam de ter saído na foto agora descoberta da Princesa Isabel com Machado de Assis, jornalistas, intelectuais e milhares de moradores do Rio, na missa campal pelo fim da escravidão, em 17 de maio de 1888, no campo de São Cristóvão?
Agora, imagine quantos desejariam sair numa foto com Zé Agripino, Paulinho da Força e Bolsonaro como líderes do impeachment de Dilma. Só falta chamarem o Feliciano, que anda sumido e pode estar se preparando para o parlamentarismo.
***
Há quem diga que o Eduardo Cunha, com aquela voz em falsete, teria sido dublado na TV na sexta-feira pelo Louro José da Ana Maria Braga.

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