segunda-feira, 27 de julho de 2015

" Para Onde Vamos ??? "

  NELSON JOBIM 

ARTIGO ZERO HORA

Jurista, ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal

Pesquisa CNT/MDA, do dia 21, noticia a desaprovação (ruim/péssimo) do governo Dilma Rousseff em 70,9% e uma aprovação (ótimo/bom) de 7,7%.
Em julho de 2014, o Datafolha constatou a desaprovação em 29% e a aprovação em 32%.
Um ano antes (junho de 2013), o mesmo instituto apurou desaprovação de 9% e aprovação de 57%.
Entre 2013 e 2015, houve o crescimento assustador da desaprovação (de 9% para 70,9%) e a queda vertiginosa da aprovação (57% para 9%).
A aprovação de hoje é a do governo Collor em setembro de 1992 (9%) e supera a desaprovação deste, que foi de 68% (Datafolha)!
Isto tudo com sete meses do segundo governo!
A crise econômica, para alguns, é sem precedentes.
A crise política, para outros, atinge todos os poderes.
Ambas conduzem o país para a ingovernabilidade.
A “base parlamentar” do governo se esfarela.
Setores importantes do PT se distanciam do governo e outros começam a “andar de lado”.
A solidariedade começa a ruir.
O PMDB, com os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, fere o governo na gestão e votação da pauta do Congresso.
O vice-presidente Michel Temer trabalha para a redução e administração dos danos.
O PSDB rompe, sem qualquer cerimônia, com as contribuições do governo FHC à estabilidade fiscal. Veja-se o repúdio do PSDB parlamentar ao fator previdenciário.
O populismo de ocasião e irresponsabilidade estão a gerir a maioria do Congresso Nacional.
Há ricos diagnósticos e acenos para necessidade de enfrentar a crise.
Nenhuma fórmula é apresentada.
Uns e outros querem soluções traumáticas, que, ao fim, lhes convêm: decisão do Tribunal Superior Eleitoral, com a anulação dos votos dados à chapa da presidente Dilma e convocação de eleições; impeachment; renúncia.
Soma-se a isso tudo um fato político novo.
Emerge, principalmente em São Paulo, um ódio da população ao governo, que tem produzido atos reprováveis. Lembre-se que o ex-ministro Mantega, em visita a sua esposa em um hospital, foi acossado por pessoas que lá se encontravam.
Aonde vamos chegar com toda essa falta de humildade, grandeza e lucidez?
Política faz-se com diálogo e sem escolher interlocutores.
Estes são os que estão aí.

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