livros de autoajuda, dizem cientistas
Reprodução. O poeta Thomas Stearns Eliot | ||
Ler autores clássicos, como Shakespeare,
William Wordsworth e T.S. Eliot, estimula a mente e a poesia pode ser mais
eficaz em tratamentos do que os livros de autoajuda, segundo um estudo da
Universidade de Liverpool publicado nesta terça-feira (15).
Especialistas em ciência, psicologia e
literatura inglesa da universidade monitoraram a atividade cerebral de 30
voluntários que leram primeiro trechos de textos clássicos e depois essas mesmas
passagens traduzidas para a "linguagem coloquial".
Os resultados da pesquisa, antecipados pelo
jornal britânico "Daily Telegraph", mostram que a atividade do cérebro "dispara"
quando o leitor encontra palavras incomuns ou frases com uma estrutura semântica
complexa, mas não reage quando esse mesmo conteúdo se expressa com fórmulas de
uso cotidiano.
Esses estímulos se mantêm durante um tempo,
potencializando a atenção do indivíduo, segundo o estudo, que utilizou textos de
autores ingleses como Henry Vaughan, John Donne, Elizabeth Barrett Browning e
Philip Larkin.
Os especialistas descobriram que a poesia "é
mais útil que os livros de autoajuda", já que afeta o lado direito do cérebro,
onde são armazenadas as lembranças autobiográficas, e ajuda a refletir sobre
eles e entendê-los desde outra perspectiva.
"A poesia não é só uma questão de estilo. A
descrição profunda de experiências acrescenta elementos emocionais e biográficos
ao conhecimento cognitivo que já possuímos de nossas lembranças", explica o
professor David, encarregado de apresentar o estudo.
Após o descobrimento, os especialistas buscam
agora compreender como afetaram a atividade cerebral as contínuas revisões de
alguns clássicos da literatura para adaptá-los à linguagem atual, caso das obras
de Charles Dickens.
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Fonte:
Folha on line, 15/01/2013
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