CLEI MORAES
Analista político
Analista político
“Amigos se transformam nos piores inimigos.” (Frank Underwood, personagem de Kevin Spacey em House of Cards)
Neste domingo, os parlamentares elegem a presidência da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Com resquícios da efervescência eleitoral e escândalos que permeiam o governo, essa decisão pode influenciar os rumos da República.
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Nunca se falou tanto em impeachment desde o afastamento de Collor. No ar, ainda pairam dúvidas sobre o processo eleitoral. O partido do candidato derrotado no segundo turno audita as urnas eletrônicas, enquanto, no Senado, há proposta para imprimir o voto.
Dilma, eleita, passou a descumprir promessas de campanha. A população está voltando às ruas pelos “antigos” R$ 0,20. Pela frente, haverá a revelação dos nomes de políticos no processo da Operação Lava-jato e mais um pouco de Petrobras.
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Isso tudo sem falar em aumentos de combustíveis, arrocho, desemprego, recessão… e novas CPIs. Nesse horizonte, pode-se imaginar uma ligação da presidente (ou de sua campanha ou partido) com malfeitos em um “fato direto”.
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Foi assim com Fernando Collor, o fato direto. À época de seu impedimento, assumiu Itamar Franco. Hoje, na linha sucessória, causada por impossibilidade permanente no exercício do cargo, assumiria Michel Temer (PMDB).
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Em casos de substituição temporária e não sucessão, depois do vice, assume o presidente do Senado. Na hipótese de presidente e vice estarem impedidos permanentemente, assumem o presidente da Câmara, Senado e STF, respectivamente.
No Senado e na Câmara, os principais candidatos são do PMDB. Mas, supõe-se, a preocupação do Palácio do Planalto não está ligada à sucessão “golpista” como dizem.
O medo está em um possível pedido de impeachment _ Lula teve vários _, pois quem o acolhe e encaminha à votação é o futuro presidente da Câmara: Eduardo Cunha (PMDB), Arlindo Chinaglia (PT), Júlio Delgado (PSB) e Chico Alencar (PSOL).
Em nossa democracia representativa tupiniquim, passamos de eleitores a telespectadores e somos alijados desse processo de escolha. Fiquemos atentos!
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